Cerca de 60 funcionários das empresas de ônibus Reta Transportes e Pontual assinaram um abaixo-assinado solicitando o reajuste dos pagamentos dos motoristas, que estão abaixo da média regional, e dos cobradores, que recebem menos que o salário mínimo paulista.
Além disso, os trabalhadores questionam a prática de os motoristas terem que dirigir e cobrar ao mesmo tempo, caracterizando acúmulo de função e expondo-os a riscos significativos.
Os funcionários das duas empresas destacam que os salários dos motoristas estão defasados em relação à média da região. “Enquanto outras empresas pagam um valor justo e compatível com o mercado, estamos recebendo menos e, ainda por cima, tendo que acumular funções”, relatou um motorista que preferiu não se identificar.
Já os cobradores enfrentam uma situação ainda mais crítica, com salários abaixo do mínimo estadual. “É um desrespeito completo com o nosso trabalho. Não conseguimos sustentar nossas famílias com o que ganhamos atualmente”, comentou um cobrador.
A questão do acúmulo de função é outro ponto crucial na reivindicação dos trabalhadores. Segundo eles, o fato de os motoristas terem que dirigir e cobrar ao mesmo tempo aumenta os riscos de acidentes e compromete a segurança dos passageiros. “Não é seguro para ninguém. Estamos sobrecarregados e isso pode resultar em situações perigosas no trânsito”, alertou outro motorista.
Na manhã desta terça-feira (06), a empresa Reta Transportes, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Manuel e Região, convocou uma assembleia para discutir as demandas dos funcionários e tentar chegar a um acordo. No entanto, a assembleia foi abruptamente cancelada.
O sindicato alegou que não foi informado previamente sobre as demandas apresentadas pelos trabalhadores. Segundo representantes sindicais, as questões seriam levadas ao presidente do sindicato, que remarcaria a assembleia, mas sem previsão de data.
Após o cancelamento da assembleia, nossa equipe tentou entrevistar a Dra. Leila, advogada do sindicato, que se recusou a conversar.
Diante da falta de respostas e da situação precária em que se encontram, os funcionários das empresas Reta Transportes e Pontual afirmam que, se não houver um acordo, iniciarão uma greve geral na cidade. “Estamos unidos e dispostos a lutar por nossos direitos. Se não tivermos um retorno positivo, vamos parar tudo”, declarou um dos líderes do movimento.
A possível paralisação dos serviços de transporte causaria um grande impacto na cidade, afetando milhares de usuários que dependem diariamente dos ônibus para se deslocarem.
A situação segue em desenvolvimento, e novos desdobramentos são aguardados nas próximas semanas. A expectativa dos trabalhadores é que o sindicato e as empresas se mobilizem rapidamente para atender às reivindicações e evitar uma greve geral.
A Rede Alpha continuará acompanhando de perto os acontecimentos e trazendo atualizações sobre o caso.
Matheus Kruze
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