A prefeita Suéllen Rosim (PSD) procurou a Polícia Civil para registrar em boletim de ocorrência ter se deparado no Whatsapp com uma fotomontagem (deepfake) sua. De acordo com o documento, usaram o rosto dela sobre o corpo de uma mulher nua.
A imagem compartilhada por rede social já consta com marcação “encaminhada com frequência”, demonstrando grande repercussão, destacou a chefe do Executivo à autoridade policial. Suéllen também postou um vídeo sobre o assunto em suas redes sociais. De acordo com ela, a partir do uso da ferramenta “AI or not?”, constatou-se tratar, provavelmente, de material elaborado por inteligência artificial.
Consta do BO o crime previsto no artigo 216-B do Código Penal, que pune com prisão de seis meses até um ano, além de multa, quem for condenado por produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes.
Manifestação
Chiara Ranieri (União Brasil), vereadora e candidata à sucessão da atual mandatária, divulgou nota condenando o ataque sofrido por Suéllen. “Como mulher, mãe, cidadã e candidata à prefeita, condeno o uso de deepfake e de qualquer ataque com motivação política que ultrapasse as margens dos debates urgentes em torno do presente e do futuro de Bauru, especialmente se valendo de atitudes e estratégias de baixíssimo nível. Que todos os esforços sejam empenhados na investigação para que a autoria de montagem criminosa seja identificada e punida no rigor da lei”, afirmou.
O que é Deepfake
Deepfake é uma técnica que permite alterar um vídeo ou foto com a ajuda de inteligência artificial (IA). Com ela, por exemplo, o rosto da pessoa que está em cena pode ser trocado pelo de outra; ou o que a pessoa fala pode ser modificado. Isso é possível com o uso de aplicativos criados com essa finalidade e tem sido cada vez mais comum nas eleições.
Nota:
“Mais uma vez tentaram manchar a minha imagem, desta vez fazendo circular uma “deepfake”, ou seja, uma montagem manipulada por meio de inteligência artificial, de um mulher nua com o meu rosto. Uma atitude criminosa e repugnante, coisa de gente mau caráter.
Já fui desrespeitada outras vezes, seja com montagens maliciosas, seja com falas do tipo “ninfeta no prostíbulo”, “vassala”, “vagabunda”, que bauru seria governada da senzala, entre tantas outras injúrias. Não posso admitir esse tipo de ataque, que revela o que nós, mulheres públicas, seja na política, seja em outras áreas de destaque, sofremos pelo simples fato de sermos mulheres.
Em muitos desses casos, fui à Justiça e me saí vencedora. Vitórias essas não apenas minha, mas de todas as vítimas que por vezes se silenciam. Dessa vez não vai ser diferente. Tomarei as medidas necessárias para que os criminosos sejam punidos. Espero, com isso, encorajar outras mulheres a não se intimidarem e a não desistirem de ocupar posições de destaque.
Agradeço a todos aqueles que se solidarizaram comigo, mesmo os que, nesse momento, são adversários no campo político. Essa luta é de toda a sociedade contra o crime, e não tem ideologia. Que a gente possa exercer a democracia sempre com respeito e sem sacrificar valores essenciais”.
Suéllen Rosim