Ubarana fica na região de Araçatuba cerca de 258km de Botucatu a jusante no rio Tietê.
Ubarana (SP) – Mais de 30 toneladas de peixes mortos estão sendo retirados por piscicultores do Ribeirão Fartura, que é um braço do Rio Tietê, em Ubarana (SP). A mortandade começou na terça-feira (18), com a mudança na cor do rio, por falta de oxigênio.
Dois piscicultores de tilápia, um com 28 tanques de aproximadamente 25 toneladas de peixes, e outro com 11 tanques com oito toneladas da mesma espécie de peixe, tiveram que descartar a produção.
Inclusive, na sexta-feira (14), a prefeitura emitiu um alerta para turistas evitarem entrar na água, classificada como imprópria para banho.
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Foto: Rogério Pedrozo
Segundo apurado pela TV TEM, os peixes estão sendo retirados aos poucos de dentro dos tanques-rede, com dois passaguás, desde quinta-feira (20), e, depois, são descartados em um aterro, às margens do rio.
Somadas, as perdas dos piscicultores chegam a R$ 1 milhão, conforme eles. Por isso, os pescadores temem o desemprego, em especial durante a quaresma, período em que a venda dos pescados aumenta devido à dieta restrita de carnes vermelhas dos católicos.
Em nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) disse que realizou inspeções no Rio Tietê para monitorar a qualidade da água e fiscalizar possíveis fontes de poluição, após a constatação de mortandade de peixes. Amostras foram coletadas e encaminhadas para análise.
Responsável pelo monitoramento, licenciamento e fiscalização ambiental, a Cetesb tem intensificado as ações onde há avanço da eutrofização.
Entre 2021 e 2025, foram realizadas 926 inspeções na região, com aplicação de 80 penalidades a empreendimentos que descumpriram normas ambientais.
Falta de oxigênio
Desde o começo do ano, a coloração da água do Rio Tietê e do Rio Grande vem sendo questionada. Em diversos momentos, ela fica bem densa e esverdeada. Além da cor, o cheiro incomoda bastante os pescadores da região.
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Foto: Eduardo Monteiro
Segundo a Cetesb, o que se observa é o fenômeno de reprodução de algas que, em quantidade suficiente, pode provocar o esverdeamento da água do rio.
De acordo com a professora de química e ciências biológicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Maria Stela Castilho, as plantas aquáticas invadem o rio por se reproduzirem de forma rápida devido ao aumento de nutrientes, que servem de “alimento” para elas.
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Foto: Rogério Pedrozo
Esses nutrientes são provenientes, conforme ela explicou, do esgoto doméstico ou industrial, vinhaça – resíduo da destilação do caldo de cana-de-açúcar -, e de fertilizantes aplicados nas lavouras.
Os aguapés afetam o oxigênio das águas e criam condições inadequadas para os peixes, o que pode causar a mortandade destes animais. A proliferação intensa dificulta também a navegação.
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Fonte: G1
Foto: Reprodução