A Crise

Sim, reconheço, estamos em crise. Não dá pra tapar o sol com a peneira. A crise se instalou fortemente no Brasil. Vai ser difícil acabar com ela. Mesmo porque há muita gente mais interessada em incrementar a crise do que exterminá-la. Parece filme de ficção, mas é a mais pura verdade. Existem pessoas que se divertem com a crise. São sádicos. Pensam que são sádicos, se é que pensam em alguma coisa. Na realidade, são também masoquistas, pois, pensando causar o sofrimento, se humilham com a crise.

Essa crise não vai acabar logo. Muitas pessoas não têm interesse em que ela acabe. É o ganha-pão delas. É o fermento para as suas vidas insignificantes e improdutivas. Improdutivas? Perdão, não são improdutivas, pois produzem um monte de coisas e situações ruins. É o pessoal do ‘quanto pior melhor’. São os Fortunatos, do conto A CAUSA SECRETA, de Machado de Assis. Fortunato, para lembrar, se sentia feliz com o sofrimento alheio. Quanto o sofrimento deixava de existir, ele se desinteressava.

Interessante que existam pessoas assim. São personagens reais. São secundárias na trama da vida, mas tudo fazem para se tornarem principais. São aqueles que aparecem sem serem convidados, falam em momentos inoportunos e nada acrescentam com a sua fala, a não ser maldades. Só percebem o que há de errado nos outros, mas são incapazes de oferecer uma solução. São especialistas na crítica, não na solução. Querem ser famosos de qualquer jeito. Fazem cambalhota no meio da rua, para serem notados, arrotam em público, para serem o assunto de algum comentário. Acham-se muito felizes ao provocar a infelicidade do próximo. São encontradiços em qualquer lugar. Na alta e na baixa sociedade, entre ignorantes e entre cultos, na juventude e na velhice, no mundo desenvolvido e no mundo subdesenvolvido. Nascem como praga, crescem como praga, incomodam como praga e causam danos como praga.

Não, amigos, isso não tem nada a ver com a pandemia da COVID-19. A pandemia é apenas uma desculpa para as suas ações. Usam a COVID-19 como desculpa, mas, se não houvesse a doença, encontrariam outro motivo para incrementar as crises em quaisquer partes do mundo. São insaciáveis. Querem ver sangue. Rezam na igreja, pensando enganar a Deus, e destroem fora dela, como se essa fosse a vontade de Deus, em quem, aliás, sequer acreditam.

Não há vacina ainda para acabar com esse vírus dos fomentadores de crises. Não existe remédio eficaz para enfrentá-lo. Há como evitá-lo, mas assim mesmo é muito difícil. Quando você menos espera, esse vírus o está atacando. O único remédio para enfrentá-lo é uma mistura de verdade com coragem. Esse remédio está disponível em sua cara? Tomara que esteja.

BAHIGE FADEL

Sobre Régis Vallée

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