Dia 31 de dezembro, é um dia especial para muitos de nós, principalmente pela reflexão do ano que se passou, as expectativas e sonhos cumpridos e outros, ainda não realizados; as anotações em agendas das coisas que aprendemos e valeram a pena; outras que trouxeram perdas e aprendizados.
Uma coisa é certa, esse ano de 2020 foi muito diferente do que todos nós esperávamos, mas foi o ano em que Deus trabalhou intensamente em nossos corações, da forma dele, e para nós, cabem algumas perguntas para refletirmos para esse ano de 2021 que está prestes a se iniciar:
- Você continua sendo a mesma pessoa, com as experiências e mudanças de 2020?
- Se puder resumir 3 pontos principais de mudança e transformação, quais são eles?
- O que mais aprendeu?
- Quais foram as perdas? E com essas perdas, o que passou a ser essencial para você hoje?
- Quais pessoas foram fiéis a você e estiveram com você o tempo todo?
- Quais pessoas demonstraram que apenas eram oportunistas e se afastaram da sua vida?
- Quais foram as principais decisões que você tomou?
- O que deixou de ser importante para você?
- O quanto você reconhece Deus em seus caminhos?
- Quais são os livramentos que Deus deu a você e que você percebeu ao longo desse ano?
- Quais sonhos e conquistas você remodelou e adequou ao momento desse ano?
- Quais sonhos você gostaria de realizar nesse ano de 2021?
É fato que muitas perguntas, por mais ”clichês” que pareçam, nos levam a pensar e refletir sobre o que passamos em um período de 365 dias, um ano, que tem o marco de se findar no dia 31 de dezembro, e reiniciar um novo ano, cheio de expectativas e esperanças no dia 01 de janeiro.
Muitos dizem que se ”continuarmos sendo as mesmas pessoas, o novo ano será como o velho”, mas, isso não cabe apenas as nossas decisões e ações, mas principalmente, ao que Deus quer e define para cada um de nós.
Na parábola dos talentos, lida em Mateus 25:14 a 30, nós lemos a passagem do homem que ausentou-se do país, e chamou seus servos, e lhes confiou seus bens.
Nessa passagem, existiram 3 situações:
1 – Um servo que ganhou 5 talentos (dinheiro). Ele saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros 5 talentos.
2 – Um servo que ganhou 2 talentos (dinheiro). Ele também saiu a negociar, e ganhou outros 2 talentos.
3 – Um servo que ganhou 1 talento (dinheiro). Este, por sua vez, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu Senhor.
Depois de muito tempo, o senhor voltou e ajustou contas com eles. Então, ao primeiro que ganhou 5 talentos e lucrou mais 5; e ao segundo, que recebeu 2 e lucrou mais 2, o senhor disse:
” – Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Mas, ao terceiro que enterrou o único talento que recebera, e ainda justificou dizendo:
” – Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu”. Respondeu-lhe, porém, o Senhor: ” – Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois o talento e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.
Podemos refletir sobre imensas possibilidades ao ler esse texto. Mas, podemos imaginar a aplicação para o campo espiritual, material e em talentos.
Deus confia muitas coisas nas nossas mãos. Dons, talentos e bens, para que possamos sabiamente, multiplicá-los da melhor forma possível, mas, não de qualquer forma, e sim, da forma que agrada ao Senhor que nos concedeu esses bens para administrarmos, até que Ele volte. Nesse caso, os dois primeiros servos que receberam 5 e 2 talentos, agiram da mesma forma, multiplicando com o dobro de ganho, respectivamente ao que recebeu, e foram aprovados, ouvindo ”servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”. Sabendo que essa conduta, os levariam a receber mais, pois ”foram fiéis no pouco, e sobre muito, o Senhor os colocaria, entrando no gozo do teu Senhor”. Aqui vemos que eles fizeram tudo com excelência, multiplicando os bens do Senhor, fazendo tudo para o Senhor, e não para eles mesmos. Não pensaram em seu próprio benefício, mas pensaram em administrar da melhor forma o que Deus deu para cada um deles.
Mas, no terceiro caso, do servo mau e que enterrou o talento recebido, por receio do que o Senhor poderia fazer a Eles, recebeu como resposta, que O Senhor teria sim, poder para agir daquela forma, ou seja, ”sendo severo e ceifando onde não semeou, e ajuntando onde não espalhou; e tendo a postura de esconder, se recolher e não aplicar e expandir os dons e talentos que Deus deu à ele, ele recebeu o que mais temia, essa mesma postura do seu Senhor para com ele. Ou seja, a confirmação de que o Senhor era exatamente assim, e além de uma chamada de ”que ele não entregou seu talento para banqueiros para que o multiplicassem, ele perderia o único talento que recebera, porque seria dado ao que já tinha 10 talentos, ou seja, ao que mais soube administrar esse talento. E ao final, sendo um servo inútil, será lançado para fora, nas trevas, e ali, havendo choro e ranger de dentes.
