Mulher morta pelo ex em Piracicaba denunciou perseguição e ameaças de morte à Polícia Civil

A autônoma de 33 anos que foi morta pelo ex-companheiro em uma loja de pneus na Avenida Dois Córregos, em Piracicaba (SP), na manhã desta segunda-feira (9), relatou à polícia em maio que ele a perseguia e ameaçava de morte desde que ela decidiu terminar a união estável que mantinham há sete anos.

De acordo com a Polícia Civil, o gerente Marcos Alves, de 49 anos, deu um tiro na cabeça e outro no braço de Adriele Francine Dezzotti, de 33 anos, e depois atirou contra seu próprio peito. Ambos morreram no local.ução/Facebook

“A gente ainda está apurando a motivação, mas a gente sabe que existia um registro anterior desse casal. A vítima, inclusive, estava sob a égide de medida protetiva de urgência, que proibia o agressor de se aproximar a menos de 200 metros, mas isso não foi suficiente para impedir o crime de hoje”, relatou a delegada Olívia dos Santos Fonseca.

A medida protetiva foi autorizada pela Justiça em outubro do ano passado, quando o relacionamento entre os dois terminou.

“Ela disse que foi morar sozinha a partir de maio desse ano, só que ele ligava, ele ameaçava, ele ia atrás, sempre no intuito de reatar, e ela não aguentava mais essa situação. Inclusive, em uma dessas oportunidades, ela juntou até imagens do condomínio quando ele foi lá na porta da casa. Desde maio que eles estão nessa discussão”, detalhou Olívia.

Delegada Olívia dos Santos Fonseca: polícia ouviu testemunhas e aguarda laudos sobre caso feminicídio — Foto: Rodrigo Pereira/ G1 Piracicaba

Efetividade da lei

Apesar de nesse caso a proteção judicial não ter sido suficiente para a segurança da vítima, a delegada reforçou a importância da Lei Maria da Penha.

“De todos os feminicídios que tivemos nesse ano na cidade, esse é o único em que a vítima tinha medida protetiva. Então, não é para ser um objeto de desincentivo. A gente teve muitos autores presos este ano por descumprimento de medida protetiva e um ótimo trabalho feito pela Guarda Municipal, através da Patrulha da Lei Maria da Penha. Mas, infelizmente, nem tudo está ao nosso alcance”, lamentou.

Segundo a delegada, Adriele frequentava a oficina onde levou o carro havia três anos.

“E ela já tinha até comentado com um dos funcionários de lá que ela queria refazer a vida dela, que ela queria começar de novo. Ela ficou sete anos com ele, mas agora ela não queria mais e ele não aceitava”, acrescentou.

Investigação

Agora, o próximo passo da investigação policial será tentar definir o motivo do crime. Foram ouvidas pessoas que estavam na loja de pneus e solicitados laudos periciais, inclusive toxicológico, já que houve relatos de que o autor estaria embriagado. “Mas não tenho como confirmar enquanto não tivermos os laudos”, observou Olívia.

fonte: G1

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