Guardar dente de leite é medida para armazenar células-tronco e usá-las no futuro JESSICA KRIEGER

Muitas mães fazem questão de guardar os dentinhos de leite dos filhos em uma caixinha, como lembrança. Mas talvez elas nem imaginem o valor que isso pode ter para a criança no futuro.

Por que guardar dentes de leite?

Na verdade, uma caixinha no fundo da gaveta está longe de ser a melhor maneira de armazenar um bem tão importante quanto as células-tronco presentes na polpa dos dentes de leite.

As células-tronco da polpa do dente de leite são mesenquimais, um tipo bem mais versátil em relação ao material coletado do sangue do cordão umbilical, que pode se transformar em vários tipos diferentes de tecido.

No entanto, como explica a médica Mariane Secco, a retirada do dente deve respeitar alguns cuidados, e ele deve ser guardado em potes específicos para sua coleta, fornecidos pelo laboratório responsável pelo armazenamento.

Segundo ela, quando mais jovens as células-tronco, melhor será a qualidade do material. O melhor de tudo é que os pais têm várias chances, em vários dentes, de fornecer ao filho um recurso que pode ser decisivo no futuro – ao contrário do sangue do cordão umbilical, que só pode ser retirado logo após o parto.

A ciência tem avançado em alta velocidade em relação ao uso de células-tronco no tratamento de várias doenças. Testes clínicos revelam a sua contribuição no combate à diabetes, cirrose hepática, fraturas ósseas e queimaduras de alto grau. Muitas vezes, por falta de conhecimento, o material não é coletado no momento do nascimento do tecido do cordão umbilical (que é uma das fontes de células-tronco) e os pais lamentam terem perdido essa oportunidade.

Dente como fonte de célula tronco

Porém, pouca gente sabe que pais e mães podem armazenar células-tronco dos filhos no momento da troca de dentes de leite pela dentição permanente. “A coleta a partir da polpa de dente de leite é simples e permite aos pais que façam aquilo que seguramente queriam ter feito no momento do parto: armazenar as células-tronco mais jovens possíveis”, explica a médica Mariane Secco.

O processo é simples e os laboratórios fornecem kits para coleta do dente de leite logo após a queda. Além da polpa de dente, o tecido adiposo e o tecido do cordão umbilical são fontes ricas de células-tronco. Para a coleta, basta colocar o dente no pote indicado, assim que ele for extraído, em casa mesmo, como acontece normalmente, e enviar ao laboratório. A partir deste material é feito o isolamento das células-tronco mesenquimais e posteriormente o armazenamento destas células.

Esse material poderá ser usado no futuro e, o que é mais importante, existe a possibilidade de expansão (multiplicação em laboratório), sem perda de características e propriedades. “A tecnologia e o conhecimento científico para a expansão de células-tronco não é simples, requer laboratórios de alto padrão e profissionais de ponta, mas permite o uso em mais situações”, explica a pesquisadora.

fonte: Wix.com

Foto: AB PHOTOSTUDIO/SHUTTERSTOCK

 

Sobre Fernando Bruder

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