Diante do cenário econômico nacional, o discurso de austeridade fiscal e da eficiência no uso de recursos públicos ganha força, em diversas cidades brasileiras, a Prefeitura de Botucatu segue na contramão e amplia seus contratos de locação de imóveis.
Nos últimos meses, ao menos, três novos contratos de aluguéis de imóveis foram assinados pela prefeitura de Botucatu. Totalizando mais de R$ 20 mil reais por mês, em aluguéis.
Essa situação tem gerado questionamentos da população e autoridades sobre a real necessidade dessas despesas diante da existência de vários imóveis públicos subutilizados no município.
Foto: Futuras instalações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Botucatu
O caso mais polêmico envolve a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Luís Bravin, optou por transferir as instalações de serviços agregados à sua pasta, para um novo prédio nas imediações da Praça do Paratodos.
O imóvel, de alto padrão, custará aos cofres públicos mais de R$ 120 mil reais, por ano, conforme noticiado anteriormente pela REDE ALPHA.
Foto: Instalações do CEREST
Outro contrato recente é o do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador “Professor Rubens Maria Lopes”, o CEREST.
A antiga sede era localizada na Rua João Passos, no Bairro Lavapés. Agora está instalado em um novo endereço. Um prédio também de alto padrão, composto inclusive com piscina, localizado na Rua Emílio Cani, nº 476.
O contrato foi firmado na gestão do ex-prefeito Pardini, pelo ex-secretário de Saúde Marcello Laneza, datado de 12 de junho de 2024 (nº 197/2024), com pagamento mensal de R$ 4.995,00 e está sendo mantido pelo atual prefeito.
O CEREST é um serviço de saúde secundário. Ou seja, o paciente é atendido após ser encaminhado pela unidade de saúde. A equipe é formada por médicos, fisioterapeutas, técnicos em segurança do trabalho, entre outros profissionais.
Esta é uma unidade Regional do CEREST e atente ainda as seguintes cidades: Anhembi; Areiópolis; Bofete; Conchas; Itatinga; Laranjal Paulista; Pardinho; Pereiras; Porangaba; Pratânia; São Manuel e Torre de Pedra. Apesar do espaço ser compartilhado por outras cidades da região, a locação do espaço está sendo de responsabilidade da Prefeitura de Botucatu.
Foto: Futuras instalações do Centro POP de Botucatu
O terceiro imóvel alugado pela Prefeitura irá abrigar o Centro POP – Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua.
O imóvel fica localizado na Avenida Paula Vieira, nº 239, no Centro. No entanto, o espaço ainda está em reforma para adequações exigidas do serviço.
O contrato de locação foi assinado pela Secretária de Ação Social, Rosemary Pinton, no dia 30 de abril de 2025 e tem um custo mensal de R$ 4.950,00.
Os três casos reacendem o debate sobre os gastos públicos com imóveis alugados, especialmente diante da disponibilidade de prédios públicos que poderiam ser reaproveitados.
Exemplos disso incluem espaços ociosos no entorno da Estação Ferroviária, onde a Prefeitura já utiliza áreas sem custo de locação; o Espaço Cultural, localizado em uma área nobre do centro da cidade, com estrutura adequada e amplo estacionamento; a Rodoviária; o Mercado Municipal; Stands do Terminal de Ônibus Municipal; o antigo terminal de ônibus da Praça Para Todos e tantos outros.
Especialistas e moradores têm levantado a seguinte questão: por que gastar milhares de reais em aluguéis se existem prédios públicos que poderiam ser adaptados para abrigar os serviços, sem novos custos fixos mensais?
O tema ganha ainda mais relevância diante do cenário econômico nacional e da necessidade de eficiência na gestão dos recursos públicos.
Por ora, a Prefeitura de Botucatu segue ampliando sua rede de imóveis locados, sem apresentar justificativas claras sobre a inviabilidade do uso de espaços já pertencentes ao município.