O governo do estado de São Paulo montou um gabinete de crise para enfrentar o aumento de casos de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A medida foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta terça-feira, 30 de setembro.
Situação Atual dos Casos
Até o momento do anúncio, foram registrados:
1 morte confirmada por metanol
4 mortes sob investigação
5 casos confirmados de intoxicação por metanol
17 casos suspeitos de intoxicação por metanol
Total de 22 casos (suspeitos e confirmados)
Estratégia de Combate e Tratamento
O comitê de crise terá as seguintes frentes de atuação:
Interdição de estabelecimentos com ocorrências de suposta venda de bebidas adulteradas
Abertura de canais de denúncias, incluindo o Procon
Estruturação da rede de saúde para o atendimento das vítimas
O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, garantiu que as unidades de saúde já possuem o “antídoto” para o metanol e alertou para a importância de buscar atendimento médico imediatamente ao surgirem os primeiros sintomas, como dor abdominal, náuseas e vômito
Esclarecimento sobre o PCC
O governador Tarcísio de Freitas negou que haja evidências ligando a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) à adulteração das bebidas com metanol, refutando as especulações de que o crime organizado estaria por trás dos casos.
Alerta Nacional e Recomendações
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), emitiu um alerta. Diferentemente de outros casos de intoxicação por metanol (que antes envolviam o uso deliberado de combustível por moradores de rua), o cenário atual de consumo em “cenas sociais de consumo alcoólico” pode resultar em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e alta letalidade.
A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) publicou uma nota técnica com recomendações urgentes para estabelecimentos que comercializam bebidas (como bares, restaurantes, mercados e plataformas de e-commerce) e para os consumidores
Para Estabelecimentos
Adquirir bebidas apenas de fornecedores formais com CNPJ ativo e regular
Exigir nota fiscal e conferir a chave de segurança na Receita Federal
Não receber garrafas com lacre/rolha violados, rótulos desalinhados/de baixa qualidade, sem identificação do fabricante/importador, ou sem a identificação de lote legível
Realizar dupla checagem (rastreabilidade)
Para Consumidores (Sinais de Alerta)
Preços muito abaixo do mercado
Odor incompatível com o da bebida
Aparecimento de sintomas indesejados como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência
ATENÇÃO: A nota técnica reforça para não realizar “testes caseiros” (cheirar, provar, acender), pois não são seguros nem conclusivos.
Este surto exige uma resposta rápida das autoridades sanitárias e um alerta à população, especialmente no início do fim de semana, período de maior consumo de bebidas alcoólicas.
Foto: Divulgação
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