Internacional

Som da voz de múmia egípcia de 3 mil anos é reproduzido com ajuda de impressora 3D

Pesquisadores da Universidade de Londres divulgaram nesta quinta-feira (23) na revista “Scientific Reports” aquilo que seria um som da voz de um egípcio que viveu há 3 mil anos. Os cientistas realizaram tomografias na múmia selecionada, usaram os dados coletados para fazer uma impressão 3D e usaram o modelo resultante em uma simulação computadorizada.

O responsável pelo estudo, David Howard, e a sua equipe conseguiram fazer a reprodução de um som que se assemelha a um “É” longo.

Na divulgação da pesquisa, Howard afirmou que o som que ouvimos é o que seria produzido pelo trato vocal na posição em que ele está no sarcófago: deitado. O professor alerta que o som que eles produziram não é necessariamente o que o egípcio faria caso estivesse vivo, pois na reconstrução que fizeram faltam o palato mole e boa parte da língua. O estudo conseguiu analisar a posição das vias aéreas, ossos e estruturas de outros tecidos moles.

O professor contou que antes de fazer este experimento na múmia, o mesmo método foi utilizado em pessoas vivas. O próprio pesquisador foi uma das cobaias da pesquisa, e ele afirma que chegou a resultados muito próximos da realidade.

Em 2016, a múmia foi submetida a uma tomografia computadorizada em Leeds. — Foto: Leeds Teaching Hospitals/Leeds Museums and Galleries via Nature

Em 2016, a múmia foi submetida a uma tomografia computadorizada em Leeds. — Foto: Leeds Teaching Hospitals/Leeds Museums and Galleries via Nature

Sobre a múmia

A múmia que teve um som da voz recuperada chama-se Nesyamun, um religioso mumificado na época do faraó Ramsés XI, que reinou a região do Egito, no início do século XI a.C.

Os restos mortais de Nesyamun estão em um sarcófago em exibição permanente no Museu da Cidade de Leeds, na Inglaterra, há quase dois séculos. No artigo que revela a voz do egípcio, os professores contam que no caixão em que a múmia se encontra está o epíteto “maat kheru”, que significaria “verdadeiro da voz”. Em alguns outros escritos achados no sarcófago, Nesyamun pediu que sua alma receba sustento eterno, que seja capaz de se movimentar livremente, de ver e se dirigir aos deuses.

Metodologia para criar a voz

Os pesquisadores digitalizaram as tomografias e criaram, em uma impressora 3D, um trato vocal (imagem abaixo). A partir disso, os cientistas usam um aparelho, como se fosse um instrumento musical, que se chama Vocal Tract Organ (Órgão do trato vocal). Este instrumento é capaz de gerar o som como se fosse uma laringe eletrônica.

O aparelho pode controlar a intensidade do som, a taxa e a profundidade do vibrato. Os cientistas pontuam que alguns detalhes, como a posição em que a múmia está, podem comprometer a precisão da voz. A esperança é que outros sons possam ser obtidos no futuro.

Vista da imagem feitas a partir de tomografias e da reprodução do trato vocal da múmia Nesyamun — Foto: Reprodução Nature

Vista da imagem feitas a partir de tomografias e da reprodução do trato vocal da múmia Nesyamun — Foto: Reprodução Nature

Possibilidades de novas vozes

Os pesquisadores acreditam que a descoberta pode trazer ganhos para a gestão de patrimônio e para as experiências em museus, que podem se transformar consideravelmente. Para eles, as vozes podem trazer uma nova forma de interação e aprendizagem para os frequentadores.

Os cientistas defendem que a recuperação desta voz pode fazer com que a sociedade tenha um contato direto com o antigo Egito “ouvindo um som de um aparelho vocal que não é ouvido há mais de 3 mil anos, preservado através da mumificação e agora restaurado através desta nova técnica”, diz o artigo.

Howard confessa que gostaria de fazer o trabalho em outras múmias. “Se tivermos a permissão, podemos fazer exatamente a mesma coisa”, afirmou.

