Resolvi, mais uma vez, revelar meus desejos para o novo ano. Sempre que fiz isso, não deu certo. Mas quem sabe se desta vez as coisas mudam? Já pensaram se dá certo? Uau! Vai ser demais. Para facilitar as coisas, vou reduzir minhas vontades ao essencial. Nada de exorbitâncias. Daí, seria abusar demais da sorte ou do destino. Desta vez vou ser mais comedido. Franciscano, até. Tem que dar certo. Não vou desejar, por exemplo, que o meu São Paulo Futebol Clube seja campeão brasileiro. É mais fácil boi voar do que o São Paulo ser campeão brasileiro. Campeão paulista já foi um milagre. A gente está dando graças a Deus por não ter caído para a segundona. Como eu já disse anteriormente, o São Paulo é incaível.
Então, está resolvido. Só vou desejar coisas simples. Assim, já descartei uma campanha eleitoral civilizada. Desejar isso é programar uma decepção para breve. E não estou a fim de ter uma tremenda decepção com data marcada. A selvageria vai imperar nessa campanha eleitoral. O cheiro da campanha eleitoral será terrível. Pode ser que eu agradeça à COVID ´por ter me tirado o olfato. Assim, só vou ouvir dizer da aca que será a campanha eleitoral do próximo ano. Eu desejando ou não, vai haver briga de foice no escuro. Uns vão vender a mãe na campanha. Outros vão vender e entregar.
Desse pedido já desisti. Não vou pedir o impossível. Assim, também não vou desejar que o Brasil seja campeão mundial de futebol. Nem que a vaca tussa. Ser campeão com quem? Com o nosso grande ídolo marqueteiro Neymar Júnior, eternamente machucado nos momentos decisivos? Com quem mais? Com Pelé, Didi, Tostão, Jairzinho, Zico, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Romário, Bebeto, Vavá, Garrincha? Mas eles não jogam mais? Com Messi, Cristiano Ronaldo, Mbapeé, Benzemá? Mas eles não jogam pelo Brasil. As seleções deles são de outros países. Então, nem pensar. Desejar que o Brasil seja novamente campeão mundial de futebol é desejar o impossível. E como eu já disse, só vou pedir coisas simples.
Então, vamos lá. Desejar o quê? Que a educação brasileira seja de primeira qualidade? Que esteja entre as melhores do mundo? Querer a gente quer, mas… Eu já tinha prometido que só desejaria coisas mais viáveis. É que eu estou na educação há tantos anos, já ouvi tantos discursos com promessas, já vi tantas reformas mirabolantes com resultados pífios, que não tenho mais coragem desejar uma educação de primeira qualidade. Desejar uma pequena melhora, vá lá. Mas desejar que a coisa de lata vire ouro é muito. É impossível. As nossas autoridades estão interessadas em propagarem reformas, não em obterem bons resultados. Deve haver algum motivo para isso, que eu não entendo. Não vou desejar. Seria outra decepção.
Desejar que os políticos parem de mentir? Que parem de pensar mais em si mesmos do que no povo? Que cumpram com suas promessas de campanha? Que cuidem mais de otimizar as atividades do que de criar novos impostos, que empobrecem ainda mais a população? Que não sejam lobos em pele de cordeiro? Mas isso seria um sonho, não um desejo. Se eu desejar isso, com certeza, vou me decepcionar.
Quer saber? Só vou desejar um feliz Natal e um ano novo bem melhor do que este que está terminando. Que o coronavírus não nos perturbe tanto. Vamos ver se dá certo.
BAHIGE FADEL