Parte dos donativos arrecadados para o Rio Grande do Sul ainda estão em Botucatu

Uma empresa de transporte de Botucatu e uma emissora de rádio local, fizeram uma campanha de arrecadação em maio, deste ano, para enviar donativos aos moradores do Rio Grande do Sul, devido às fortes chuvas que causaram as inundações que assolaram aquele estado. Os caminhões receberam as doações da população botucatuense, estacionados em frente à Catedral do dia 03/05 ao dia 12/05 e a saída do comboio ocorreu no dia 17/05.

O que nossos moradores nem imaginavam é que boa parte desta arrecadação nunca saiu de Botucatu. A reportagem da REDE ALPHA obteve informações que esse material seria distribuído na próxima semana às igrejas e OSCs (Organizações de Sociedade Civil) de Botucatu. Estes donativos estavam sendo guardados há cerca de três meses em um galpão localizado no Distrito de Rubião Junior, na antiga CEAGESP.

A equipe de jornalismo da REDE ALPHA procurou a secretária de Ação Social, Rosemary Pinton, alegou que o Governo do Rio Grande do Sul solicitou que não enviassem mais nenhum tipo de donativos para a região afetada pelas chuvas. Elucidou que os donativos são apenas de roupas usadas. Informou também que a empresa de transportes e a emissora de rádio, em questão, seriam as únicas responsáveis pela coleta e envio dos donativos até o Rio Grande do Sul e que a Secretaria de Ação Social foi procurada para fazer essas distribuições entre entidades filantrópicas de Botucatu.

Fontes informaram que a própria secretária chegou a criar um grupo de Whatsapp para que as entidades fizessem um cadastro destas instituições para o rateio. Abaixo segue o questionário feito pela plataforma do Google Formulários, enviado pela Secretaria de Ação Social às instituições, na data de hoje, 16/08.

 

 

O Governador do Rio Grande do Sul não recusou recebimento de doações

Segundo o Jornal Valor Econômico, importante órgão de imprensa da capital paulista no dia 15 de maio, o Governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite (PSDB), pronunciou-se em relação a interpretação de que estaria recusando doações do Brasil e do exterior ao seu estado.

“Em nenhum momento eu tive a menor intenção de inibir ou desprezar as inúmeras doações que o Brasil e o mundo estão fazendo para ajudar o nosso Rio Grande nessa reconstrução. São todas as doações muito importantes e bem-vindas.”

 A Campanha de arrecadação também teve um amplo apoio da Prefeitura de Botucatu com divulgação inclusive nas redes sociais e no site oficial. Isso não descarta a responsabilidade da mesma na fiscalização e destinação correta dos donativos.

As pessoas que procuraram a nossa Redação apresentaram vários questionamentos que até o momento não obtivemos respostas. ]

  1. Se não houve recusa dos donativos por parte do Governo do Rio Grande do Sul por que eles não foram encaminhados posteriormente?
  2. Quanto de donativos realmente chegaram ao RS provenientes de Botucatu?
  3. Por que não foi amplamente divulgado, na época, que parte das doações não foram para o RS?
  4. Por que depois de tantos meses de inverno esses donativos não foram entregues à população carente? A necessidade urgente dessas pessoas, não era suficiente para motivar essa partilha?
  5. Já que tinham tantos donativos guardados, por que, mesmo assim, realizaram a Campanha do Agasalho em Botucatu?
  6. Por que fazer a doação para estas entidades e não diretamente para a população, em período que antecedesse ao inverno?
  7. Por que só agora, no período de Campanha Eleitoral, resolveram fazer a distribuição destes donativos para ONGs e entidades religiosas?
  8. Se o governador do Rio Grande do Sul, no dia 15/05, explicou que não estavam recusando os donativos para a Imprensa Nacional e o comboio de caminhões em Botucatu saiu para fazer as primeiras entregas no dia 17/05; porque, mesmo assim, esses donativos continuaram retidos em Botucatu?

A Secretária Rosemary Pinton assegurou que a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Botucatu entraria em contato com nossa equipe para elucidação destas questões. Mas, até o fechamento desta matéria não recebemos qualquer posicionamento oficial.

A REDE ALPHA fica no aguardo para esclarecimentos destas questões; bem como, da empresa de transportes e da emissora de rádio envolvidas.

Sobre Fernando Bruder

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