Fonte: G1

Micróbios do corpo podem indicar se morreremos nos próximos 15 anos

Estudos apontam que os micróbios presentes no corpo humano podem detectar doenças e problemas melhor do que os genes

Os micróbios presentes no corpo humano têm sido associados a muitas coisas. Agora, cientistas dizem que eles podem revelar muito sobre a saúde futura das pessoas. Dois novos estudos revelam que o “microbioma” a mistura de micróbios em nosso intestino – pode revelar a presença de doenças de forma mais efetiva do que os próprios genes – além de poderem antecipar o risco de morrer nos próximos 15 anos.

No primeiro estudo, os pesquisadores revisaram 47 teses que analisavam associações entre os genomas coletivos dos micróbios intestinais e 13 doenças comuns. Isso incluía esquizofrenia, hipertensão e asma – todas consideradas “complexas” porque são causadas por fatores ambientais e genéticos. Eles então compararam os resultados com outros 24 estudos da Associação Genômica (GWA), que correlacionavam variantes genéticas humanas específicas com doenças.

No geral, a assinatura genética dos micróbios intestinais foi 20% melhor em detectar uma pessoa saudável e um doente do que os genes, relatou a equipe em um artigo publicado este mês. O microbioma foi 50% mais eficiente do que os estudos da GWA em prever se alguém tinha câncer colorretal. O perfil genético de uma pessoa só superou o microbioma ao prever se alguém tinha diabetes tipo 1.

Embora o autor do estudo, Braden Tierney, biólogo computacional da Harvard Medical School, admita que a análise é preliminar, ele diz que o trabalho pode beneficiar as pessoas. “Podemos usar o microbioma e a genética humana para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”. O objetivo diz ele, é identificar marcadores-chave nos dois conjuntos de genomas que possam ajudar a diagnosticar essas doenças complexas.

Ainda assim, Jeroen Raes, pesquisador de microbiomas do centro de Microbiologia VIB-KU Leuven, diz que os cientistas não sabem tanto sobre o microbioma quanto sobre como os genes humanos funcionam. Portanto, comparar os dois neste momento é “arriscado”.

No segundo estudo, os pesquisadores analisaram a ligação entre o microbioma de uma pessoa e sua vida útil. A análise aproveitou um estudo finlandês que coleta dados de saúde de milhares de participantes desde 1972. Desde 2002, os participantes doaram amostras de fezes sequenciadas 15 anos depois.

Os dados revelam que indivíduos com uma abundância de bactérias “Enterobacteriaceae” – uma família de bactérias potencialmente infecciosas que inclui Escherichia cole e salmonela – têm 15% mais chances de morrer nos próximos 15 anos, relatou a equipe.

Vale lembrar que a ligação entre as bactérias intestinais e o aumento do risco de morte ocorre nas populações finlandesas orientais e ocidentais, que têm diferentes origens genéticas e estilos de vida.

Em ambos os estudos, ainda não está claro por que o microbioma está ligado à morte e a doenças. É possível que os micróbios estejam causando problemas e diminuindo o tempo de vida de alguém. Mas também é possível que eles estejam refletindo o que mais está acontecendo no corpo.

De qualquer maneira, médicos e cientistas que desejam ajudar a prevenir e tratar doenças humanas “devem prestar muito mais atenção aos pequenos residentes em nosso corpo”, diz Tierney.

Via: Science Mag | fonte: Olhar Digital

Volocopter e John Deere criam drone agrícola autônomo para pulverização de plantações

A startup desenvolvedora de aeronaves autônomas Volocopter, revelou recentemente que está desenvolvendo um drone em parceria com a John Deere, fabricante de equipamentos agrícolas. O objetivo das duas empresas é o desenvolvimento de um drone para aplicações agrícolas, mas não pense que é uma aeronave para tarefas em pequena escala, o projeto é mais ambicioso do que parece.

A desenvolvedora alemã de drones resolveu participar de um projeto ambicioso juntamente com a norte americana fabricante de equipamentos agrícolas. O objetivo das empresas é o desenvolvimento do Volodrone, um drone capaz de realizar a pulverização de grandes plantações de maneira autônoma. A aeronave possui 18 hélices e um motor totalmente elétrico, proporcionando uma autonomia de 30 minutos de voo. A máquina é capaz de transportar até 200Kg e é possível programá-lo para seguir uma rota pré-determinada ou pilotá-lo de maneira remota, através de um controle, caso seja necessário.

