Uma História … Uma Paixão… Muitas Saudades… Meu tributo a ti, Terra Querida, minha Pequena Grande e Soberana VITORIANA…
Terra natal dos meus sonhos; cheiro de mato; de terra molhada e gosto de mel. Pés ainda a sentirem a terra que os encardiam, mãos a sentirem as pedras ao longe arremessadas sem destino.
Que saudade, querida… Do verde campo que encantava meus olhos ao azul do céu, que me contemplava. Ora o sol ora a lua, a protagonizarem o espetáculo diário de cores no horizonte com efeitos naturais indescritíveis.
Assim eram os teus alvoreceres e entardeceres diários. Mãos a tocarem a límpida e cristalina água da mina, pés a sentirem a maciez da relva fria do inverno.
Meu saudoso abacateiro de galhos fortes a me sustentar num balanço feito em cordas e em peripécias inimagináveis, como que longos braços a me abraçarem, a me proteger.
Se terra tombada pelo homem, a frutificar, és terra tombada como patrimônio deste coração a sonhar. Doce berço onde nasci, meu pé de serra querido das longas procissões de Maio com o “Andor de Nossa Senhora das Vitórias” a glorificar nossas caminhadas resistentes ao sol, às chuvas ou ao intenso frio.
Velas em mãos a derreterem sobre nossos dedos, que, se queimados, eram como indulgências de nossas almas em favor do irrestrito perdão, homenageando o mês Mariano.
Ao seu final, quermesse e festa da Padroeira encerravam as festividades do mês de Maria. Um “serviço fixo de alto-falantes”, fundado em 1950 por seu então mantenedor, meu pai Cármino de Léa, encerrava suas atividades diárias no coreto da paróquia voltando às suas dominicais apresentações musicais, partindo do estabelecimento comercial da nossa família, sob a denominação comercial· de Bar Central, na Rua Condessa de Serra Negra (antiga Rua do Comércio, 85 – centro).
Tudo agora era triste. O sepulcral silêncio noturno tomava conta do pequenino lugarejo, das vielas mal construídas sem conservação, sem iluminação e de trânsito impossível.
Com isso, dava início à contagem regressiva para as próximas festividades da Paróquia, e mais um ano se passaria… Saudades, muitas saudades. Consagrados deveres, devotos respeitas e sagrados hábitos, eram a tríade a sustentar nossos dias. Lá, os educadores amigos; entremeio escola e lar as filhas de Maria e congregados Marianos cumpriam seu papel.
De outro lado, na consagrada família, nossos pais a nos ensinar, pregavam seus ensinamentos para um futuro melhor. Encantos perdidos, aos dezesseis anos, chorando tive que partir. Tudo o que “Um dia aqui deixei”, inspiraram-me a te homenagear. “Eis o teu tributo” Vitoriana querida, meu inesquecível pedacinho de chão.
Autor: Cármino De Léo Filho
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