Especialista do Senac orienta sobre o processo de inclusão nas empresas 

Setor de recursos humanos precisa estar preparado para contribuir com a acessibilidade ao mundo corporativo; unidade de Botucatu está com inscrições abertas para Programa Educação Trabalho

Dados do IBGE apontam que 24% da população brasileira (45 milhões de pessoas) possui algum tipo de deficiência, no entanto, menos de 1% trabalha no mercado formal, com carteira assinada. Para aprofundar esses números, o governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizou a Pesquisa

“Pessoa com Deficiência e o Emprego”, constatando que todos os participantes (49%) nunca tiveram oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Além disso, quase 20% sentem que as empresas não os veem como profissionais em potencial, porque se atentam à deficiência e não a sua habilidade.

Edmee de Campos Rodrigues, docente da área de desenvolvimento social do Senac Botucatu, esclarece que é muito comum as pessoas com deficiência serem julgadas, colocando em evidência sua limitação para desenvolver uma atividade, em vez de explorar suas potencialidades e pontos fortes. “A palavra que define essa maneira de agir é capacitismo, ou seja, a atitude de subestimar e desacreditar que a pessoa com deficiência é capaz de ter um projeto de vida, ser produtiva e trazer retorno para a sociedade.”

No Brasil, a Lei 8.213/1991 garante o acesso de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho, determinando que empresas com 100 ou mais funcionários disponibilizem de 2% a 5% das suas vagas aos profissionais com esse perfil. Para Edmee, a inclusão desse grupo de pessoas no mundo corporativo é um desafio possível de ser superado.

“Precisa-se compreender que ter pessoas com deficiência no quadro de colaboradores não é uma questão para cumprir a cota obrigatória por lei, mas, sim, trata-se de um processo real de inclusão e de oportunidade para profissionais qualificados e capazes de desempenhar suas atividades.”

Entretanto, contratar uma pessoa com deficiência exige da empresa e do setor de recursos humanos algumas intervenções que garantam a real acessibilidade desses funcionários. E não se tratam apenas de adaptações arquitetônicas e estruturais, mas também tecnológicas, por meio de recursos assistidos que podem garantir a produção com assertividade.

“Além da estrutura física, é preciso capacitá-los para a função a qual foram contratados e garantir que se sintam incluídos no ambiente de trabalho. Uma possibilidade é a empresa formar e capacitar uma comissão interna responsável por viabilizar que o ambiente organizacional seja inclusivo e respaldado pelas normas de acessibilidade”, sugere.

A tecnologia também é uma aliada à acessibilidade, e alguns aplicativos podem ajudar na inclusão:

⦁ Hand Talk – ferramenta que traduz texto e voz para Libras;
⦁ CPqD Alcance – aplicativo que faz a narração automática para pessoas com deficiência visual;
⦁ Guia de Rodas – ferramenta que ajuda a consultar acessibilidade de estabelecimentos. Ela é colaborativa e permite avaliações também para ajudar pessoas com dificuldade de locomoção.

Para apoiar esse processo de inclusão de pessoas com deficiência no mundo corporativo, o Senac Botucatu oferece o Programa Educação para o Trabalho – trampolim, que prepara os alunos para a inserção no ambiente profissional e para a convivência social. Para mais informações, acesse o Portal: https://www.sp.senac.br/senac-botucatu

Serviço:
Senac Botucatu
Local: Rua Dr. Rafael Sampaio, 85, Boa Vista – Botucatu/SP
Informações e inscrições: www.sp.senac.br/botucatu
Janeiro/2022

 

 

Sobre Fernando Bruder

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