VoloDrone. Fonte: volocopter (Twitter)
Fonte: volocopter (Twitter)

Para realizar a pulverização das plantações, a John Deere conectou ao VoloDrone um conjunto de pulverizadores e tanques no ponto de conexão de carga, que fica debaixo da parte central da estrutura da aeronave. Nos tanques anexados ao drone é possível abastecer com pesticidas, fertilizantes líquidos, agentes anticongelantes para evitar as adversidades do clima e muito mais. Ambas empresas acreditam que será possível também, no futuro, utilizar o drone para outras aplicações como, por exemplo, plantar sementes.

Pulverizadores do VoloDrone. Fonte: pulverizadores

De acordo com a Volocopter, o VoloDrone apresenta inúmeras vantagens para a sua aplicação, pois ele consegue, por exemplo, em comparação com as máquinas agrícolas terrestres, ser mais econômico e mais preciso. A John Deere terá grande colaboração durante os testes, pois haverá pilotos especializados para manusear as aeronaves nas plantações e analisar como será o seu desempenho.

Fonte: TechCrunch

Estudo da Nasa mostra que planeta está “mais verde” que há 20 anos

Ao mesmo tempo em que o mundo testemunha avanços preocupantes do desmatamento na Amazônia em outras grandes florestas, como na Indonésia, Congo e Rússia, no quadro geral, o planeta se tornou mais verde na comparação com 20 anos atrás.

Essa conclusão surpreendente foi apresentada pela Nasa (a agência espacial americana) na semana passada.

Esse aumento nas áreas foliares globais se deve basicamente aos dois países mais populosos do mundo: China e Índia. Mas se deve, também, à expansão de áreas agrícolas “verdes”.

Por quase 20 anos, dois satélites da Nasa coletaram dados e imagens da Terra para observar o comportamento das áreas “verdes”.

Ao analisar esses dados, os pesquisadores notaram que, durante essas duas décadas, essa área foliar aumentou o equivalente a toda cobertura da Amazônia.

Cachoeiras e floresta sob dia ensolarado na ChinaDireito de imagem GETTY IMAGES
Nas últimas décadas, a China implementou programas para aumentar sua cobertura vegetal

O aumento do verde também é devido, em menor proporção, à expansão de áreas de cultivo agrícola naquele país.

No caso da Índia, é o inverso. A expansão do verde se deve mais à ampliação agrícola do que ao aumento das florestas em si.

“Isso não significa que as florestas estão sendo substituídas por terras cultivadas”, disse à BBC News Mundo Chi Chen, pesquisador do Departamento de Terra e Meio Ambiente da Universidade de Boston, que liderou o estudo.

“Em vários casos, trata-se do uso do mesmo terreno, que se torna mais produtivo”, explica.

Em ambos os países, a produção de grãos, legumes e frutas aumentou entre 35% e 40% desde 2000.

Dois agricultores trabalham em plantação na ÍndiaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNa Índia, o aumento da vegetação é tributário principalmente da ampliação da agricultura; esta, no entanto, não contribui para a captura do carbono, como é o caso das florestas

Os poréns

Para os autores do estudo, em geral, as descobertas são boas notícias.

“Nos anos 70 e 80, na Índia e na China, a situação da perda de vegetação não era boa”, disse em comunicado à imprensa Rama Nemani, pesquisador da Nasa que participou do estudo.

“Nos anos 90 as pessoas perceberam isso, e hoje as coisas melhoraram”.

Mas os cientistas também fazem alertas e ressalvas.

Por exemplo, na Índia, o aumento na produção de alimentos depende da irrigação das águas subterrâneas. Se essa água acabar, a tendência pode mudar.

Além disso, estudiosos destacam que o aumento da vegetação em todo o mundo não compensa os danos causados ​​pela perda da cobertura natural em regiões tropicais, como o Brasil e a Indonésia.

“As consequências para a sustentabilidade e a biodiversidade desses ecossistemas permanecem”, diz o relatório.

