O que é jogar para a torcida? No linguajar “futebolês”, é falar aquilo que o torcedor gosta de ouvir.
E cá pra nós, no Brasil, quase sempre esse jogo não acontece dentro de campo e nem é jogado por aqueles que deveriam jogar de verdade, os jogadores de futebol.
Esse jogo, na maioria das vezes, é jogado nas cabines ou nos estúdios de transmissões e isso acontece no primeiro tempo, ao vivo e a cores, pela “marquetagem” de plantão, também conhecida por Mídia Esportiva, quase sempre parceira dos cartolas mequetrefes.
Já o segundo tempo, transcorre no dia seguinte ao jogo, nas famosas mesas redondas. A caça ao ibope é monstra e a disputa pela audiência é canina e quando essa audiência veste o rubro negro do Mengão ou o alvi-negro do Timão?
Aí sim, os craques de carrapetas nas mãos se esmeram nos adjetivos. Jogar para a torcida tem o seu preço. Custa alguma coisa, mas o lucro é certo.
Porque será que cotas de transmissões de jogos pela TV, quando envolvem o Flamengo e/ou Corinthians, o valor é maior?
Agradar flamenguistas e corintianos são normas de marketing da mídia, ou seja, faz parte do negócio.
Segundo as estatísticas, temos 45 milhões de flamenguistas e cerca de 30 milhões de corintianos e nesse universo de 75 milhões, antes de ser de torcedores são de consumidores.
O que fazer se o futebol foi mercantilizado?
Então jogar para a torcida é preciso.
Celso Coelho