O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na sexta-feira a criação de um Estado palestino e voltou a acusar Israel de “genocídio” na Faixa de Gaza.
“O que o Governo do Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinadas”, sublinhou o chefe de Governo brasileiro na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma mensagem, Lula sublinhou que faz esta acusação “da mesma forma” que disse, quando estava na prisão, “que não aceitaria acordo para sair da prisão e que não trocaria a liberdade pela dignidade“.
Israel considerou Lula da Silva ‘persona non grata’ depois do chefe de Estado brasileiro ter comparado, em 18 de fevereiro, as ações israelitas na Faixa de Gaza ao Holocausto cometido pelos nazis alemães contra os judeus na II Guerra Mundial.
As declarações de Lula da Silva desencadearam várias reações diplomáticas, com o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, a convocar o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para um encontro diplomático no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
De seguida, o Governo brasileiro convocou o embaixador israelita em Brasília e chamou para consultas o embaixador brasileiro em Telavive.
Na quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que, num encontro com Lula da Silva, em Brasília, no dia anterior, manifestou repúdio pela comparação feita pelo Presidente brasileiro.
Blinken, cujo pai adotivo foi um sobrevivente do Holocausto, observou que, apesar do comentário de Lula da Silva, os Estados Unidos e o Brasil concordam com a necessidade de conseguir a libertação dos reféns do Hamas e um cessar-fogo humanitário em Gaza.