Campinas estuda esterilizar capivaras após casos de febre maculosa

A medida em avaliação pelo município seria uma forma de controlar a população do animal, que pode ser encontrado em grande número em diversas áreas públicas e privadas da cidade.

A Prefeitura de Campinas avalia esterilizar capivaras para conter o aumento populacional do animal -um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa.

Quatro mortes foram confirmadas no município este mês em decorrência da doença. Todas as vítimas estiveram na fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, local considerado o epicentro da contaminação na região.

A prefeitura de Belo Horizonte começou a esterilizar capivaras em 2017, após uma morte causada por febre maculosa. Com isso, conseguiu diminuir o número de animais na região da lagoa da Pampulha.

As mortes de Campinas assustaram o moradores e comerciantes da cidade, que tem prejuízos com a possível fuga de turistas.

A medida em avaliação pelo município seria uma forma de controlar a população do animal, que pode ser encontrado em grande número em diversas áreas públicas e privadas da cidade.

Os animais da espécie circulam em áreas verdes, inclusive urbanas, especialmente perto de água, como rios, lagos e córregos. O aumento da população acontece em grande parte devido à extinção local da onça-pintada, principal predador do roedor.

“A remoção ou eliminação das capivaras de espaços públicos já se mostrou ineficiente. Quando retiradas, os locais são novamente ocupados por outras. E não adiantaria eliminar as capivaras para acabar com a doença, porque a febre maculosa fica no carrapato e qualquer outro mamífero poderia fazer o papel de hospedeiro”, afirma a Secretaria do Verde.

O abate já foi testado no município e não funcionou. O Lago do Café, parque público ao lado do Parque Taquaral, o principal da cidade, e que tem muitos desses animais, ficou fechado por cinco anos, até 2013, por causa da febre maculosa. Entre 2008 e 2010, três funcionários do local morreram em decorrência da doença.

Em março de 2011, mesmo sob protestos de ambientalistas, 16 capivaras que viviam no Lago do Café foram abatidas na tentativa de reabrir o parque, mas pouco tempo depois novos animais surgiram no local.

O manejo de capivaras cabe ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado.

O Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal está finalizando a contagem dos animais em Campinas -segundo a Secretaria do Verde, até agora foram computadas 200 capivaras.

“Com base nesses dados, o órgão irá entrar com pedido de licença para manejo e, caso seja concedida, a Prefeitura fará uma licitação para contratar o serviço de castração. A previsão é que o pedido de licença para manejo e as ações decorrentes sejam realizados no segundo semestre deste ano”, finaliza a prefeitura.

Fonte: JCNET

Sobre FERNANDO BRUDER TEODORO

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.