Um coração e dois times

Lembro-me deste tempo com certa nostalgia… Pois foi um tempo em que eu ainda dizia: “Doutor eu não engano, meu coração é corinthiano.”

Hoje não é mais, a famigerada democracia corinthiana tirou o Corinthians do meu coração. O tempo passou, mas a lembrança ficou deste jogo.

Nos meus 16 anos de idade, num sábado de pouco sol, eu sintonizado nas ondas curtas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, para ouvir a narração de Jorge Couri, no velho e também saudoso Maracanã, aquele que privilegiava os “geraldinos“, abria os seus portões para os torcedores de Flamengo e Corinthians num confronto da 13a rodada da 1ª. fase do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, carinhosamente apelidado de Robertão.

O público era um pouco mais de 20 mil torcedores. Não fez jus, à antiga verdade de que Flamengo e Corinthians eram os reis do povo.

Creio eu, que possa haver uma explicação para esse período. O torcedor ainda estava desanimado, pois Flamengo e Corinthians estavam longe do protagonismo.

Eram meros coadjuvantes no futebol brasileiro. O Flamengo ganhava alguma coisa ao nível das margens da Baia da Guanabara. Um carioca aqui, outro acolá.

Já o Corinthians, coitado, era cheio de números vermelhos. Onze anos sem ganhar do Santos, treze anos sem ganhar o campeonato paulista. Ô dó!

Mas voltemos ao jogo… Pouco público, mas muitos gols, cinco no total. Fio, aos 10 minutos, abriu a contagem. Tales, aos quinze, empatou. E aos quarenta e quatro, virou para o curingão. Aos quinze minutos do segundo tempo,  Ademar Pantera empatou de novo para o Mengão. Aos quarenta minutos, Benê deu números finais ao confronto. Flamengo 2×3 Corinthians.

Confesso que este resultado foi pra mim como aquele copo com água até o meio. Não sei se meio cheio, ou meio vazio. Na verdade eu não sabia se comemorava a vitória do “Curintia”, ou chorava a derrota do “Mengo”. Pois, no jovem coração daquele adolescente ainda tinha lugar para Corinthians e Flamengo. Coisas do Futebol.

Sobre FERNANDO BRUDER TEODORO

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