Além disso, como Nemani explica à BBC News Mundo, “a terra dedicada à agricultura não ajuda a armazenar carbono, como é o caso das florestas”.

fonte: BBC

Bombas de sementes para reflorestar o planeta

A idéia de jogar sementes em cápsulas do ar não é nova, no entanto, só não foi realizada antes por não haver tecnologia para tal. Hoje é possível e várias empresas buscam alcançá-lo da maneira mais eficiente. Uma delas é a americana Lockheed Martin Aerospace, que afirma que com um bombardeio quase um milhão de árvores jovens podem ser plantadas por dia.
Através deste método de bombardeio com sementes, pode reduzir pela metade o custo em comparação com os métodos de plantio manual.
Além disso, aproveitam aviões que só podem ser usados em caso de guerra e com um objetivo positivo. Existem 2.500 bombardeiros C-130 em setenta países, esperando uma oportunidade de voar. Melhor jogar sementes do que jogar bombas. A empresa calculou que eles podem lançar mais de 3.000 bombas de sementes por minuto. Isso significa plantar 900.000 árvores em um dia.

As bombas de sementes são apontadas e projetadas para serem enterradas no solo na profundidade certa, como se tivessem sido plantadas à mão.
Alojado em plástico biodegradável, o solo artificial fornece alimento e umidade às sementes; até que se torne uma planta forte o suficiente para se sustentar. À medida que amadurece, a cápsula plástica derrete, deixando uma nova geração.
É uma iniciativa única de combate ao aquecimento global: reflorestamento maciço para criar florestas que absorvem carbono.
Algumas regiões que apostam em experimentar o novo método são o deserto do Sinai no Egito, as regiões da Floresta Negra derrubadas durante a Guerra Fria na Alemanha, bem como o norte da África, o Canadá, a Austrália e os Estados Unidos. Espero que mais países participem desse projeto para reflorestar o mundo.
Compartilhe essa idéia para salvar o planeta!
fonte: www.curiosidadesdaterra.com

Cratera se abre no meio de via na China, engole ônibus e deixa mortos

Um ônibus caiu em um enorme buraco que se abriu de repente em uma rua movimentada província de Qinghai, na China, na segunda-feira (13). Seis pessoas morreram e 16 ficaram feridas.

Imagens exibidas pela mídia estatal chinesa mostram o coletivo caindo na cratera, que chegou a cerca de 80 metros quadrados na cidade de Xining.Buraco engole ônibus na China e seis pessoas morrem

Buraco engole ônibus na China e seis pessoas morrem

Algumas pessoas se aproximaram na tentativa de ajudar os passageiros. A cratera se abriu ainda mais, e essas pessoas também caíram no buraco. Logo depois, aconteceu uma explosão. O acidente ocorreu por volta das 17h30 no horário local.

Incidentes como esse são comuns no país e são atribuídas às obras feitas em ritmo frenético, estimulado pelo crescimento econômico chinês.

fonte: G1

Austrália vai abater milhares de camelos com atiradores a bordo de helicópteros

Caçadores em helicópteros vão abater a tiros mais de 10 mil camelos no sul da Austrália. A razão? O calor extremo e a grave seca que atingem a região.

O sacrifício dos animais, que começou na quarta-feira (8) , tem previsão de durar cinco dias. Os caçadores pertencem ao Departamento de Meio Ambiente e Patrimônio da Austrália.

A decisão foi tomada depois que as comunidades aborígenes da região denunciaram que grupos de camelos estavam danificando estruturas em busca de água.

Eles estão andando pelas ruas em busca de água. Estamos preocupados com a segurança das crianças“, disse Marita Baker, da comunidade Kanypi.

Alguns cavalos selvagens também serão abatidos.

Austrália vai abater 10 mil camelos selvagens por causa da seca

É por isso que o sacrifício dos camelos não está diretamente relacionado à crise causada pelas queimadas.

O abate será realizado na reserva Anangu Pitjantjatjara Yankunytjatjara (APY), área onde vivem vários grupos de povos indígenas.

‘Pressão extrema’

“Há uma pressão extrema sobre as comunidades aborígines nas terras APY e suas atividades pecuárias com esses camelos em busca de água”, afirmou Richard King, diretor-geral da APY, em comunicado.

“Dada a seca prolongada e as grandes concentrações de camelos que ameaçam comunidades e a infraestrutura na APY, é necessário controlar os camelos imediatamente.”

