Netanyahu descarta cessar-fogo: “Seria equivalente a uma rendição”

Em uma declaração à imprensa internacional nesta segunda-feira (30/10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou que Israel descarta totalmente um cessar-fogo com o grupo palestino Hamas. Para o premiê, suspender a retaliação aos ataques do Hamas seria o “equivalente a uma rendição”.

“Assim como os EUA não concordariam com um cessar-fogo após o Pearl Harbor [quando o Japão atacou os EUA na 2ª Guerra] ou o 11 de setembro [data dos ataques às Torres Gêmeas, em Nova York], Israel não vai concordar com cessar-fogo”, assegurou Netanyahu.

“Pedir um cessar-fogo é pedir que Israel se renda à barbárie e ao terrorismo, e isso não vai acontecer. A Bíblia diz que há um momento para a guerra, e este é o momento da guerra da civilização contra a barbárie”, completou.

O primeiro-ministro ainda relativizou os efeitos colaterais de bombardeios a locais como a Faixa de Gaza, onde há uma população de cerca de 2 milhões de pessoas: “Mesmo as guerras mais justas têm vítimas civis não intencionais”.

“Eles [o Hamas] queimaram pessoas vivas, estupraram mulheres, decapitaram homens, torturaram sobreviventes do Holocausto, cometeram os crimes mais horríveis que poderíamos imaginar. O Hamas está fazendo todo o possível para colocar os civis [de Gaza] em perigo”, reagiu.

O número de mortos na Faixa de Gaza está estimado em 7,6 mil e são mais de 19,4 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza (MOH). Desses números, 70% seriam mulheres e crianças.

Soldado resgatada

Nesta segunda, o Exército de Israel anunciou o resgate da soldado Ori Megidish, sequestrada pelo grupo extremista islâmico Hamas em território israelense e mantida como refém na Faixa de Gaza. Ela havia sido sequestrada no dia 7 de outubro, data do início do atual conflito.

Segundo a conta oficial do governo de Israel no X (antigo Twitter), a soldado passou por exames médicos e já se encontra na companhia de sua família. Ori Megidish foi libertada durante uma operação terrestre em Gaza, segundo afirmam, em comunicado conjunto, o Exército israelense e o serviço de segurança interna de Israel.

Desde quinta-feira (26/10), tropas e tanques israelenses invadem o território palestino, em uma operação militar sem precedentes, segundo autoridades humanitárias. Na manhã desta segunda, a Cidade de Gaza – maior centro metropolitano da região – foi alvo de ataques e bombardeios. Moradores relatam também haver investidas por mar, a partir do Mediterrânio, que banha a Faixa de Gaza.

Também nesta segunda, a família da artista germano-israelense Shani Louk, que foi sequestrada e carregada seminua em um veículo com integrantes do grupo Hamas, em 7 de outubro, anunciou que a DJ de 22 anos está morta.

Por meio do perfil das redes sociais da artista, a irmã da jovem, Adi Louk, confirmou a morte sem dar detalhes sobre as circunstâncias nem o paradeiro do corpo.

“É com muita tristeza que comunicamos o falecimento da minha irmã”, diz trecho da nota publicada no Instagram.

Prisioneiras sionistas

Hamas, por sua vez, divulgou, em um dos seus canais do Telegram, um vídeo que mostra supostamente três “prisioneiras sionistas” detidas pelo braço armado do grupo, o Al-Qassam, desde 7 de outubro. Uma delas apela ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por um acordo de libertação de todos os reféns em Gaza.

Nas imagens, é possível observar três mulheres sentadas em cadeiras marrons de plástico. Apenas uma delas, no centro, fala durante o 1 minuto e 16 segundos do vídeo, intitulado de: “Vários prisioneiros sionistas detidos enviam uma mensagem a [Benjamin] Netanyahu e ao governo sionista”.

“Estamos em cativeiro do Hamas há 23 dias. Ontem, houve uma conferência de imprensa com as famílias dos reféns. Sabemos que deveria haver um cessar-fogo. Vocês deveriam libertar todos nós. Vocês se comprometeram a libertar todos nós”, exclamou a refém.

Fonte: Metrópoles

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