Coluna Juliana Gomes

Vamos falar do Rio Tietê? Você mergulharia no Tietê?

Para milhões de pessoas que trafegam todos os dias às margens do maior curso de água de São Paulo, a ideia pode parecer inconcebível.

Porém, há regiões onde a água é boa e proporciona ‘paraísos’ turísticos, como é o caso do balneário de Rio Bonito, em Botucatu, local de muitos ranchos e passeio de barco com o Senhor Pierre, que mora na região desde que nasceu e conta muitas histórias do vilarejo.

Outra rota turística pelo Tietê são as viagens de barco ao longo do reservatório de Barra Bonita e também a pesca de corvina, tilápia e outras espécies também é um atrativo em todas as épocas do ano.

O povoado deu origem ao distrito de Vitoriana, em 1888, quando a estação ferroviária de Victoria foi inaugurada, trouxe seu período de apogeu, em 1893, a estação passou a ser também ponto de saída, o Porto Martins, às margens do rio Tietê.

Por volta de 1924, surgiu a semente da primeira igreja católica no distrito. Elizabeth Maria, filha do Conde de Serra Negra, contraiu uma grave doença e foi tratada em Paris, e a mãe, a Condessa de Serra Negra prometeu que caso ela se recuperasse, a família construiria uma igreja para Nossa Senhora no Brasil.

Para inauguração, uma imagem de Nossa Senhora foi trazida da França pela Condessa, e tanto a igreja quanto a imagem receberam o nome de “Nossa Senhora das Vitórias”, santa que se tornou a Padroeira do distrito.

Vale lembrar que o Conde de Serra Negra colocou o distrito de Vitoriana em destaque em todo o mundo devido ao café, ele envolveu-se ativamente na propaganda e divulgação do café paulista na Europa, investindo fortunas na divulgação do produto, e instalou no centro de Paris, o “Café São Paulo”.

Dono de posses na região, o Conde explorava o café e tinha uma das maiores plantações na localidade. Ele utilizava o porto e a ferrovia para exportar para a Europa.

Outra personalidade ilustre que nasceu em Vitoriana e que levou o nome do distrito para todo o mundo foi a escritora Maria Leandro Dupre, autora do livro que originou a novela da Globo, ” Éramos Seis”.

Em 1954 a história do distrito passou por mudanças, ocorrendo a desativação da navegação fluvial da Sorocabana nos rios Tietê e Piracicaba e da passagem do trem na estação do distrito.

Porto Martins teve um fim triste. Quando ocorreu a extinção da navegação fluvial, o porto perdeu importância, e entrou em decadência, sendo extinto em 1959, ocorrendo a inundação da área pela barragem de Barra Bonita, levando Porto Martins para debaixo das águas, onde suas ruínas estão lá até hoje.

Tudo o que sobrou do Porto Martins foi um cemitério recém descoberto.

Igaraçu do Tietê

A ponte que une Barra Bonita a Igaraçu do Tietê tem uma vista linda para a Eclusa, ao atravessar a ponte, no município vizinho, o visitante pode conhecer a praia Maria do Carmo Abreu Sodré, primeira praia artificial de lazer às margens do rio Tietê. A praia conta com uma estrutura de bares e banheiros, perfeito para passar o dia com a família. Na frente da praia, podemos visitar a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, um dos cartões postais da cidade.

CAMINHOS DO TIETÊ

Região Turística Caminhos do Tietê engloba as cidades de : Arealva, Bariri, Barra Bonita, Bocaina, Borborema, Dois Córregos, Iacanga, Ibitinga, Igaraçu do Tietê, Itapuí, Jaú e Mineiros do Tietê

