Na última sexta-feira, dia 06/10, noticiamos mais um caso de atropelamento nas ruas de Botucatu. Além dos dos danos sofridos pelos envolvidos, outra situação que nos alertou, foi que a idosa permaneceu imobilizada em maca rígida, na calçada da via, após atendimento dos bombeiros e da polícia, por cerca de 1 (uma) hora até a chegada de uma ambulância para fazer sua remoção ao hospital. Além disso, foi possível observar que para o local só foi deslocado o caminhão de Incêndios dos Bombeiros, que não podia transportar a paciente. De acordo com as testemunhas do acidente, tanto o SAMU quanto a Central de Ambulâncias foram as primeiras a serem acionadas, mas não puderem comparecer prontamente ao chamado, pois informaram que não tinham veículos disponíveis para o transporte da vítima, no momento do acidente.
E isso demostrou a fragilidade e a ineficiência de um serviço crucial para a população. O sistema de ambulâncias é um serviço que exige rapidez, pois a demora de transporte para um hospital, pode comprometer ainda mais o estado de saúde do paciente e colocar a sua vida em mais riscos. E isso é gravíssimo e inaceitável.
Nossa equipe de jornalismo procurou durante todo o dia, após o acidente, os departamentos públicos responsáveis pelo serviço de resgate e remoção de pacientes do município para tentar compreender por que o serviço de ambulâncias em Botucatu não é suficiente, afim de explicarmos à população sobre o que fazer em situações como essa de atraso das ambulância, durante um socorro.
Procuramos, primeiramente, a Secretaria de Saúde para receber informações sobre a Central de Ambulâncias e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU. Fomos atendidos pela Secretária Adjunta de Saúde, Valéria Lopes Manduca Ferreira, que informou desconhecer a problemática, mas nos daria um retorno até o final da tarde de ontem. Até o momento não tivemos retorno da Secretaria de Saúde. Em seguida, procuramos o Corpo de Bombeiros através do Tenente Lyrio, que nos assegurou que fará um levantamento sobre o caso. Mas também, até o momento, não recebemos as informações necessárias.
Curiosamente, nossa equipe recebeu uma mensagem de whatsapp de Clarissa Athaíde de Medeiros, que se apresentou como Assessora de Comunicação do SAMU. Enviamos os questionamentos a ela, e mais uma vez, não recebemos o retorno devido.
Nossa equipe continua aguardando as informações sobre essa situação alarmante em relação aos serviços de transporte de pacientes prestados pelo SAMU, a Central de Ambulâncias e o Resgate do Corpo de Bombeiros da cidade de Botucatu, pois a população precisa e muito desses esclarecimentos. Situações como essa que ocorreram ontem na Rua João Passos, e até outras, com maior gravidade, podem acontecer, a qualquer momento, em nossa cidade e qualquer um de nós pode necessitar desse serviço. Por isso, as pessoas precisam estar bem orientadas sobre o que fazer em situações de atraso na remoção de doentes e feridos, que em nossa cidade, a cada dia mais sofrem com o aumento expressivo dos acidentes de trânsito.
A GRAVIDADE DA SITUAÇÃO
O serviço de ambulâncias em Botucatu enfrenta desafios significativos, levando a uma crescente preocupação entre os moradores e profissionais da saúde. Diversos fatores contribuem para a insuficiência desse serviço essencial, resultando em consequências potencialmente graves para a população.
Uma das principais razões para a inadequação do serviço de ambulâncias reside na falta de recursos e investimentos direcionados para o setor. Equipamentos essenciais muitas vezes se encontram em estado precário, prejudicando a eficácia dos atendimentos de emergência. Além disso, a insuficiência de veículos disponíveis agrava a situação, levando a atrasos cruciais no atendimento a pacientes em situações críticas.
A geografia do município também representa um desafio considerável, principalmente em eventos culturais e esportivos, destacando os esportes de aventura. Bem como, nos pontos turísticos, como na Cuesta. Isso porque nessa região da cidade possuem áreas de difícil acesso, o que torna imperativa a disponibilidade de uma frota de ambulâncias robusta com equipe treinada e suficientemente bem distribuída para situações de resgate de vítimas.
Mas, infelizmente, a atual limitação nesse aspecto tem resultado em tempos de resposta superiores aos recomendados em diversas situações, comprometendo o cuidado urgente e necessário.
Outra questão crucial é a sobrecarga do sistema de saúde local. A demanda por serviços de urgência e emergência tem aumentado progressivamente, sobrecarregando as unidades de atendimento de urgência e emergência que são os Pronto Socorros Adulto, Infantil e o Referenciado da Unesp.
Isso se reflete diretamente na capacidade do serviço de ambulâncias de atender prontamente a todas as solicitações, colocando em risco a vida daqueles que dependem de uma resposta rápida em momentos críticos.
A falta de treinamento adequado para equipes de atendimento também é uma preocupação. Profissionais bem treinados são a espinha dorsal de qualquer serviço de urgência e emergência eficaz. A capacitação contínua e o aprimoramento das habilidades são essenciais para garantir a segurança e eficácia dos atendimentos.
Em face desses desafios, é imperativo que sejam implementadas medidas imediatas para fortalecer o serviço de ambulâncias em Botucatu. Um investimento significativo em recursos, infraestrutura e treinamento é essencial para atender às crescentes necessidades da população e garantir um atendimento de emergência de qualidade.
As autoridades municipais e estaduais, em conjunto com profissionais de saúde e especialistas do setor, devem trabalhar em conjunto para superar essas deficiências e assegurar que cada cidadão botucatuense e os turistas, que aqui visitam, tenham acesso a um serviço de ambulâncias confiável e eficiente, proporcionando o cuidado que todos merecem em momentos de crise.
Nossa equipe de jornalismo continua aguardando as informações dessas entidades públicas municipais, aqui citadas, para que possamos esclarecer essa situação e informar a população sobre as soluções para mais esta demanda.