Neste dia 18 de fevereiro, é celebrado o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, uma data dedicada à conscientização sobre os desafios enfrentados por crianças que dependem de uma traqueostomia para respirar. A traqueostomia, um procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia para facilitar a passagem de ar, é muitas vezes essencial para salvar vidas, mas também impõe uma série de cuidados específicos e necessidades que demandam apoio e atenção aos pequenos.
A data foi instituída para promover não só a visibilidade dessas crianças, mas também de suas famílias, buscando informar a sociedade sobre a realidade da traqueostomia, combater o preconceito e garantir os direitos dessas crianças. “Além dos desafios médicos, muitas famílias enfrentam dificuldades no acesso a tratamentos, equipamentos adequados e inclusão social”, explica a Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB), Alessandra Loli.
Atualmente, o Ambulatório do HCFMB é responsável pelo acompanhamento de aproximadamente 50 crianças traqueostomizadas, onde a equipe avalia a necessidade de permanência da traqueo ou a possibilidade de decanulação para cada paciente. O HCFMB é um dos únicos serviços do Brasil que conseguiu padronizar as cânulas de PVC siliconado, mais maleáveis e fáceis de higienizar, além de proporcionar maior conforto e melhor visualização do estoma, evitando complicações.
Crianças que passam por uma traqueostomia frequentemente lidam com condições de saúde complexas. O procedimento, embora vital, exige cuidados diários rigorosos, como a limpeza do estoma (abertura na traqueia), troca de cânula e monitoramento constante para evitar infecções ou obstruções.
Outro aspecto é a inclusão social. Crianças traqueostomizadas muitas vezes enfrentam dificuldades para frequentar escolas, participar de atividades recreativas ou simplesmente conviver em comunidade. “O desconhecimento sobre a traqueostomia pode levar ao isolamento e à discriminação, reforçando a necessidade de campanhas de conscientização”, diz Alessandra.
A data de 18 de fevereiro é um convite à reflexão e à ação. A conscientização é o caminho para quebrar barreiras, combater o preconceito e garantir que essas crianças e suas famílias tenham o apoio que merecem. Toda criança merece respirar, viver e sonhar.