A pandemia impactou a vida de famílias inteiras e desestruturou a atuação de profissionais, que precisaram reorganizar a maneira como lidam com o dinheiro, seus ganhos e gastos. Ainda que seja um período desafiador, a Serasa Experian divulgou um estudo que apontou a redução da população inadimplente no país. Segundo o levantamento, em dezembro de 2020, o número de negativados foi 3,1% menor que no mesmo mês de 2019, evidenciando um maior controle financeiro do brasileiro.
Para Renan Nicolau, docente da área de gestão e negócios do Senac Botucatu, esse cenário está ocorrendo graças à conscientização da população em quitar seus compromissos diante de um período de incertezas. “Muitas pessoas perceberam que o melhor a fazer neste momento é priorizar gastos e saldar dívidas. Organizar as finanças pessoais é sempre um desafio, entretanto, esse hábito virá acompanhado de tranquilidade e estabilidade”, explica.
De acordo com o docente, o primeiro passo para organizar as finanças é identificar todas as receitas, contas fixas, data de recebimento e vencimentos. Em seguida, definir os valores a serem gastos com cada tipo de despesa. “Essas atitudes serão essenciais para não estourar o orçamento. É importante também envolver a família no planejamento, assim todos contribuem e são responsáveis por alcançar o objetivo definido, que é o alívio financeiro.”
No entanto, ter o domínio das finanças pessoais requer disciplina e, para que a prática seja de fato incorporada ao dia a dia, a dica é anotar todos os valores gastos com despesas fixas e eventuais. “Trata-se de uma maneira de visualizar o que se gastou e identificar as saídas de dinheiro que acontecem sem perceber. Por exemplo, um cafezinho, um lanche, uma compra por impulso podem ser vilões do planejamento financeiro sem percebermos”, ressalta Renan.
Para ajudar nesse processo, a pessoa deve escolher a metodologia que melhor se adapta a sua rotina e que será uma aliada. Hoje, existem aplicativos gratuitos e planilhas eletrônicas, além do bom e velho caderno. “Não existe a melhor metodologia, mas, sim, aquela que atende à necessidade e é útil. Não adianta utilizar uma planilha eletrônica se você não conseguir preenchê-la corretamente”, orienta o docente.
Da organização para a independência financeira
Depois de mapear o fluxo de entrada e saída de receitas, despesas e definir as prioridades, o próximo passo é traçar uma estratégia que vislumbre uma meta, ou seja, aonde quer chegar financeiramente. Para quem possui dívidas, é fundamental relacioná-las e fazer o levantamento do saldo devedor, identificando aquelas que a taxa de juros é mais alta. “Dívidas como as de cartão de crédito ou cheque especial devem sempre ser a primeira opção de quitação. Para isso, entre em contato com o credor e negocie. Uma dica valiosa é só assumir um acordo se o valor combinado couber no seu bolso e você tiver a certeza de que conseguirá saldar.”
E para aqueles que já estão com sua movimentação financeira mapeada e não possuem dívidas, Renan indica guardar dinheiro e fazer uma reserva para situações emergenciais, como a atual. “Defina um valor de reserva e faça disso uma despesa mensal. Tendo esse compromisso, fica mais fácil encaixar no orçamento. Assim, em momentos de imprevistos, saber que há um fundo extra é tranquilizador.”
Serviço:
Senac Botucatu
Local: Rua Dr. Rafael Sampaio, 85, Boa Vista – Botucatu/SP
Informações e inscrições: www.sp.senac.br/botucatu