O MAGMA – Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia, em parceria com o FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do estado de São Paulo, promoveu na tarde sexta-feira, 18, e em dois períodos da segunda-feira, dia 21/8, as primeiras de uma série de apresentações educativas que percorrerão escolas públicas da região.
A estreia do projeto foi na EMEF João Maria de Araújo Jr, em Botucatu. A segunda parada foi na EMEF Francisco Guedelha, no Parque Marajoara. De forma lúdica e divertida, o objetivo é transmitir aos alunos conhecimentos sobre as águas subterrâneas do Aquífero Guarani.
A diretora da EMEF Francisco Guedelha, Maria Teresa de Castilho, afirma que a oportunidade de adquirir conhecimento de forma lúdica é bastante relevante para os alunos. “Eles conseguem aprender muito mais facilmente. Esse é um projeto que deve visitar todas as escolas de Botucatu. Os alunos precisam dessa vivência, pois muitas vezes, dentro da sala de aula, não dá tempo de abordar esses temas dessa maneira. E nós, aqui em Botucatu, estamos em uma localização estratégica em relação ao Aquífero, por isso as crianças precisam conhecer a sua história”, afirma.
Próxima visita – Nesta quarta-feira, 23, o projeto visitará a EE e EMEF Raymundo Cintra, no Distrito de Vitoriana. A apresentação teatral e as atividades acontecerão, pela manhã, das 9h45 às 11h15 e à tarde, das 13h às 14h30.
Na região – O escopo do projeto “Educação Ambiental e geoconservação na área de recarga do Aquífero Guarani” será apresentado em 28 escolas públicas, municipais e estaduais de ensino fundamental nas cidades de Botucatu, Bofete, Anhembi e Torre de Pedra. Durante essa jornada, será levado até as unidades escolares um trailer com exposição de maquete, minerais e rocha, peça de teatro, oficina, mediando o conhecimento sobre a Cuesta e os domínios do Aquífero Guarani, sua área de recarga e a importância de sua geoconservação, fortalecendo os ensinamento sobre o meio ambiente.
Confira abaixo mais detalhes das atrações do projeto ProSAG:
– Teatro: Empregando a arte teatral de modo criativo e lúdico, a peça “Água de Pedra”, adaptação de um texto científico do professor Celso Dal Ré Carneiro, conta a história geológica da origem do SAG, trazendo a reflexão da memória da Terra, suas transformações, o antigo deserto de Botucatu, o derrame basáltico e como as águas ficaram reservadas no arenito. Tudo acontece de forma bem humorada, entremeada por brincadeiras e uma música inspiradora.
– Trailer: Na parte interna do trailer organizam-se as informações, ilustradas com material educativo, trabalhadas por monitores e professores. Os itens expostos são: coleção de rochas e minerais e réplicas de pegadas de animais encontradas no Paleodeserto Botucatu.
– Oficina: O Projeto promove uma oficina com as terras coloridas da região transformada, formadas pelos arenitos, com cores que remetem ao deserto. O pigmento torna-se tinta, que estimula a pintura e a criatividade para as atividades artísticas propostas. Com esta sensibilização e os temas propostos, são promovidas palestras onde os temas são aprofundados e discutidos.
– Jogo de Memória Coletivo: Neste jogo, são apresentadas peculiaridades sobre o Aquífero Guarani e a geologia da região e os animais que habitaram aqui em tempos remotos.
MAGMA
O MAGMA nasceu no ano de 2006, com a doação da coleção de minerais, rochas e fósseis do professor Erich Blaich e cresceu com a vocação de ser, sobretudo, um apoio pedagógico, uma interface do conhecimento nas áreas da geografia e do meio ambiente.
E dentro deste caminho pedagógico e de mediação com as questões sociais ligadas à geociência, nasceu a preocupação com um projeto ligado ao Sistema Aquífero Guarani (SAG), que pudesse percorrer escolas, praças públicas, teatros, congressos, levando o conhecimento de uma educação ambiental com dinamismo e participação, visando colaborar para a conscientização da importância deste recurso hídrico que cobre imensa extensão do território nacional. A água é por excelência o alimento vital da existência humana e cada vez mais seu uso e a proteção dos mananciais e reservatórios subterrâneos devem receber uma atenção especial.
Sistema Aquífero Guarani
A formação do Sistema Aquífero Guarani é uma construção fantástica e singular da natureza e remonta à Era Mesozóica. Um colossal deserto era a paisagem dominante, com pouca vida animal e vegetação, onde os ventos acumularam enormes depósitos arenosos num extenso grupo de dunas. Nesta época, um evento dos mais significativos, foi o episódio do vasto vulcanismo que cobriu as dunas com extensos e numerosos derrames de lava (rocha derretida). A lava resfriada sobre as dunas do antigo deserto originou a rocha basáltica que constituiu uma capa protetora para o Aquífero Guarani. As dunas represadas pelas lavas vulcânicas estancam areia de alta porosidade e permeabilidade hídrica, possibilitando o acúmulo de água nas rochas. Nos poros destas rochas areníticas está armazenada a água do SAG. A mais importante rocha para o armazenamento de água é o arenito Botucatu. Suas altas porosidade e permeabilidade resultam da litificação de areias do deserto, uma herança de origem eólica.
O nome do sistema é uma homenagem à nação Guarani, composta por milhares de comunidades originárias distribuídas na região leste da América do Sul.