Esse texto, traz uma lição muito importante para cada um de nós. Se refletirmos sobre a forma com que ”olhamos para as coisas” que acontecem ao nosso redor, e para as coisas que Deus nos dá, podemos ”encontrar explicações para tudo”. Ou seja, as desculpas, os julgamentos, as conclusões precipitadas diante de crenças próprias e não da realidade do outro, nos levariam a agir de uma das duas formas. Ou nós simplismente confiariamos no Senhor que nos deu os talentos, seja muito (5 talentos) ou pouco (2 talentos), mas, confiando totalmente nele, como crianças, em sua integridade e amor, multiplicando os talentos para o seu Senhor. O que aliás, só quem respeita, ama e faz com amor, pensaria em benefício do seu Senhor e não de si mesmo. Ou, teríamos a conduta do terceiro servo, que ”encontrava justificativa para não fazer” o que o Senhor pediu, enterrando o talento em um lugar que ninguém acharia, e assim, sendo um servo mau e negligente, sendo punido e definido como servo inútil.
Nesse caso, podemos ver o quanto o terceiro servo, que enterrou o que o Senhor confiou a ele, confiava no que ele ”ouvia falar por aí”, pois disse: ”Senhor, sabendo que és homem severo…”, ou seja, o que nos faz ”saber” de algo, é o que nos contam, e o que acreditamos no que ouvimos, ou até das experiências que vivenciamos. E as vezes, trazemos à nossa realidade, a crenças de outras pessoas, que se misturam com nossas realidades, por sermos um conjunto de somas de crenças, experiências e realidades vividas constantemente no nosso dia a dia.
Aqui, nessa passagem, podemos ver o ”por que” cada um de nós, pode descrever ”Deus” de uma forma diferente, principalmente, porque Ele pode agir da forma que o buscamos.
Se você ama a Deus e acredita que Ele cuida de tudo em sua vida, e você entrega sua vida nas mãos desse Deus maravilhoso, saberá que Ele confiará bens e talentos em suas mãos. Mas, que a forma de conduzir e multiplicar esses bens e talentos, deverá ser da forma que o agrada, para que você receba cada vez mais.
Mas, se você ”se contaminar”, ouvindo fábulas e doutrinas de homens, poderá inconscientemente, confiar mais nos homens, do que em Deus, e a palavra diz em Jeremias 17: 5 ”Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor”. E aí, é que passamos a agir como o terceiro servo, mau e negligente.
Para saber quais são nossos frutos nesse ano de 2020, é preciso refletir sobre os frutos que tivemos, foram frutos do Espírito Santo ou frutos da carne? Lembrando que fazer o bem ou transmitir uma palavra evangelística, são obras e não frutos.
Frutos é tudo aquilo que você leva para a vida das pessoas, para ”ser benção, levar a transformação de vida e multiplicar a esperança” ou para ”roubar, matar e destruir” levando a pessoa a se sentir aprisionada, com ”medo do seu Senhor”, impedindo a mesma de agir, multiplicando seus dons e talentos.
Então, ao colocar no papel, seus novos desafios para 2021, deixo aqui um convite:
”Coloque Deus em primeiro lugar, reconhecendo Ele em seus caminhos, e Ele endireitará suas veredas”, e saiba que você só conseguirá conhecer a este Senhor, lendo a palavra de Deus, meditando e tendo comunhão com Ele, a ponto de confiar integralmente nele, como fizeram os 2 primeiros servos. E não, apenas de ”ouvir falar” da boca de outras pessoas, pois, quanto mais confiarmos em homens, menos confiamos em Deus; e mais frustrados e decepcionados seremos ao longo da jornada.
Então, se decepções e mágoas fizeram parte desse ano de 2020, é preciso reajustar a importância que damos para as pessoas ao nosso redor, e ”não esperar muito delas”, mas sim, esperar totalmente e somente em Deus, porque dEle é que vem a nossa esperança!
Que Deus abençoe ricamente a você e sua família, e que esse ano de 2021, seja um ano de muitas realizações, bençãos e que Deus livre você de todo o mal, e não o deixe cair em tentações, que enlaçam a alma, mas que você viva na imensa graça e paz do Senhor Jesus Cristo, nosso único e suficiente Salvador! Pois, pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus! Aproveite os dons que Deus lhe deu! Gratidão!
Sandra RZ Bertotti