  • A praia municipal de Arealva, conhecida como a Praia de Água Doce Prefeito José Ruiz.
  • Bariri A cidade tem duas potencialidades muito fortes do segmento do turismo: o Turismo Natural (Ecoturismo, Cicloturismo, Turismo Náutico e Agronegócio) e o Turismo Cultural e Religioso.
  • Bocaina destaca-se pelas tradições, mantendo suas características arquitetônicas através de casarões dos áureos tempos do café, alguns até do século 19, preservando seu centro histórico que sempre é um convite à visitação.
  • Borborema já é consolidado como Turismo de Sol e Praia, Turismo de Pesca, Turismo Rural, de Eventos e Ecoturismo. O município possui mais de 30 quilômetros de margem do rio Tietê, com praias e rios afluentes. Também é conhecida como a terra dos bordados e enxovais.
  • Dois Córregos, conhecida como a terra da poesia, além de parques aquáticos com piscinas e toboáguas para toda a família, no entorno da cidade há 20 cachoeiras, praias de água doce e belas paisagens para o visitante que pratica esportes de aventura, turismo rural com ciclismo rural e ecoturismo. O Festival de Poesia de Dois Córregos é referência no Estado, e o artesanato local também é muito procurado por ser originário das tribos indígenas da região.
  • Iacanga Conhecida entre os anos 70 e 80 por abrigar um evento musical chamado Festival de Águas Claras, em setembro há o Festival da Pesca, Outra grande atração local é o Aquário Municipal com cerca de 250 metros quadrados.
  • Ibitinga, abriga um verdadeiro santuário ecológico, o principal evento é a Feira do Bordado, que acontece no mês de julho.
  • Itapuí é chamada de “Cidade Mar Azul”, graças a uma represa criada no rio Tietê nos anos 1960, deu-se início à Prainha de Itapuí, que se tornou um dos mais tradicionais pontos turísticos da região e o maior patrimônio natural da cidade. também conhecida como a “Capital Nacional do Frango”.
  • Jaú é conhecida como a capital do Calçado Feminino, Outro setor em destaque é o da saúde que abriga um dos maiores e mais modernos centros de oncologia, O Turismo Religioso faz parte da vida desta cidade, uma vez que o visitante pode fazer o passeio de Frei Galvão.
  • Mineiros do Tietê foi palco de uma visita ilustre, o imperador Dom Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina. Na então Fazenda Banharão onde moraram durante 6 anos. No local, além da prainha do Vale Verde, encontra se a Cachoeira do Salto, lugar onde D Pedro II se banhava. Hoje a cachoeira do salto abriga um restaurante com self-service à vontade muito gostoso e bem decorado com guarda chuvas coloridos ao longo de todo teto. Sempre em junho, é realizada a Festa em Louvor a Santo Antônio, o padroeiro da cidade, sendo esse o evento local mais antigo e importante. Nas honras a Santo Antônio de Pádua, o turista encontra comidas típicas, leilão de gado, queimas de fogos e danças de quadrilha, e a tradicional competição do pau de sebo.

Curiosidades

O Rio Tietê nasce em Salesópolis. Essa cidade é uma estância turística, o Parque Estadual Nascentes do Tietê.

O Rio Tietê percorre o estado de São Paulo de Leste a Oeste, numa extensão de 1.150 km, passando por 62 municípios, desaguando no rio Paraná.

Na cidade de Mogi das Cruzes, a 45 km de sua nascente, o rio começa a ser poluído e é na região metropolitana de São Paulo, juntamente com a foz do rio Tamanduateí, que apresenta a sua pior condição de poluição e contaminação.

No trecho de Itu, Porto Feliz e Salto as quedas e desníveis topográficos contribuem para oxigenar as águas do rio e amenizar sua poluição.

Seguindo em direção à região central do estado, este rio percorre rochas vulcânicas e serras até chegar em Barra Bonita. Lá, seu aspecto nada se assemelha com o rio que cruza a cidade de São Paulo: é volumoso, navegável e despoluído em locais citados ao longo dessa edição.

Segue até o município de Itapura, na divisa entre o estado de São Paulo e o do Mato Grosso do Sul, onde desemboca no rio Paraná.

