“Se está portando um fuzil, não significa que seja bandido”, declaração do vereador Mário Ielo (PDT)

Uma declaração feita pelo vereador Mário Ielo (PDT) durante a última sessão da Câmara Municipal de Botucatu gerou forte repercussão e indignação pública.

Em discurso na tribuna, a respeito a operação policial no Rio de Janeiro, o parlamentar afirmou que “se está portando um fuzil, nao significa que seja bandido”, frase que rapidamente viralizou nas redes sociais e provocou uma onda de críticas à sua postura.

A fala foi considerada um desrespeito às forças de segurança e uma tentativa de relativizar a criminalidade armada.

Diversos moradores expressaram revolta nos comentários, classificando o discurso como “absurdo” e “inadmissível para um representante do povo”.

Reações políticas e institucionais

Políticos de outros partidos se manifestaram contra a fala de Ielo.

A coordenação do Partido NOVO em Botucatu publicou uma nota de repúdio condenando o pronunciamento do parlamentar botucatuense.

Quem empunha um fuzil contra policiais está cometendo um crime grave e colocando vidas em risco; defender esse tipo de postura é inaceitável, afirma a nota.

Já o munícipe Eduardo Tavares, expressou:

O vereador Ielo desrespeita os homens e mulheres que arriscam a vida diariamente para proteger a população.

Ana Clara Farias, moradora da Vila dos Médicos, também repudiou a declaração

O Vereador Mário Ielo precisa assumir publicamente o seu erro e se retratar à sociedade botucatuense e às forças policiais de nossa cidade e aos seus eleitores. Isso é uma decepção.

Um guarda civil municipal que pediu pra nao ser identificado na reportagem também manifestou sua indignação:

O vereador Ielo coloca em xeque a legitimidade do trabalho policial e incentiva a violência contra a população e contra nós que trabalhamos para manter nossa cidade segura. Estive nas ações contra os assaltantes que invadiram a cidade no assalto à Caixa Econômica Federal, há cerca de 5 anos. É eum absurdo a gente ter vivido aqueles dias de terror, e agora ouvir isso de um representante eleito pelo povo e ex-prefeito de nossa cidade. Atuamos sob o amparo da lei e em defesa da sociedade.

Já Irineu Demóstenes, comerciante declarou:

O discurso do vereador Ielo desvaloriza as instituições de segurança da nossa própria cidade e do nosso estado, e incita o desrespeito aos nossos policiais. Falas como essa numa plenária da Câmara Municipal não contribui para o diálogo democrático nem para a imagem da cidade.

Maria do Carmo, mãe de uma vítima de um assalto na capital há 3 anos, disse:

Meu filho saiu de Botucatu em busca de oportunidade na capital e o perdi pra sempre num assalto. Esse vereador não sabe a dor que sinto por ter perdido meu filho.

Entidades ligadas à sociedade civil organizada e grupos de apoio às famílias de policiais também manifestaram repúdio, destacando a importância da responsabilidade nas falas de autoridades públicas municipais.

Desgaste político

A repercussão negativa foi imediata. Mário Ielo, que já foi candidato a outros cargos e tem longa trajetória na política local, inclusive como ex-prefeito de Botucatu, enfrenta agora um dos maiores desgastes de sua carreira com a opinião pública.

Até o momento, o parlamentar não apresentou retratação pública nem esclarecimento oficial sobre o contexto da fala.

Nos bastidores, comenta-se que a Câmara Municipal pode avaliar a possibilidade de uma nota institucional reforçando o compromisso da Casa com o respeito às leis e às forças de segurança.

A polêmica segue dominando as conversas políticas em Botucatu, com grande repercussão nas redes sociais e nos grupos de discussão locais.

A equipe de jornalismo da Rede Alpha coloca-se a disposição do vereador para que possa esclarecer a população sobre suas declarações.

Acompanhem o trecho do vídeo:

Sobre Fernando Bruder

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