Sob risco de colapso em seu sistema de saúde, devido à escalada da transmissão do coronavírus, o Estado de São Paulo entra na segunda (15) numa nova fase emergencial de seu plano de abertura econômica da pandemia por pelo menos 15 dias.
Haverá um toque de recolher das 20h às 5h, período em que as pessoas deverão ficar em casa e poderão ser abordadas para orientação o objetivo não é multar pessoas, exceto nas já fiscalizadas aglomerações. A frequência de praias e parques estará vetada.
Jogos de futebol seguirão o mesmo caminho, à revelia da federação paulista. Escritórios terão suas atividades presenciais vetadas.
Serviços de retirada de alimentos e produtos nos estabelecimentos está vetado, mas o delivery segue permitido.
“É uma decisão dura, impopular, difícil. Me solidarizo com todos. O Brasil está colapsando, e se nós não frearmos o vírus, não será diferente em São Paulo”, disse o governador. Em entrevista coletiva, se disse “muito triste de ter de anunciar” a nova fase.
Doria divulgou um vídeo mostrando diversos hospitais estaduais lotados, com a retomada do slogan “#FiqueEmCasa”, que já havia voltado ao lugar do “#VacinaJá” no púlpito usado por Doria no Palácio dos Bandeirantes.
COLAPSO
O endurecimento das medidas é consequência do colapso em curso no sistema de saúde paulista, um dos mais avançados do País, sob o peso do aumento de casos e óbitos relacionados à circulação de variantes mais transmissíveis e talvez letais do Sars-CoV-2.
A Covid-19 galopa pelo País, onde ceifou mais de 2.300 vidas, recorde na pandemia, na quarta (10). Em São Paulo, foram 469 óbitos no dia, após o topo de 517 mortos registrados na véspera. “Nunca foi visto isso no país”, disse Jean Gorinchteyn.
Ao todo, o Estado já teve 63.010 mortes desde o começo da pandemia, declarada como tal há exato um ano pela Organização Mundial da Saúde.
O tucano determinou a abertura de novos leitos em regime de urgência, mas o temor é de que eles não cheguem a tempo. A ocupação de UTIs no Estado todo está em 87%, segundo dados do governo.
A tragédia sanitária atingiu o país de forma uniforme em 2021, diferentemente de 2020, quando as ondas se sucediam de forma diferente em cada região. São Paulo, como “hub” do país, centro de circulação de pessoas e mercadorias, vinha segurando o risco de um colapso até aqui.
Além disso, a evidência empírica é a de que pessoas mais jovens são afetadas, e demoram mais para sair de UTIs, congestionando o sistema. “Mais jovens estão comprometidos”, disse o secretário de Saúde.
“Na segunda-feira tínhamos 32 municípios com 100% de ocupação, hoje temos 53. Estamos aumentando leitos, mas não é tão célere quanto a pandemia. Precisamos da ajuda de todos, é uma pandemia diferente da do ano passado”, disse Gorinchteyn.