A polifonia da vida está intimamente ligada ao que os afetos terrenos, prazeres e alegrias em sua verdade e autonomia. A liberdade de Deus para com o homem e esse para com a vida. O que quero dizer é o seguinte: Deus quer ser amado de todo o nosso coração, não de forma que o amor terreno fique subjugado ou debilitado. Talvez seja preciso compreender que ambas realidades não existem uma sem a outra embora pareçam antagônicas.
Amar a Deus é entender a polifonia da Vida, é entender que são indissociáveis a adoração, santidade, transcendência, e o erótico, o visível, o palpável e admirável.
Em Cristo temos essa plenitude, quase que impossível, a lágrima que cai com o amigo que morre (Lázaro) e ao mesmo tempo sabendo que como Deus a morte prevaleceria.
Talvez seja esse o caminho para uma vida viva: a possibilidade de ser céu e terra, o eterno que morre, o santo prazer.
Renato Ruiz Lopes