Crônica “Desacreditar” de Bahige Fadel, fala sobre comportamento de duplicidade de personalidade

Chega um momento da vida em que você passa a desacreditar de coisas e pessoas em que(m) acreditava antes. Não sei por que isso acontece. Deve ser a vida. Deve ser a forma de ver com que você passa a ter do mundo. Pode ser também a capacidade que passa a ter de retirar as máscaras. E como há mascarados no mundo. Máscaras de todos os tipos. Todas para enganar. Todas para mostrar o que não é.
Vejam as máscaras de uma boa parte dos políticos. Não todos. Mas boa parte deles usa máscaras. A máscara do religioso. A máscara do líder. A máscara do empreendedor. A máscara do competente. A máscara do honesto. Nossa! Como há máscaras de honestos. A máscara do preocupado. A máscara do filantropo.Essa máscara é das mais convincentes. A máscara do culto. O cara decora meia dúzia de frases de efeito, para demonstrar ao distraído a sua ‘cultura’. Mascarados em cada esquina. Mascarados para conquistar o seu voto ou a sua alma.
Aprendi a vê-los com mais clareza. Aprendi a interpretar suas intenções. Pelo menos, na maioria das vezes. Aquele que fala de Deus, pensasndo como o diabo. Aquele que arrota soluções para o mundo, quando, na verdade, está a fim de solucionar os seus próprios problemas. Aquele que grita a sua preocupação com os problemas do mundo, quando, na verdade, ele é um dos principais agentes dos fatos que causam a preocupação das pessoas. Aqueles que falam de amor, odiando. Aqueles que pregam a paz, com uma arma na mão, dispostos a disparar contra qualquer pessoa de deles discorde. A máscara do filantropo, que se propõe a ajudar o mundo, mas ajuda apenas a si mesmo. É preciso ter muito cuidado com esses mascarados, pois, geralmente, ocupam elevados cargos públicos, têm o apoio da mídia mascarada e fazem tudo para manter a máscara. Se alguém conseguir retirá-la, estarão perdidos, destruídos.
Não acredito nos mascarados. Minha tarefa é separá-los dos autênticos. Não é tarefa fácil. Requer muita paciência e observação. Requer, acima de tudo, o desejo de descobrir quem eles são. Joio, que deve ser separado do trigo. Sim, o desejo de descobrir. Porque há pessoas que se desinteressaram dessa tarefa. Acham que sempre foi assim e que sempre será. Não é verdade. Eles são como praga.Você tem que retirá-la, para que ela não domine a terra e destrua as plantações. Você pode não conseguir tirar todas. Mas é importante que eleas não sejam dominantes. Se nos acomodarmos, elas dominarão. Daí, a solução será muto mais difícil.
Não se preocupe, amigo. Não estou deprimido. Não perdi a vontade de construir um mundo melhor. A descrença não ´é em mim, mas ao ver tanta gente acomodada com os mascarados. Ainda tenho fôlego. Quero ainda um mundo melhor, em que possa viver a minha velhice. Em que possam viver todos. Sem máscaras.

Bahige Fadel

Sobre Régis Vallée

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