Bauru: comunidade fecha rua e protesta por corte de luz que afeta centenas de famílias

Diversos moradores de uma comunidade do Jardim Europa, em Bauru, se reuniram nesta quinta-feira (4) em um protesto contra o corte de energia. Adultos e crianças fecharam uma rua com toras, galhos e pneus incendiados. Eles informam que a situação deixou centenas de famílias no escuro, inclusive idosos doentes e pessoas acamadas.

Existe no local um dispositivo (clandestino, segundo a CPFL), que conecta luz para vários pequenos imóveis. As reivindicações interromperam o trânsito da rua Charles Hughs, próximo à Unidade Básica de Saúde Municipal, que acionou a concessionária para restabelecer a energia, após problema na fiação adulterada.

O trabalho da CPFL, inclusive, foi realizado com a intenção de minimizar o risco de incêndio, informa a assessoria. Já a Prefeitura de Bauru cita que não foi comunicada sobre a ação (veja ambas as notas abaixo).

“Aqui a comunidade existe há 40 anos. Eu moro há sete. São cerca de 600 famílias, onde a maior parte delas está sem luz. São pessoas que dependem dessa necessidade básica e estão sem condições. O povo tem direitos, de ter água, saneamento e energia elétrica”, disse ao JCNET o munícipe Lincoln Rogério da Conceição, um dos moradores que está sem luz em casa.

Ainda de acordo com ele, a Polícia Militar esteve presente para garantir o direito de protesto, evitando que ninguém se machuque ou tenha prejuízos. Lincoln, assim como seus familiares e vizinhos, pedem que a prefeita Suéllen Rosim (PSD) compareça ao local para conversar com a comunidade.

O JCNET acionou a CPFL para esclarecer o ocorrido, por meio da assessoria de imprensa. Confira a nota na íntegra:

“A CPFL Paulista informa que identificou ligações clandestinas, com risco de incêndio, no trecho mencionado, em Bauru. Equipes da companhia atuaram para regularizar a situação no local e garantir a segurança da população.

Além de colocar em perigo a população e os imóveis, as próprias pessoas não habilitadas estão arriscando suas vidas, pelo potencial de acidentes graves, até mesmo fatais, ao utilizar cabos e materiais inadequados e ao manipular indevidamente a rede elétrica.

Outra consequência negativa é a piora na qualidade do serviço prestado, para todos os outros clientes. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível às interrupções no fornecimento.

A CPFL Paulista acrescenta que operações como essa são realizadas de forma permanente, em conjunto com as forças policiais, com o objetivo de coibir essa prática ilegal que também causa o encarecimento das tarifas para todos os clientes. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) distribui parte dos prejuízos causados pelas “perdas comerciais”, como são denominadas as fraudes, para a tarifa da distribuidora detentora da concessão na área das irregularidades, no momento das revisões tarifárias.

Vale lembrar que os atos de fraudar ou furtar de energia são crimes previstos no Código Penal, e a pena pode variar de um a quatro anos de detenção. Também são cobrados dos fraudadores os valores das tarifas referentes a todo o período em que ocorreu o roubo, acrescidos da devida multa.

A CPFL Paulista esclarece ainda que só realiza ligação de energia elétrica em locais que já possuem regularização fundiária, realizada pelas prefeituras. Nesses locais, os clientes que ainda não possuem energização em sua rua ou bairro podem solicitar a extensão de rede diretamente por meio dos canais de atendimento da CPFL Paulista. Em locais não regularizados pelo poder público, a CPFL precisa aguardar essa liberação.

Nesse caso em específico, a CPFL Paulista atuou de forma emergencial, pois as ligações clandestinas provocaram danos à rede de distribuição e interrupção do fornecimento para parte dos clientes, inclusive uma unidade de saúde do bairro em questão”.

Fonte: JCNET

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