“Estamos presos nestas condições de calor incômodas e sofrendo com a chegada dos camelos, eles estão derrubando cercas e se aproximando das casas para tentar obter água dos aparelhos de ar-condicionado”, acrescentou Marita Baker, membro do conselho executivo da APY.

Muitos desses camelos morrem de sede e brigam entre si por água.

“Em alguns casos, as carcaças dos animais contaminaram importantes fontes de água e áreas culturais”, vitais para os aborígenes da região.

Fora de controle

Esses camelos não são nativos da Austrália. Eles foram levados para o país no século 19 por colonizadores britânicos — e são provenientes da Índia, do Afeganistão e do Oriente Médio.

O número de camelos pode variar, mas estima-se que existam hoje centenas de milhares de exemplares em toda a parte central do país.

Os camelos danificam áreas ocupadas por humanos, incluindo cercas e equipamentos agrícolas. Além disso, bebem a água que seria destinada às pessoas que habitam essas áreas.

Eles também emitem gás metano, gás de efeito estufa que contribui para as mudanças climáticas.

Em entrevista à rede de televisão ABC, Richard King informou que vai aproveitar o momento em que os camelos se aproximarem da água para abatê-los.

“Isso nos dá a oportunidade de caçá-los quando estão juntos, porque eles geralmente se deslocam pelo deserto em pequenos grupos”, explicou King.

Milhares protestam contra política ambiental do governo da Austrália

Milhares protestam contra política ambiental do governo da Austrália

Incêndios florestais

A onda de incêndios florestais que atinge a Austrália já deixou 25 mortos desde setembro — e quase 2 mil casas foram destruídas pelo fogo, que consumiu pelo menos 5 milhões de hectares até agora.

Cerca de 800 milhões de animais também perderam suas vidas nos incêndios, que afetam particularmente o leste e o sul do país.

Na Austrália, os incêndios florestais são comuns nessa época do ano, mas nesta temporada a situação foi pior do que em anos anteriores. A cada década, faz mais calor no país, e a expectativa é que a situação continue a se agravar.

fonte: G1

Irã admite que derrubou avião ucraniano por engano; presidente diz que tragédia é ‘imperdoável’

O Irã anunciou neste sábado (11) que seus militares derrubaram sem intenção o avião ucraniano que caiu na quarta-feira (8) perto de Teerã. Na tragédia morreram 176 pessoas. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, chamou o desastre de “erro imperdoável”.

Militares informaram que o avião voava perto de um local sensível e foi derrubado devido a um erro humano. O comunicado lido na TV estatal diz que as partes ​​responsáveis serão punidas.

Aviação Civil do Irã apresentou imagem de caixa-preta do avião na sexta-feira (10) — Foto: Iran Press / AFP

Operador tomou ‘má decisão’

Amir Ali Hajizadeh, o comandante das forças aeroespaciais, afirmou que a Guarda Revolucionária aceita a responsabilidade plena pelo incidente.

A Guarda Revolucionaria explicou que o operador do sistema de defesa confundiu o avião com um míssil de cruzeiro.

Hajizadeh afirmou em uma declaração televisionada que o operador teve 10 segundo para decidir se iria disparar ou não, mas que ele tentou contatar seus superiores para obter a aprovação para efetuar o disparo, mas que o sistema de comunicação falhou e ele tomou “uma má decisão”.

O avião foi derrubado por um míssil de curto alcance, segundo ele.

O comandante revelou neste sábado (11) que já sabia que o avião ucraniano foi derrubado por um míssil desde o dia em que o incidente aconteceu, 8 de janeiro.

“Eu desejo que pudesse morrer sem testemunhar um acidente como esse”, disse Hajizadeh. “Naquela noite estávamos prontos para uma guerra total”, disse ele. As unidades de defesa estavam em alerta e havia reforço ao redor de Teerã.

A Guarda Revolucionária havia pedido para que aviões comerciais não voassem, mas o pedido não foi cumprido, de acordo com ele. Hajizadeh relatou que na própria quarta (8) ele já tinha conhecimento de como se deu a derrubada.

“Eu informei as autoridades, eles precisavam examinar e checar o acidente; daí, isso foi para (os superiores militares) que agiram rapidamente e dentro de 48 horas essas checagens foram feitas”, disse.