O Tietê possui grande aproveitamento hidrelétrico. Em seu curso encontram-se as usinas hidrelétricas de Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão e Nova Avanhandava.

 

 

Vamos falar da cidade de São Manuel e o incrível Dia de Corpus Christi

São Manuel é cheia de atrativos turísticos e belezas naturais, aventura, cultura e fé são os traços mais marcantes dessa cidade tão querida.

No dia 30 de maio de 2024 celebra-se o Dia de Corpus Christi, data associada a religião católica e feriado nacional. O feriado de Corpus Christi está ligado à Páscoa, que marca a morte e a ressurreição de Cristo. A data é celebrada 60 dias após a Páscoa.

Os tradicionais tapetes de sal, remetem ao momento em que Jesus entrou em Jerusalém. Trata-se de uma forma de comemorar a data que chegou ao Brasil através da influência portuguesa. Apesar do nome, os tapetes são feitos não apenas de sal mas de outros materiais, como serragem colorida. Os tapetes representam os ramos que o fiéis jogaram na passagem de Jesus por Jerusalém.

A Bíblia diz que Jesus foi recebido como rei em Jerusalém, o povo jogou ramos pelas ruas, formando quase um tapete para a sua passagem.

Hoje esta homenagem é feita com os tapetes fabricados artesanalmente com muita criatividade e amor.

Iniciado pela educadora Tereza Mazzuco, a celebração de Corpus Christi em São Manuel se tornou uma das grandes referências turísticas do Brasil, devido à qualidade e variedade de desenhos estampados em tapetes e passadeiras.

Na madrugada que antecede o dia da procissão, membros da comunidade decoram as ruas da cidade, transformando-as em verdadeiras obras de arte.

O caminho de Corpus Christi, que liga o Santuário de Santa Terezinha à Igreja Matriz, possui uma extensão total de 800 metros, seguindo o mesmo trajeto realizado pela procissão durante as festividades. Em cada quarteirão, onde são ornamentados os tapetes e passadeiras, há sinalização visual, que conta a história do evento.

Recomenda-se que o percurso seja realizado à pé, pois desta maneira o turista poderá conhecer melhor a história local e apreciar os atrativos e as belezas da cidade.

Colunista: Juliana Gomes

 

Estação Ferroviária de Botucatu

Você sabia que em Botucatu existe uma Estação Ferroviária desativada que é aberta ao público? A estação funcionou para passageiros e cargas até 1999 quando foi desativada e tombada em 2012

Hoje podemos passear com o guia local e respirar história, além da Prefeitura organizar shows e festivais de música no local, pensa num cenário incrível!

O Complexo da Estação Ferroviária de Botucatu representa o avanço da Estrada de Ferro Sorocabana pelo interior paulista. Com a chegada da ferrovia, começou um novo momento econômico para a região, fomentando a produção agrícola, sobretudo o café, bem como a ocupação de terras e a criação de novos núcleos urbanos, impactando no desenvolvimento de Botucatu

HISTÓRIA

A chegada da ferrovia trouxe inovações nos métodos de construção e muitos empregos, consolidando Botucatu como um dos principais centros urbanos do interior.

A antiga Estação é um dos mais representativos marcos culturais e históricos de Botucatu. Foi ao redor da estação da FEPASA (antiga Estrada de Ferro Sorocabana) que um dos bairros mais tradicionais de Botucatu se formou: a Vila dos Lavradores, reduto das famílias dos ferroviários. No entanto, a ferrovia esteve envolta em mudanças significativas devido a crises nas décadas de 1950, 1971 e 1998, quando foi transferida à Rede Ferroviária Federal e posteriormente privatizada.

Durante anos as estações e patrimônio ferroviário foram deixados em segundo plano, sem preservação e à mercê da deterioração do tempo e saques constantes. Locomotivas, vagões, estações, plataformas, trilhos, oficinas abandonadas constituem cenários comuns no interior paulista nas últimas duas décadas.

