A destinação incorreta de resíduos sólidos no Brasil impacta diretamente a saúde de 77,65 milhões de brasileiros todos os anos, além de gerar um prejuízo estimado em US$ 1 bilhão em custo ambiental e tratamento de saúde.
O dado é do Atlas de Resíduos de Territórios Brasileiros para Parcerias Público-Privadas de Manejo de Resíduos Sólidos, divulgado nesta terça-feira (26).
O estudo mostra que 92% dos resíduos são atendidos pelo serviço de coleta do país. Desse volume, 40,5% recebe destinação inadequada, 23% vai para locais que não contam com processo de impermeabilização do solo e 17,5% vai para lixões a céu aberto. Apenas 8% do lixo não é coletado.
A pesquisa também revela falhas graves no saneamento básico. De todo esgoto gerado no país, 45,9% não é coletado. Do volume coletado, mais da metade (50,9%) não é tratado antes de chegar a natureza.
Segundo o estudo, a ausência de coleta de esgoto faz com que 99 milhões de brasileiros descartem o lixo em fossas ou em rios.
O impacto desse cenário é impactante na saúde dos brasileiros. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que 15 mil pessoas morrem por ano por doenças relacionadas à falta de saneamento básico.
O Atlas aponta que o enfrentamento desse problema não exige apenas recursos financeiros e tecnologias adequadas, mas também um “arranjo institucional capaz de promover escala, eficiência e continuidade a prestação de serviços”.
Nesse cenário, as PPPs (Parcerias Público-Privadas) são apontadas como soluções estratégicas para que os resíduos sejam destinados corretamente. Elas permitem que o setor privado invista em tecnologias como aterros sanitários modernos, usinas de reciclagem e geração de energia a partir de biogás.
O estudo estima que será necessário um investimento total de cerca de R$ 31,3 bilhões para destinar corretamente os resíduos no Brasil. Com o recurso, mais de 90 milhões de resíduos poderão ser reciclados por ano. Entre eles, plástico, vidro, metal e papel.
Fonte: PORTAL R7
FOTO: Leopoldo Silva