Escoteiros passam a dividir barracas e banheiros por gênero

A União dos Escoteiros do Brasil (UEB) anunciou uma nova política de diversidade que afirma que a divisão de espaços íntimos deverá ser feita de acordo com o gênero e não pelo sexo biológico. Segundo a diretriz publicada em dezembro de 2024, barracas e banheiros passaram ser divididos de acordo com o gênero que as crianças e adolescentes se identifiquem. Para especialistas, a decisão gera preocupação no que diz respeito à privacidade e segurança, especialmente de meninas e mulheres, incluindo possíveis implicações sociais e psicológicas.

“Compreendemos que o sexo biológico não deve ser o critério para a designação de espaços comuns, como barracas e banheiros compartilhados. Em vez disso, deve-se considerar a identidade de gênero”, afirma o documento da UEB.

“É evidente que não é conveniente colocar crianças e adolescentes usando espaços íntimos de forma mista. Isso é claramente um facilitador de violências sexuais”, destaca João Malheiro, doutor em educação pela UFRJ.

Para especialista, diretriz dos escoteiros pode impactar o desenvolvimento integral das crianças

A Matria (Mulheres Associadas, Mães e trabalhadoras do Brasil) se manifestou contra a nova política dos escoteiros. “Em nome de uma inclusão que ignora aspectos biológicos e culturais amplamente reconhecidos, as novas diretrizes colocam meninas em situações potencialmente desconfortáveis e até em risco, desconsiderando a importância de preservar a privacidade e a segurança em ambientes compartilhados”, destacou a associação em nota oficial.

Malheiro ressalta que os problemas da política de diversidade da instituição vão além dos riscos de violência sexual. Ele explica que o sexo é um elemento constitutivo da pessoa humana, impactando o desenvolvimento das cinco dimensões da criança ao longo do processo educacional. São elas: corporal (que envolve os aspectos físicos e hormonais), psicológica, racional, social e espiritual. Segundo ele, ignorar o sexo biológico compromete esse desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.

Fonte: Gazeta do Povo

Foto: Fernando Frazão

 

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