Com ameaça ao bioma da região, substituição de árvores é solicitada na Câmara

O tema ambiental ganhou destaque na última sessão da Câmara Municipal, realizada no dia 10/07. O vereador Lelo Pagani (PSDB) levou para discussão no plenário a ameaça que o bioma regional está sujeito por conta da presença de uma espécie de árvore que não é nativa. Conhecidas como Bisnagueira, a Spathodea campanulata é de origem africana e, de acordo com definições da Convenção Sobre Diversidade, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a espécie é classificada no município como invasora, já que ela não é endêmica do bioma, representando ameaça para as espécies nativas, para a saúde e economia humana e para o equilíbrio dos ecossistemas que vai ocupando.

Com o objetivo de fazer o controle da situação, que ameaça, principalmente, as abelhas e beija-flores, o parlamentar apresentou um requerimento, solicitando a substituição desta espécie por plantas nativas e frutíferas. No documento que foi oficiado ao Prefeito, Mário Pardini, ao Secretário de Zeladoria e Serviços, Paulo Sérgio Alves, e ao Secretário do Verde, Fillipe Martins De Morais, o parlamentar fez ainda outros pedidos, como o levantamento da quantidade de árvores da espécie Spathodea campanulata  existentes no município, a previsão para rever o Código de Arborização Urbana, visando proibir o plantio desta espécie em nosso município, e se existe um planejamento para a criação do Plano de Arborização Urbana, para que o correto plantio de espécies seja realizado na cidade.

“Este assunto chegou recentemente ao meu conhecimento e eu fui me aprofundar sobre os impactos negativos da manutenção desta espécie, que não é nativa. Ela prejudica a população de insetos nativos, principalmente as abelhas, declaradas como os seres vivos mais importantes do mundo por impactarem em 90% da produção global de alimentos e serem fundamentais para a reprodução de 250 mil espécies botânicas. E o problema se estende, pois isso vai impactar e trazer prejuízos às famílias que dependem da apicultura e meliponicultura como fonte de renda na cidade. Então, é algo para ser revisto com urgência, assim como o Plano de Arborização Urbana, para que haja planejamento, estrutura e monitoramento sobre o plantio correto”, disse o vereador Lelo Pagani.

“Manter o plantio de espécies exóticas invasoras em nosso município pode acarretar em grande desequilíbrio biológico, perda de espécies de insetos essenciais para a polinização das plantas nativas, além de gerar um impacto negativo nas gerações futuras”, completou o parlamentar.

O pedido recebeu apoio dos demais parlamentares da Câmara.

A espécie – Em seu bioma de origem, a Spathodea campanulata é polinizada, principalmente, por aves e possui mecanismos para se proteger contra os insetos que procuram utilizá-la para alimentação. As paredes internas das suas flores são muito escorregadias, fazendo com que os insetos visitantes caiam e morram em seu interior. Pesquisas apontam a presença de proteínas tóxicas e compostos químicos como terpenos, esteroides e carboidratos acetilados em seu néctar, como estratégia adicional de defesa contra a herbivoria.

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