Reservatório de água da Cantareira em São Paulo atinge menor nível em quase 10 anos

O Sistema Cantareira atingiu 20,8% da capacidade no domingo (30), o menor nível registrado em quase dez anos, segundo dados da Sabesp. A última vez em que o volume ficou tão baixo foi em 22 de fevereiro de 2016, quando o sistema marcou 20,9%.

O Cantareira abastece cerca de 9 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo e também contribui para o fornecimento de água em Campinas e nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Em outubro, o sistema entrou na Faixa de Restrição, primeiro nível de alerta previsto pelo governo de São Paulo para monitorar a criticidade dos reservatórios. O status foi acionado depois de os volumes caírem abaixo de 30% em setembro. No dia 1º de outubro, o Cantareira operava com 29,4%.

As faixas de operação — criadas pelo governo paulista — definem medidas que vão de ações preventivas até procedimentos emergenciais, dependendo da gravidade da situação hídrica.

Leia a nota da Sabesp na íntegra:

“A Sabesp possui hoje um sistema de abastecimento mais robusto, como resposta à crise hídrica de 2014/2015 — quando o Sistema Integrado chegou a apenas 0,6% de sua capacidade. Para enfrentar esses desafios, a empresa implementou grandes obras estruturantes e interligações estratégicas, como Jaguari–Atibainha e o Sistema São Lourenço, além de ampliar estações de tratamento, reservatórios e a integração entre diferentes sistemas. Essas ações garantiram maior resiliência e segurança para o abastecimento dos quase 22 milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo.

Entre os projetos mais estratégicos está a Interligação Billings–Alto Tietê, capaz de captar até 4 mil litros por segundo do braço Rio Pequeno, na Billings, para suprir tanto o Alto Tietê quanto o Rio Grande. Com investimento de R$ 500 milhões e conclusão prevista para 2027, o sistema vai beneficiar cerca de 1,9 milhão de pessoas, fortalecendo a segurança hídrica da Grande São Paulo com uma infraestrutura flexível e integrada.

No campo tecnológico, a Sabesp avança no uso de inteligência artificial e imagens de satélite, capazes de detectar até cinco vezes mais vazamentos do que métodos tradicionais. O monitoramento inteligente também reduziu em 42% o tempo de recomposição viária, elevando a qualidade dos serviços urbanos.

Desde a desestatização, em 2024, a companhia destinou R$ 1 bilhão ao combate a perdas, fraudes e ligações clandestinas, com meta de alcançar R$ 9 bilhões até 2029 — alta de 60% frente ao período anterior.

Além disso, diante do cenário de estiagem e do baixo nível dos mananciais, a Sabesp está adotando desde 27 de agosto a redução da pressão da água no período noturno, quando há menor consumo pela população. Essa medida está sendo aplicada das 19h às 5h, em toda a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

A ação é preventiva e temporária e atende a uma deliberação da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), com o objetivo de preservar os reservatórios que abastecem a região.

Desde o dia 27 de agosto, foram economizados mais de 44 bilhões de litros de água dos mananciais, ajudando a reduzir a queda no nível das represas.

Foto ilustrativa: Reservatorio Jaguari, uma das represas que compõem o Sistema Cantareira, durante crise hídrica em 2014
Fonte: CNN

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