Líderes dizem que vão investigar de quem é a culpa

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, escreveu em uma rede social que uma investigação interna das Forças Armadas concluiu que a aeronave foi abatida por mísseis. Segundo o líder do Irã, as apurações sobre “essa grande tragédia e erro imperdoável” continuam.

O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, manifestou seus “profundos sentimentos” às famílias das vítimas e pediu para que as forças armadas “busquem os erros prováveis e a culpa no incidente doloroso”.

Armed Forces’ internal investigation has concluded that regrettably missiles fired due to human error caused the horrific crash of the Ukrainian plane & death of 176 innocent people.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cobrou um pedido oficial de desculpas de Teerã e pediu que as investigações sobre o desastre continuem.

Indícios

Canadá, Reino Unido e EUA diziam que o avião, um Boeing 737, foi abatido por um míssil iraniano, provavelmente por engano, e vários vídeos que apontam para esta tese foram postados nas redes sociais.

O Irã, entretanto, negava categoricamente a hipótese até a manhã deste sábado. Na sexta-feira (10), o chefe de aviação civil iraniano, Ali Abedzadeh, mostrou imagens da caixa-preta da aeronave e afirmou que qualquer declaração antes da análise dos dados seria “opinião”.

Destroços de avião ucraniano são vistos em Shahedshahr, sudoeste da capital Teerã, no Irã  — Foto: Ebrahim Noroozi/AP

Destroços de avião ucraniano são vistos em Shahedshahr, sudoeste da capital Teerã, no Irã — Foto: Ebrahim Noroozi/AP

O desastre ocorreu na madrugada de quarta (8), logo após o Irã disparar mísseis contra bases militares utilizadas pelas tropas americanas no Iraque, em resposta ao assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque dos EUA.

O voo PS752 da companhia Ukraine Airlines International (UAI) decolou de Teerã rumo a Kiev e caiu dois minutos depois. Todas as 176 pessoas que estavam a bordo morreram no desastre. A maioria das vítimas era iraniana-canadense, mas também havia britânicos, suecos e ucranianos.

Um vídeo de cerca de 20 segundos mostra imagens de um objeto luminoso que sobe rapidamente para o céu e toca o que parece ser um avião.

O vídeo foi publicado por vários meios de comunicação, como o jornal “The New York Times”.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que o Canadá tinha “informações de várias fontes” indicando que “o avião foi abatido por um míssil iraniano”, acrescentando que “não foi intencional”.

Antes, o presidente americano Donald Trump falou “suspeitas” sobre a queda do avião ucraniano. “Estava voando em uma área bastante difícil e alguém poderia ter se enganado”.

Queda de avião ucraniano no Irã — Foto: Roberta Jaworski e Rodrigo Sanches/G1

Queda de avião ucraniano no Irã — Foto: Roberta Jaworski e Rodrigo Sanches/G1

Caixa-preta

Na sexta-feira (10), o Irã apresentou a caixa-preta da aeronave e prometeu anunciar a causa da queda do Boeing neste sábado. Em uma entrevista coletiva em Teerã, o presidente da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO), Ali Abedzadeh, tinha negado que o avião foi derrubado.

“Uma coisa é certa, este avião não foi atingido por um míssil”, disse. Entretanto, Abedzadeh afirmou que as informações das caixas-pretas eram cruciais para a investigação. “Qualquer declaração antes da extração dos dados é uma opinião de especialistas”.

Autoridades dos Estados Unidos entregaram ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski “dados importantes sobre a catástrofe”, segundo anunciou Kiev.

“Junto com o presidente Zelenski nos reunimos com autoridades americanas e recebemos informações que serão tratadas por nossos especialistas”, disse no Twitter o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Vadym Prystaiko.

Cerca de 50 especialistas ucranianos chegaram a Teerã na quinta-feira para participar da investigação e da análise das caixas-pretas. Uma equipe canadense de dez pessoas está “a caminho” para tratar de questões relacionadas às vítimas.

A agência canadense de segurança nos transportes aceitou um convite da autoridade de aviação civil iraniana para participar da investigação.

Apenas alguns países do mundo, incluindo Estados Unidos, Alemanha e França, têm a capacidade de analisar caixas-pretas.

FONTE: G1