Em 1920, todo o território municipal tinha mais de 12 milhões de pés de café, sendo os maiores cafeicultores: Manoel Ernesto Conceição (Conde de Serra Negra), cujas três Fazendas (Valla, Vila Victória e Challet) possuíam juntas 615 mil pés plantados; e o Dr. João Baptista da Rocha Conceição, cuja Fazenda Lajeado tinha, então, 600 mil.
Esta fazenda, hoje, abriga a Faculdade da Unesp, o Museu do Café e um centro histórico lindo para passear.
UM POUCO DE HISTÓRIA:
Em 1881, o advogado João Batista da Rocha Conceição, comprou a Fazenda Lageado e com ajuda da mão-de-obra escrava, iniciou a plantação.
Logo após, a escravidão foi abolida, e assim a produção de café deu emprego a muitas pessoas incluindo imigrantes italianos.
Nesta mesma época, foi descoberta uma nova variedade de café: o café “amarelo de Botucatu” que atingiu popularidade internacional.
Em 1929, o país passou por uma grande crise, e a fazenda foi vendida ao Governo Federal.
A Fazenda Lageado teve uma importância fundamental para o desenvolvimento da cidade, uma das evidências disso é a estação ferroviária que foi construída dentro da fazenda e dessa forma, os grãos de café saiam de trem direto de dentro da fazenda para o porto de Santos e de lá eram exportados para a Europa.
TURISMO:
Para quem gosta, é possível fazer um passeio dentro da plantação de café da Fazenda São Pedro, o chamado Coffee Tour
O passeio inclui : visita ao cafezal, colheita seletiva, pós-colheita e processamento, torra, degustação, o passeio tem duração de 2h30.
A fazenda fica na serra de Pardinho e é um local espetacular com um mirante de tirar o fôlego. No local há uma cafeteria, o Cuesta Café, que fica na entrada da fazenda onde servem os cafés produzidos por eles, e também uma variedade de bolos, salgados e diversas bebidas.
O mirante tem vista de 360 graus com um pôr do sol incrível ao lado do lago da propriedade.
Outro café muito conhecido na região é o Café Tesouro, que tem sua fábrica em Botucatu.
Em Janeiro de 1926, o Sr. João Spenciere, montou em Botucatu, uma torrefação de café, que seria na época a primeira empresa instalada com a finalidade de industrializar o café e entregá-lo pronto para o consumo.
Hoje é um dos cafés mais conhecidos na região, chegando a produção de 4 toneladas diárias.
Um café que vale a pena ser falado também, é o Café Pelosini da região de Pardinho, vindo do Sítio Daniella, de variedade Catuaí vermelha e amarela, Tupis e Aranã, foram premiados inúmeras vezes pela qualidade e sabor.
Há ainda outras fazendas com plantações de café espalhados por toda a Cuesta Paulista, como a Fazenda da Pavuna, Fazenda Santana e muitas outras que surgiram após meados dos anos 1900, quando os imigrantes começaram a sair das grandes fazendas e foram trabalhar em suas próprias plantações.
Esses importantes imigrantes, além de trazerem sua cultura e arquitetura à Botucatu, trouxeram métodos construtivos e de colheita, como a primeira máquina de beneficiamento de arroz trazida pelo Italiano Amadeu Piozzi, que consiste na retirada da casca e do farelo para a obtenção do arroz branco para o consumo , e assim foi se criando uma crescente e forte economia urbana a região.
Colunista: Juliana Gomes