RESTAURAÇÃO

A primeira etapa das obras na antiga Estação foi iniciada em 2012 e durou sete meses, com mais um investimento de quase 1 milhão de reais. Proporcionou a recuperação completa do telhado, da fachada principal, limpeza do saguão, preservação dos vitrais e instalação de alambrados. Algumas peças em madeira submetidas ao tratamento contra cupins.

O serviço é bastante minucioso com objetivo de preservar o aspecto original do ambiente inaugurado em outubro de 1934

A segunda fase das obras de restauro orçada em cerca de 1 milhão de reais, foi viabilizada pela Prefeitura de Botucatu em parceria com a empresa Duratex, que inclui parte da estrutura do mezanino, portas e escadarias, piso superior, a sala anexa da estação e a parte do antigo bar, também o antigo armazém da FEPASA, onde hoje funciona a Casa da Juventude e o Projeto Guri, programa sociocultural para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos.

Colunista: Juliana Gomes

Fotos: Juliana Gomes

Você gosta de pescar?

Vamos falar do Recanto das Cerejeiras, um local muito importante em Botucatu.

O recanto faz parte das primeiras famílias que chegaram há mais de cem anos na terra dos bons ares e junto com outras famílias construíram a Colônia Japonesa de Botucatu, a Colônia Santa Marina.

A Colônia Santa Marina é um importante eixo da produção de frutas de Botucatu, em especial ao cultivo de uva.

Nos anos 90, chegou a ser um dos maiores produtores do Estado, recebendo até prêmios pela qualidade da fruta produzida, como as uvas de mesa, rubi, itália e benitaka.

Hoje, com uma produção mais modesta (aproximadamente 16 toneladas/ano), a neta dos Nagata, Bruna Satomi, toca o recanto e está mais focada na qualidade e nas experiências que pode proporcionar aos visitantes do Pesqueiro Recanto das Cerejeiras, pessoas e grupos podem participar da colheita da uva a partir de dezembro até 30 de janeiro.

No restante do ano o Recanto abre suas portas para pescaria esportiva e um delicioso restaurante.

O local também promove o Festival Hamani, onde podemos apreciar as flores de cerejeiras, o sakurá, símbolo da chegada da primavera no Japão.

Outro ponto em Botucatu que homenageia os japoneses é a Praça Brasil-Japão.

A praça conta com arquitetura nipônica , um lago artificial e muitos quiosques fixos de comidas e bebidas variadas.

Confira a lista de pesqueiros

  • Recantos das Cerejeiras
  • Pesqueiro Recanto Caipira Pardinho
  • Pesqueiro Alto da Serra
  • Pesqueiro Araquá
  • Nova Estancia Botucatu
  • Pesqueiro e Restaurante Trufadinho
  • Cuesta Pesqueiro Pardinho
  • Pesqueiro Serra Italiana
  • Pesqueiro Santa Theresa em Bofete
  • Pesqueiro Recanto da tilápia
  • Rio Bonito

Os pesqueiros oferecem uma experiência relaxante e divertida para os amantes da pesca.

Com uma grande diversidade de lagos e rios, esses locais proporcionam um ambiente perfeito para pescar em meio à natureza.

Além disso, muitos pesqueiros oferecem serviços como aluguel de equipamentos, venda de iscas e até mesmo a limpeza do peixe pescado.

Os locais estão preparados com infraestrutura para receber os turistas, com quiosques, churrasqueiras e áreas de camping

Entre em contato e confira as agendas , muitos pesqueiros oferecem também música ao vivo no horário de almoço.

Homenagem a Eduardo Lourençon

Há duas semanas fiz uma trilha incrível com o Grupo Papa Trilhas de Botucatu, fomos em uma cachoeira chamada Cachoeira do Sofá. Esse nome surgiu pelo seu formato rochoso que lembra um sofá.

O grupo Papa Trilhas tem como objetivo além de caminhar pela natureza, também manter a Cuesta limpa e de maneira voluntária levar sacos de lixo para fazer a limpeza da sujeira deixada pelo homem nas cachoeiras e caminhos.

