Unesp e Universidade de Oxford assinam acordo para oferecer a disciplina de ciência translacional nas universidades estaduais paulistas

O reitor da Unesp, professor Pasqual Barretti, e a professora Sue Ann Costa Clemens, representante da Universidade de Oxford, no Reino Unido, assinaram nesta semana um protocolo para cooperação técnico-científica entre as duas universidades para o oferecimento na graduação da disciplina de “Ciência Translacional”, voltada a pesquisas científicas cujos resultados sejam aplicáveis em benefícios diretos à sociedade.

Liderado pela Unesp, o acordo com Oxford envolve também as duas outras universidades estaduais paulistas, USP e Unicamp, e prevê o oferecimento conjunto da disciplina de “Ciência Translacional” em formato híbrido, com aulas online síncronas com as universidades participantes e também aulas presenciais marcadas por visitas a instalações das universidades estaduais que atuem diretamente com pesquisa translacional.

A primeira turma da disciplina terá 30 vagas, compartilhadas entre os estudantes de graduação de Unesp, USP e Unicamp, cada uma com dez vagas disponíveis. Na Unesp, só na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), sede da disciplina, foram registradas 23 inscrições. Estudantes das demais unidades universitárias unespianas poderão pleitear uma vaga nesta sexta-feira, dia 2, das 8h às 11 horas.

Para o reitor Pasqual Barretti, a oferta da disciplina de “Ciência Translacional” e o acordo com Oxford, que já fora parceira da Unesp na imunização em massa da população do município de Botucatu para estudo clínico da vacina contra a covid-19 em 2021, mostram o amadurecimento de iniciativas pensadas tendo o interesse público como norte, em especial a aproximação dos gestores das universidades estaduais.

No vídeo de lançamento, os pró-reitores de graduação de Unesp, USP e Unicamp falam sobre a importância do oferecimento da disciplina conjunta. “Este trabalho em conjunto, particularmente com o apoio da Universidade de Oxford, mostra a liderança da Unesp nessa área (pesquisa clínica e desenvolvimento de biofármacos) e o estabelecimento de laços de confiança. Hoje, existe confiança e um ambiente de parceria bastante saudável. Fico muito feliz de, no último ano da minha gestão, presenciar tudo isso”, afirma o reitor da Unesp.

O oferecimento da disciplina de “Ciência Translacional” na graduação dialoga com a infraestrutura que está sendo montada no câmpus de Botucatu da Unesp a partir da construção da fábrica de biomedicamentos do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), unidade complementar da Unesp.

Segundo a professora Sue Ann Costa Clemens, representante da Universidade de Oxford signatária do protocolo, a pesquisa translacional requer a capacitação de profissionais que possam pensar de “ponta a ponta” o desenvolvimento de um novo produto, seja para contribuir para o surgimento de uma nova vacina ou para dar escala à testagem de novos biofármacos. O trajeto de desenvolvimento de um produto desde a bancada do laboratório até o usuário final envolve tantos obstáculos que o meio desta travessia é apelidado de “vale da morte”, dados os inúmeros potenciais achados oriundos da ciência básica que “morrem”, têm seus percursos interrrompidos sem chegarem à etapa final.

“A parceria com a Unesp e com as outras universidades tem uma visão muito estratégica em relação à educação, à capacitação não só em desenvolvimento clínico, mas em suas áreas específicas, como por exemplo a identificação dos antígenos, vigilância e a tradução disso em produtos, vacinas, biológicos”, diz Sue Ann Costa Clemens.

A disciplina está projetada para se tornar no futuro uma habilitação acadêmica. Ou seja, para complementar, ao final do curso de graduação, a formação dos estudantes participantes das mais diversas áreas, que sairiam habilitados em ciência translacional.

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