Jovens são impedidos de realizar pedágio em Botucatu

Estudantes do ensino médio de uma escola particular de Botucatu foram alvo de suposto abuso de poder por parte de funcionários do CRAMI (Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus Tratos na Infância) durante uma ação de pedágio para angariar fundos para a sua formatura. O incidente ocorreu na tarde de ontem, 07 de fevereiro, quando os alunos se reuniram nas ruas da cidade para solicitar contribuições financeiras da comunidade local.

Segundo relatos dos estudantes, os funcionários do CRAMI abordaram o grupo de jovens de maneira intimidadora, alegando que estavam realizando uma atividade ilegal e que deveriam interrompê-la imediatamente. Os estudantes afirmam que foram constrangidos e ameaçados com possíveis consequências legais para eles, e os pais dos estudantes, se continuassem com o pedágio. Alegaram que a prática se tratava de “Trabalho Escravo” e que elas iriam “chamar o Conselho Tutelar e seus pais indiciados criminalmente“. Um pai de uma das estudantes, Sr Henrique Herbst expressou sua indignação ressaltando que os pais autorizaram os jovens a irem para a ação nas ruas e que nunca houve impedimento desse tipo de ação na cidade que inclusive é muito praticado pelos jovens de todas as classes sociais da cidade e ressaltou ainda que a mesma prática é feita por jovens desportistas que não recebem patrocínio para as competições do poder público, e até por jovens de igrejas. E que abordagens como essa nunca haviam sido feitas. Herbst ainda completa que a cidade não oferece oportunidades para os jovens, nem para se expressarem livremente, mas que com 16 anos já podem votar. “(…) é muita incoerência, nenhum desses jovens vive em situação de rua. Todos estudam em colégio particular e tem suas famílias consolidadas (…)”.

No entanto, os alunos argumentam que estavam realizando uma atividade comum para arrecadar fundos para a sua formatura, visando apenas custear despesas relacionadas à celebração de conclusão do ensino médio da turma do 3o ano. Eles enfatizam que estavam agindo de maneira pacífica e organizada, sem infringir qualquer lei ou regulamento municipal. E que em nenhum momento, causaram qualquer tumulto nas avenidas Dom Lúcio e Vital Brasil.

A atitude dos funcionários do CRAMI gerou indignação entre os estudantes, pais e membros da comunidade, que expressaram apoio aos jovens e repúdio ao suposto abuso de poder. Nas redes sociais, diversas mensagens de solidariedade foram compartilhadas, enquanto alguns internautas exigiram uma investigação completa sobre o incidente.

Em resposta às acusações, a redação do Alpha Notícias, procurou o Conselho Tutelar no qual não foi encontrada a Conselheira responsável pelo turno, até o encerramento dessa matéria. Foram procurados também, a direção do colégio em que os estudantes cursam o ensino médio e a Diretoria de Ensino do Estado em Botucatu e ambas justificaram que:

“(…) Como o ocorrido foi do lado de fora da escola, nem a Direção do Colégio, nem a Seduc teria governabilidade sobre o tema (…)”.

A Delegacia de Ensino acrescentou ainda que :

“(…) A Diretoria de Ensino de Botucatu trata apenas da parte pedagógica das escolas privadas (…)”.

Além disso, a Secretária de Assistência Social de Botucatu, Rosemary Pinton, à qual o CRAMI é vinculado, emitiu uma declaração, via WhatsApp para a redação do Alpha Notícias, informando que “Existe um trabalho no município de sensibilização e conscientização em relação a exposição de crianças e adolescentes nos semáforos e pedágios”, mais tarde questionada novamente, disse que estava em reunião e que retornaria com um posicionamento, mas até o encerramento desta matéria e fechamento da Secretaria, em questão, a mesma não retornou com um posicionamento. A Direção do CRAMI também foi procurada, mas fomos informados que “(…) A Diretora do CRAMI está de férias só retornará, à Instituição, após o Carnaval e não tinha nenhuma pessoa responsável para falar sobre o ocorrido (…)”.

Enquanto isso, os estudantes afirmam que não serão desencorajados pela experiência negativa e planejam continuar buscando maneiras legítimas de arrecadar fundos para a sua formatura. Eles esperam que o episódio sirva como um alerta para a importância da conscientização sobre os direitos dos jovens e a necessidade de garantir seu espaço para a participação cívica e comunitária.

Sobre FERNANDO BRUDER TEODORO

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