Acabou?

Fiquei uns tempos sem escrever minhas crônicas. Foi de propósito. Só se falava em eleição. E o nível das falas era sofrível, só se viam ou ouviam ofensas, palavrões. Não eram discussões ou exposição de ideias. Eram brigas verbais. Em alguns casos, até físicas. E nada de útil foi tirado disso. Preferi ficar de fora. Não tenho mais idade para ofender ou para ser ofendido. Aliás, nem sei se existe alguma idade para isso. Ninguém deveria ter o direito de ofender alguém, só porque não compactua de suas ideias. Ninguém deveria ter o direito de ofender alguém por motivo algum.

E agora? Acabou? Bem, para alguns, sim. Para outros, ainda temos algumas semanas de discussões e debates. Espero que tenham aprendido que, com ofensas, não dá certo. O povo, de uma maneira geral -tirando os fanáticos – não tem mais saco para presenciar brigas verbais ou físicas. Isso cansa. Causa desânimo. As pessoas querem ser convencidas de que seu estado ou seu país pode ser bem governado, com propostas palpáveis, não com palavrões inúteis. As brigas devem ser esquecidas, para que se respondam determinadas questões? Quem será melhor para o Brasil ou para o Estado? Com o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa eleitos, quem terá mais facilidade de governar? O que poderá acontecer com o país ou com o estado se este ou aquele for eleito?

O que a gente viu nessas eleições é que algumas coisas não deram certo. As pessoas que exageraram no radicalismo não conseguiram grandes votações. O PSDB do Dória não é o mesmo PSDB de outras lideranças passadas. Não conseguiu nada em São Paulo, onde nasceu, nem no Brasil, o qual já governou. Os institutos de pesquisa precisam melhorar seus métodos. Nos casos mais importantes, erraram feio. Vejam o caso do senador de São Paulo. O vencedor nunca esteve em primeiro lugar nas pesquisas. No caso do Brasil, a disparidade dos números nos leva a acreditar que a metodologia não é correta. Vejam que não estou falando em idoneidade. Estou dizendo que a metodologia utilizada é ruim. E o engraçado é que os erros foram semelhantes em todos os institutos. Isso vai mudar para o segundo turno?

Algumas coisas misteriosas ainda acontecem em eleições. Por exemplo, pela terceira vez consecutiva o palhaço Tiririca foi eleito deputado federal. É bem verdade que entre a primeira votação e a de agora há uma disparidade muito grande. Só que quem se elege com um milhão de votos e o que se elege com menos de cem mil têm o mesmo tipo de posse e de mandato. E como ele nunca fez nada nos mandatos anteriores, não terá mais ou menos prestígio na Câmara Federal. Continuará não fazendo coisa alguma.

Para terminar, Botucatu ficou sem representante na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. É preciso que nossas lideranças analisem os erros e os acertos. Havia candidatos que mereciam mais votos dos botucatuenses.

BAHIGE FADEL

Sobre FERNANDO BRUDER TEODORO

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