Os casos de dengue no município de Botucatu seguem sem dar trégua. Porém, o governo de Fábio Leite enfrenta mais uma turbulência administrativa. Em meio ao estado de emergência declarado desde janeiro devido ao surto de dengue, mais um secretário municipal foi exonerado de seu cargo e justamente, o Secretário de Saúde, Eder Luppi. A exoneração ocorre em um contexto marcado pela ineficiência dos serviços públicos de saúde, agravada por obras inacabadas no hospital do bairro e postos de saúde que não conseguem atender adequadamente a população.
Apesar do prefeito tentar explicar os motivos da exoneração, a população não compreendeu que o secretário foi contratado para ficar tão pouco tempo no governo, por menos de 100 dias.
O Prefeito tenta justificar dizendo que o secretário só aceitou o cargo para dar início à três missões:
1. Cuidar do projeto da Dengue;
2. Iniciar as atividades do Hospital do Bairro;
3. Iniciar as atividades da Unidade de Saúde do Cachoeirinha.
Em relação à Dengue ele disse que os casos estão controlados. No entanto, Botucatu continua com alerta vermelho em relação à Dengue, segundo o Relatório da Situação das Arboviroses em Botucatu – São Paulo, realizado pela Fundação Osvaldo Cruz, a Fiocruz.
Os dados podem ser acessados em:
https://info.dengue.mat.br/report/SP/3507506/202513
De acordo com o relatório da Fiocruz, no município existem condições ambientais favoraveis à transmissão viral e aumento dos casos de Dengue. Só esta, 12a. Semana Epidemiológica, foram 330 casos estimados com incidência de 227 casos, indicando incidência alta, acima dos 90% históricos. A cada dia os casos de Dengue no município têm aumentado consideravelmente.
Avaré apresentou até, o momento, 806 casos; em comparação ao segundo maior município da região da Cuesta.
Em relação ao Hospital do Bairro, que deveria ser um ponto de referência no atendimento aos pacientes cirúrgicos, ainda enfrenta problemas estruturais com obras internas não finalizadas e as cirurgias com maior demanda ainda sem execução. Isso compromete o atendimento a uma população que, diante do aumento no número de casos de dengue, tem buscado os serviços públicos de saúde em busca de socorro.
Já os postos de saúde, responsáveis pela atenção básica, não têm dado conta da demanda, com relatos recorrentes de falta de medicamentos e exames.
A sobrecarga nos pronto-socorros tem se tornado um cenário cada vez mais crítico.
Desde o mandato anterior, do ex-prefeito Pardini, a população tem enfrentado dificuldades para acessar os serviços de saúde e, ao mesmo tempo, a gestão pública tem sido fortemente cobrada pela falta de resultados.
A exaustão das unidades de atendimento e a falta de recursos materiais e humanos para dar conta das demandas da atenção básica, como tratamento dos pacientes crônicos e dos pacientes cirúrgicos, são reflexos da incapacidade administrativa que atinge não só a saúde, mas também outras áreas do governo municipal.
O Prefeito Fábio Leite se pronunciou oficialmente sobre a nova exoneração. Entretanto, o clima de incerteza e a pressão sobre o executivo municipal aumentam à medida que a cidade se vê à beira do colapso no atendimento à saúde pública.
Além disso, o acúmulo de funções pelo prefeito Fábio Leite pode comprometer o andamento do governo e exigirão dedicação exclusiva de André Spadaro.
Especialistas alertam que a falta de uma ação coordenada e eficaz tem deixado a população muito vulnerável.
A medida de exonerar mais um secretário levanta questionamentos sobre o direcionamento para a resolução dos problemas de saúde que assolam a cidade.
Com a dengue em plena ascensão, a população aguarda por medidas mais urgentes e eficazes que garantam não apenas o tratamento adequado aos pacientes, mas também uma resposta mais sólida e estruturada do poder público para combater o avanço da doença e garantir condições mínimas de atendimento nas unidades de saúde municipais.