Instituto Hippocampus faz balanço e anuncia soltura de 34 mil cavalos-marinhos na natureza em um ano

Em 48 saídas realizadas durante o projeto, foram registradas 162 visualizações da espécie   nos Estuários dos Rios Tatuoca e Massangana e na Ilha de Cocaia. Balanço foi divulgado, oficialmente, nesta terça-feira (12)

O Instituto Hippocampus, entidade sem fins lucrativos que atua há mais de 25 anos na preservação do cavalo-marinho, apresentou, nesta terça-feira (12), balanço do convênio firmado no final de 2020 com o Complexo Industrial Portuário de Suapepara o monitoramento da espécie, que se encontra ameaçada de extinção. O resultado foi apresentado em uma videoconferência que contou com a presença de representantes de diversas instituições e órgãos ligados à preservação ambiental. Além do monitoramento, em 2021, pouco mais de 34 mil alevinos foram reproduzidos no laboratório do Projeto Hippocampus e liberados nos estuários dos Rios Massangana, Tatuoca e Maracaípe.

A exposição foi comandada pela bióloga Rosana Silveira, coordenadora do projeto. Na área de Suape, foram encontrados cavalos-marinhos nos estuários dos Rios Tatuoca e Massangana e na Ilha de Cocaia. Foram realizadas 48 saídas de campo e, considerando os três pontos monitorados, a especialista registrou 162 visualizações do animal durante o período de estudo (84 em Massangana, 41 em Cocaia e 37 em Tatuoca). Não foram encontrados cavalos-marinhos nos Estuários dos Rios Merepe e Ipojuca nem nos arrecifes da Praia de Muro Alto, os outros três locais de prospecção abarcados pela pesquisa.

Todos os cavalos-marinhos encontrados pertenciam a espécie Hippocampus reidi. Nesse período, foi possível estudar aspectos como a estrutura populacional, a relação peso x altura, densidade populacional, altura média de formação da bolsa incubadora, período reprodutivo, coloração e outros parâmetros. Também foram feitas análises sobre os impactos causados nos animais pela mancha de petróleo que atingiu toda a costa brasileira em agosto de 2019.

“Além de todo esse trabalho de pesquisa, nós realizamos a soltura de 3.100 cavalos-marinhos recém-nascidos no Estuário do Rio Massangana e 2.300 no Estuário do Rio Tatuoca. Acredito que o projeto está contribuindo de maneira definitiva para a preservação da espécie na área de Suape e em suas adjacências”, afirmou a bióloga Rosana Silveira. O programa funciona, atualmente, no Centro de Treinamento de Suape, nas proximidades do prédio sede da estatal portuária.

HISTÓRICO

O Instituto Hippocampus é Instituição de direito privado sem fins lucrativos fundada em 1995, com o nome de Laboratório de Aquicultura Marinha (Labaquac). Em 2016, o estatuto do Labaquac foi reformulado e passou a denominar-se Instituto Hippocampus, direcionando as atividades de pesquisa científica, educação ambiental e direitos humanos e está constituído de uma assembleia geral, um conselho administrativo e um conselho fiscal. A entidade é registrada no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA). O Instituto trabalha em parceria com diversas universidades, como a UFPE, UFRPE, UEFS-BA, UFS, Usba, Unesp e Unisanta, além de órgãos ambientais municipais, estaduais e federais.

O Hippocampus é integrante ainda da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O trabalho da instituição tem foco em subsidiar políticas públicas. Para tanto, busca, por meio de mergulhos de prospecção e monitoramento de cavalos-marinhos, em vários locais do Brasil, mapear e compreender o estado de conservação das espécies, realizando por meio de estudos populacionais que incluem  a genética dessas populações. As abordagens sociais são voltadas para projetos de educação, alimentação e geração de renda, buscando a auto sustentabilidade das comunidades inseridas nas áreas onde o projeto é realizado.

 

Fonte: Suape 

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