Nesta terça-feira (14), o jornalista Fernando Bruder da Rede Alpha de Comunicação, entrevistou com exclusividade o arquiteto Nadir Curi Mezerani, responsável pelo projeto dos tradicionais iglus do Espaço Cultural de Botucatu. Durante a conversa, o profissional comentou sobre os problemas estruturais em uma das unidades — onde funcionava o Cine Janelas — e reforçou a necessidade de uma reforma completa em todas as edificações.
“Desde o incidente… (do local do Cine Janelas), …eu já havia alertado a prefeitura de que aquilo precisava ser refeito o quanto antes. Como isso não foi feito, é essencial que se realize uma fiscalização técnica, provas de carga e um estudo detalhado da situação”, afirmou Mezerani. O arquiteto elogiou a decisão da Prefeitura de interditar o local na época, tendo em vista evitar algum acidente, mas destacou que a restauração é indispensável para garantir a segurança e preservar o patrimônio.
Com mais de 60 anos de existência, as construções projetadas por Mezerani foram consideradas inovadoras para a época, inspiradas em estruturas abobadadas reconhecidas desde a arquitetura romana. “As cúpulas são uma das formas mais estáveis que existem. O problema é que, diferente das antigas construções de pedra, essas têm ferro na composição, e o material não pode ficar exposto, sob risco de corrosão”, explicou.
O arquiteto relembrou ainda o envolvimento de nomes importantes na execução do projeto, como o engenheiro Geraldo Magella e o escritório Figueiredo Ferraz, ressaltando que a obra foi feita com alta qualidade técnica. Ele também se colocou à disposição da administração municipal para acompanhar uma possível vistoria técnica e restauração, sugerindo inclusive profissionais experientes para o trabalho.
Durante a entrevista, Mezerani expressou emoção e esperança em ver o Espaço Cultural de Botucatu totalmente revitalizado e novamente em funcionamento. “Eu sonho em ver essa obra restaurada, viva, sendo um verdadeiro centro público de cultura. Não se pode deixar uma obra daquela ruir; seria um vexame para a cidade”, declarou.
Aos 86 anos, o arquiteto mantém o mesmo entusiasmo de quando projetou o espaço e acredita que investir na recuperação do local é uma forma de valorizar a memória e o futuro cultural de Botucatu.
Assista a entrevista na íntegra: