À beira de um colapso no sistema bancário, governo americano intervém

Do Vale do Silício até Faria Lima, o assunto mais comentado do final de semana foi o colapso do Silicon Valley Bank. Considerado um dos 20 maiores bancos americanos e o queridinho das startups, o SVB simplesmente quebrou na sexta-feira, depois de um surto coletivo do mercado.

Como assim, quebrou? Depois de rumores que o banco estaria em apuros, milhares de clientes do SVB tentaram tirar o dinheiro da instituição de uma só vez. Mesmo com US$ 200 bilhões em ativos, como nenhum banco possui todo o dinheiro depositado disponível para saque imediato, ele não aguentou.

A notícia movimentou o mercado, pois ele se tornou a primeira grande instituição financeira americana a quebrar desde 2008, no auge da última grande crise econômica, e abriu brecha para um colapso financeiro ainda maior.
Isso porque, ao longo do final de semana, as informações e os prejuízos se multiplicaram e o terror só aumentou. Cerca de 50% das empresas de tecnologia dos Estados Unidos tinham contas no SVB, e grande parte delas utilizava o banco como o único agente financeiro.

Poderia ser uma “extinção em massa” de startups 🦄
Estimava-se que o impacto seria imediato em quase 20% do setor, já que pelo menos 37 mil empresas poderiam não ter dinheiro suficiente para pagar funcionários, fornecedores ou até continuar suas operações sem ter acesso ao dinheiro que estava depositado no SVB. Caos, né?

É como se, de repente, a Conta PJ da empresa em que você trabalha fosse congelada e o setor financeiro não tivesse noção de quando poderia ter acesso ao valor anteriormente depositado.

Foi tão sério que o governo teve que intervir 🏦 🇺🇸
Ontem à noite, o governo americano, em um movimento extraordinário, disse que os clientes do falido SVB terão acesso a todo o dinheiro que guardaram com a instituição, mesmo que a quantia exceda o limite mínimo de US$ 250.000 garantido pelo FDIC — igual ao FGC no Brasil.

Basicamente, é o FED chamando a responsabilidade e injetando segurança aos correntistas do banco — com um adicional de US$ 25 bilhões para normalizar a situação.

Bottom-line

A medida é um alívio para o setor de tecnologia, que já vem sofrendo bastante nos últimos meses, e mostra como a implosão de um único agente poderia ter se transformado rapidamente em um efeito dominó mundial, já que o setor bancário é baseado em confiança.

Não à toa, até instituições financeiras brasileiras, como foi o caso do Nubank, tiveram que se manifestar negando qualquer exposição ao banco do Vale do Silício, depois que clientes começaram a se queixar daqui.

Sobre FERNANDO BRUDER TEODORO

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