Esse grupo era liderado por Eduardo Lourençon, uma pessoa incrível que nos deixou vítima de um infarto fulminante neste domingo do dia 10 de março de 2024 fazendo o que mais gostava, uma linda caminhada pela natureza!

Eduardo, liderava o grupo de forma responsável, antes de levar o grupo em qualquer local se certificava dois dias antes se o trajeto estava seguro, abria caminho nas trilhas e marcava todo o percurso.

Com responsabilidade não deixava ninguém para trás, respeitava cada limite de cada indivíduo do grupo para que todos chegassem ao destino final juntos e seguros, e inspirava a todos do grupo a agir da mesma forma com companheirismo pelos demais.

Eduardo amava o mar mas não abria mão das montanhas!

Em sua carreira trabalhou como colaborador da Rádio Nova Cultura desde 2016, início da Rádio, trabalhou também na Rádio PRF 8 e na FM Cultura entre final dos anos 80 e começo dos anos 90. Na Rádio Cultura foi também produtor do programa Vitrine Viva.

Eduardo tinha paixão pelo rádio e criou a sua própria Web Rádio, a chamada rádio Bem-te-Vi onde tocava clássicos do Rock, jazz e New Age.

Era fã das bandas Rush, Pink Floyd e Led Zeppelin, gostava de clássicos do rock e deu o nome de um dos seus 3 cachorros de OZZY ( Chico, Belinda e Ozzy).

Além da rádio e das trilhas, também gostava de escrever, em suas redes sociais misturava fotos de paisagens, fotos de amigos e família com crônicas e memórias.

Uma memória linda que deixou escrita foi a do pai que o levava para pescar no Rio do Peixe nos anos 80, conta em sua crônica que pegava o trem até o distrito de Conchas e da estação ia caminhando por 6km até o rio e na volta, após a pescaria parava para tomar uma tubaína com o pai.

Essa leitura me fez pensar que o amor de Lourençon pelas caminhadas, pelas descobertas, pelos pontos históricos e pelas coisas simples veio da infância, gostava do simples, dizia que os melhores cheiros eram o de Café moído na hora, flores, alho dourado, relva molhada e pizza a lenha, gostava de acordar cedo e era apaixonado pela cidade de Botucatu.

Em 2023 encerrou o ano num ciclo de 37 caminhadas trilhas com o grupo “Papa trilhas viciados em natureza” e com muitos planos para  novas aventuras em 2024.

Deixou um legado, muitos amigos e histórias lindas!

Meus sentimentos sinceros e pesar profundo a sua esposa Luciana e toda a família.

Colunista: Juliana Gomes

Pardinho é a cidade escolhida hoje no Pólo Cuesta

A história de Pardinho é marcada por um vilarejo com uma grande história, com direito a música da famosa dupla Tião Carreiro e Pardinho, a canção “FERREIRINHA”, que deu origem à estátua na entrada da cidade de Pardinho.

A estátua homenageia a cultura local e ao cavaleiro/violeiro, um tributo à música raiz Ferreirinha, letra de Adauto Ezequiel (Carreirinho) e imortalizada na voz de Tião Carreiro e Pardinho. Adalto, nascido em Bofete e um ilustre morador de Pardinho, na época trabalhou como pedreiro e ajudou a construir a igreja matriz da cidade, a PA música “Ferreirinha“ fala da IGREJA BOM JESUS DO RIBEIRÃO GRANDE situada na estrada atrás do condomínio Ninho verde 2 nas margens da rodovia Castelo Branco.

A Igreja Bom Jesus do Ribeirão Grande faz parte dos primórdios de Pardinho, quando ainda era Sesmaria Espírito Santo do Rio Pardo, chegando a ser um dos maiores centro de comércios de produtos agrícolas e mulas, vindo a ter cartório de registros.

“Reza a lenda que numa das brigas de final de festa, o padre que ao tentar separar, também apanhou feio, decidiu partir e furioso rogou uma praga que o povoado não iria para frente. 

O fato é que entre a imaginação e a realidade aquele povoado mingou restando o cemitério de bambu onde se encontram os restos do personagem que deu origem a famosa moda de viola”: O Ferreirinha.

Passado o tempo, uma iniciativa ergueu a igreja, retomando as missas e as festas. Em 2018 chegou a receber 10 mil pessoas entre os três dias de festas. Hoje aguarda o retorno das atividades e aspira se tornar parte do audacioso projeto de tornar aquela área um Centro Histórico.

Essa igreja com ar rural faz parte da Arquidiocese de Sant’Ana de Botucatu, a Catedral fica no centro da cidade de Botucatu e foi construída 1927, em homenagem a padroeira da cidade.

A Igreja de Santo Antônio no bairro de Rubião Júnior, também faz parte da Arquidiocese de Sant’Ana. O formato de castelo medieval foi uma maneira que o construtor Manoel Álvaro Guimarães encontrou para homenagear seu país de origem, Portugal.

A igreja foi construída em 1932, diz a lenda que por volta de 1900 o italiano Archangelo Frederico subia o morro todas as noites para acender uma lamparina para Santo Antônio em uma pedra em agradecimento por sua esposa curada de uma doença grave. Em 1923 Frederico faleceu, entretanto naquela noite a luz da Lamparina acendeu misteriosamente no topo do morro. Essa história de amor e fé incentivou a construção da Igreja de Santo Antônio

A igreja é conhecida por ser um mirante onde se aprecia um maravilhoso pôr do sol , pois fica no ponto mais alto da cidade, localizada a uma altitude média de 930 metros.

Colunista: Juliana Gomes

Você sabia que a região da Cuesta Paulista tem muitas fazendas de plantação de café?

Em 1920, todo o território municipal tinha mais de 12 milhões de pés de café, sendo os maiores cafeicultores: Manoel Ernesto Conceição (Conde de Serra Negra), cujas três Fazendas (Valla, Vila Victória e Challet) possuíam juntas 615 mil pés plantados; e o Dr. João Baptista da Rocha Conceição, cuja Fazenda Lajeado tinha, então, 600 mil.

Esta fazenda, hoje, abriga a Faculdade da Unesp, o Museu do Café e um centro histórico lindo para passear.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

Em 1881, o advogado João Batista da Rocha Conceição, comprou a Fazenda Lageado e com ajuda da mão-de-obra escrava, iniciou a plantação.

Logo após, a escravidão foi abolida, e assim a produção de café deu emprego a muitas pessoas incluindo imigrantes italianos.

Nesta mesma época, foi descoberta uma nova variedade de café: o café “amarelo de Botucatu” que atingiu popularidade internacional.

Em 1929, o país passou por uma grande crise, e a fazenda foi vendida ao Governo Federal.

A Fazenda Lageado teve uma importância fundamental para o desenvolvimento da cidade, uma das evidências disso é a estação ferroviária que foi construída dentro da fazenda e dessa forma, os grãos de café saiam de trem direto de dentro da fazenda para o porto de Santos e de lá eram exportados para a Europa.

TURISMO:

Para quem gosta, é possível fazer um passeio dentro da plantação de café da Fazenda São Pedro, o chamado Coffee Tour

O passeio inclui : visita ao cafezal, colheita seletiva, pós-colheita e processamento, torra, degustação, o passeio tem duração de 2h30.

A fazenda fica na serra de Pardinho e é um local espetacular com um mirante de tirar o fôlego. No local há uma cafeteria, o Cuesta Café, que fica na entrada da fazenda onde servem os cafés produzidos por eles, e também uma variedade de bolos, salgados e diversas bebidas.

O mirante tem vista de 360 graus com um pôr do sol incrível ao lado do lago da propriedade.

Outro café muito conhecido na região é o Café Tesouro, que tem sua fábrica em Botucatu.

Em Janeiro de 1926, o Sr. João Spenciere, montou em Botucatu, uma torrefação de café, que seria na época a primeira empresa instalada com a finalidade de industrializar o café e entregá-lo pronto para o consumo.

Hoje é um dos cafés mais conhecidos na região, chegando a produção de 4 toneladas diárias.

Um café que vale a pena ser falado também, é o Café Pelosini da região de Pardinho, vindo do Sítio Daniella, de variedade Catuaí vermelha e amarela, Tupis e Aranã, foram premiados inúmeras vezes pela qualidade e sabor.

Há ainda outras fazendas com plantações de café espalhados por toda a Cuesta Paulista, como a Fazenda da Pavuna, Fazenda Santana e muitas outras que surgiram após meados dos anos 1900, quando os imigrantes começaram a sair das grandes fazendas e foram trabalhar em suas próprias plantações.

Esses importantes imigrantes, além de trazerem sua cultura e arquitetura à Botucatu, trouxeram métodos construtivos e de colheita, como a primeira máquina de beneficiamento de arroz trazida pelo Italiano Amadeu Piozzi, que consiste na retirada da casca e do farelo para a obtenção do arroz branco para o consumo , e assim foi se criando uma crescente e forte economia urbana a região.

Colunista: Juliana Gomes

Hoje vamos falar um pouco sobre a cidade de Bofete

Bofete faz parte do Polo turístico da Cuesta , como já vimos na edição 1.

O nome “Bofete” foi dado à cidade por causa de um morro que tinha uma pequena câmara escavada na rocha, onde os tropeiros que viajavam de Minas Gerais ao Paraná costumavam guardar alimentos não perecíveis e água fresca para seus colegas que utilizavam a mesma rota.

Este tipo de acordo persiste ainda hoje na Floresta Amazônica entre seringueiros e garimpeiros.

Assim, o nome do dito relevo ficou conhecido como “Morro do Buffet”, em francês quer dizer “aparador de comida”.

A denominação, foi “abrasileirada” para Bofete e acabou dando o nome ao pequeno vilarejo, que até ali se chamava “Samambaia”.

Bofete também tem a vista para o Gigante Adormecido e as 3 Pedras, que é cenário de inúmeras lendas!

Dizem que as 3 Pedras é local de pouso de OVNIS e de tesouros enterrados por jesuítas, è possível acampar no Sítio Três Pedras, da sede podemos fazer uma caminhada pela TRILHA DAS NASCENTES de nível moderado, durante o percurso tem uma queda d’água mas não chega a ser uma cachoeira e inúmeras nascentes e afloramentos do AQUÍFERO GUARANI.

Aprecie a vista e cuidado ao andar na região sem guia.

Além da cidade ser conhecida pelo ecoturismo e cicloturismo, também é conhecida pelas fazendas que produzem queijos, destacando a QUEIJARIA BELA FAZENDA.

Todos os queijos são artesanais e autorais, feitos com leite cru da vaca JERSEY e derivados orgânicos, a especialidade é o QUEIJO AZUL.

A fazenda abre as portas aos sábados de manhã em 3 horários que devem ser agendados com antecedência pelo site , no passeio é possível provar os queijos feitos por eles (valor no site do kit degustação) e ver a produção e maturação dos produtos.

Mas não deixe de comer e beber no Restaurante Quilombaria, as comidas/petiscos e sucos são deliciosos e servidos em pratos montados com flores.

O nome foi dado ao local em homenagem aos Quilombos que havia nas fazendas de café da região no passado.

Aproveite para passear na HORTA MANDALA, que fica ao lado do restaurante, para conhecer o sistema de produção sustentável do local.

Bofete também é conhecida pela SILVICULTURA, prática de reflorestamento e regeneração de pastos, plantando árvores nativas, atraindo pássaros e protegendo o solo.

Colunista: Juliana Gomes