Um dia após a megaoperação, nesta madrugada de quarta, moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levaram ao menos 72 corpos para a Praça São Lucas, no interior da comunidade.
Segundo relatos, os cadáveres foram encontrados na área de mata localizada entre os complexos do Alemão e da Penha, onde, na terça-feira (28/10), foi realizada a maior e mais letal operação policial da história do estado.
Alguns dos mortos vestiam roupas camufladas (“de guerra“), normalmente usadas por soldados do CV, facção alvo da ação.
Testemunhas afirmam que alguns corpos apresentam marcas de tiros, perfurações por faca nas costas e ferimentos nas pernas. Enfileirados no centro da praça, os mortos foram cercados por familiares e amigos que tentavam fazer o reconhecimento diante da ausência de informações oficiais.
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou, nesta quarta-feira, durante coletiva de imprensa, que a megaoperação foi um “sucesso” e que, “quanto a vítimas, só houve policiais”.
Escalada de guerra urbana
A megaoperação, que mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares, escancarou a intensificação do confronto entre o Estado e o Comando Vermelho (CV). Investigadores afirmam que a facção opera com poder de fogo capaz de enfrentar tropas de elite de forma prolongada e coordenada.
Pela primeira vez em uma ação dessa dimensão no Rio, criminosos utilizaram drones adaptados para lançar explosivos contra equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). A tática, segundo policiais, permitiu monitorar o deslocamento das equipes em tempo real e atingir pontos estratégicos do cerco montado pelo Estado.
Além de mais de 100 fuzis, foram recolhidos rádios comunicadores e 200 kg de drogas.
Fonte: Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira