Saúde

Os trangênicos na alimentação das crianças da Rede Municipal de Ensino

A Secretaria de Educação encaminhou um ofício de número 0325/2024 SME, solicitando um direito de resposta, sobre a matéria divulgada no Portal Alpha Notícias em 14/03/2024, intitulada “Botucatu: Alimentos ilegais estão sendo dados  nas escolas municipais”.

No dia 15 de março, a REDE ALPHA solicitou uma entrevista com a secretária de educação, Cláudia Gabriel, para esclarecimentos sobre os kits de alimentação que estão sendo entregues para as crianças no período de férias. Porém, a secretária veio para a entrevista desprovida de informações com relação à lei 4464 de 28 de novembro de 2003, a lei que proíbe o uso de transgênicosna alimentaçãodas crianças da rede municipalde ensino; bem como, não sabia também informar sobre valores a licitação para compra desses kits, não sabia que empresa havia vencido o Pregão 153/2023, nem a quantidade de kits que foram distribuídos às crianças, e muito menos, sobre quais os produtos que estavam sendo entregues.

Foi dado pela REDE ALPHA, direito de resposta à secretária em questão que apresentou em seu documento apenas a justificativa em relação a um ítem do kit, no caso, o atum enlatado e reconheceu que este ítem foi distribuído contendo produto transgênico. Afirmou que foram encontrados sobras dos kits, em algumas escolas, e neles continham este atum com selo indicativo de transgênicos, triângulo amarelo presente na embalagem. Ela tentou justificar dizendo que a amostra apresentada no Pregão Eletrônico não tinha o símbolo de “T” de “transgênicos”, mas reconhece que alguns kits haviam o produto ilegal e segundo a secretária “(…) que foram recolhidos, de todas as unidades escolares que continham esse ítem, e para destino correto, sob amparo legal, para outra instituição municipal, com permissão da legislação para que o mesmo fosse consumido sem disperdício e de forma regular (…)”.  Alega ainda que “(…) os produtos não foram comprados para utilização na composição da merenda, mas sim por recurso próprio da prefeitura, para serem consumidos em domicílio e não na unidade escolar (…)”.

Sendo assim, a equipe de jornalismo ressalta muitas dúvidasque nao foram esclarecidas:

  1. A secretária declara que outro item com transgênicos estavam compondo a alimentação das crianças (atum), além do óleo de soja denunciado na reportagem do Alpha Notícias;
  2. Por que a secretária omitiu na sua declaração sobre o óleo de soja?
  3. Por que o óleo de soja, comprovadamente transgênico, pelo Alpha Notícias, vem sendo usado tanto nos kits distribuídos para os escolares; quanto na produção dos alimentos da merenda escolar desde 2017 e nenhuma providência foi tomada sobre isso até hoje, após quase 8 anos; se a Lei dos transgênicos existe no município desde 2003?
  4. A secretária de educação não pode se basear apenas em embalagens de produtos para ter certeza se os produtos que as crianças estão ingerindo, através da distribuição escolar ou da merenda, tenham ou não transgênicos. Isso porque, de acordo com a Lei 4.464 existe a determinação de que sejam especificados todos os itens dados na alimentação dos escolares e não podem conter produtos transgênicos. Sendo assim, por que a secretária não exigiu a ficha técnica com a composição de cada item com declaração anexada garantindo que cada produto não contenha transgênicos, a fim de garantir que a lei seja cumprida? Vale ressaltar que no Brasil, não é mais exigido o selo de transgênicos nas embalagens dos produtos. E portanto, para se ter certeza da ausência destes produtos, é necessário a ficha técnica do produto com laudo anexado garantindo pela empresa que produz o alimento, sobre a ausência ou a presença de produtos transgênicos na composição.
  5. A secretária tenta dar uma interpretação diferente da lei dos trangênicos para os kits dados nas férias para as crianças e outra interpretação para os itens usados para produção da merenda escolar. Mas se são alimentos dados para as crianças da rede de ensino pela Secretaria de Educação a Lei dos transgênicos recai sobre todos os alimentos fornecidos pela rede municipal.
  6. Os fornecedores foram notificados sobre os produtos ilegais nos itens da alimentação dos escolares?
  7. Quais as ações que foram empenhadas para resolver a situação tanto com as crianças e suas famílias? Com os funcionários que fornecem esses alimentos? Com a equipe de licitação da prefeitura e o jurídico para garantirem o cumprimento da Lei? Com os fornecedores?
  8. Como serão aplicadas as multas previstas na Lei 4.464?
  9. Que outros itens da alimentação dos escolares tem risco de ter transgênicos, seja nos kits ou na merenda escolar ?
  10. Qual o valor pago por este produtos na licitação?
  11. O óleo de soja com transgênicos, apresentado na reportagem, ainda estão sendo utilizados na Cozinha Piloto, escolas e creches da rede municipal de ensino em Botucatu
  12. Onde estão os laudos das análises feitas no restante dos produtos ofertados à rede municipal de ensino que foram encontrados nos kits com transgênicos e nao forma divulgados pela secretaria?
  13. Se a Lei é de 2003, porque até hoje não foram retirados da linha de produção e distribuição estes ítens?

Muito bem, além destes ainda são diversos os questionamentos que como IMPRENSA, a REDE ALPHA questiona e faz sua função de jornalismo investigativo, atendendo as demandas da população, neste ato em prol aos nossos alunos, e suas famílias, da rede municipal de ensino.

É uma premissa e um dever da Secretaria de Educação atender às normas, as leis e seus conselhos fiscalizatórios, demonstrando total transparência em seus atos.

Dessa forma, a Rede Alpha continuará buscando respostas e divulgando à população sobre essa situação é às novas denúncias apresentadas pelo Conselho de Alimentação Escolar sobre a qualidade e higiene dos alimentos dados às nossas crianças nas escolas municipais de Botucatu.

Escola de Educação em Saúde realiza Aula na Área de Álcool e Outras Drogas

Na sexta-feira, (15), aconteceu a Aula Inaugural da Especialização em Cuidados na Área de Álcool e Outras Drogas, promovida pela Escola de Educação em Saúde (EES) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). A vice-diretora da EES, professora Cátia Fonseca deu as boas-vindas aos alunos e em seguida, o coordenador da capacitação, professor José Manoel Bertolote deu início ao conteúdo programático.

A Especialização, que é destinada à capacitação de médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, teve o período de inscrições prorrogado até o dia 18 de abril de 2024. Aqueles que se inscreverem até esta data, não perderão o conteúdo das aulas já ministradas. A capacitação terá duração de 15 meses.

Para o diretor da EES, Prof Titular André Balbi, o início deste curso mostra que, apesar das dificuldades, houve vitórias importantes. “Estamos vencendo etapas que nos possibilitarão termos uma grande experiência na arte de  ensinar saúde, sempre contando  com nossos parceiros institucionais: FMB , HCFMB e Famesp. Fico muito satisfeito por contar com o Prof Bertolote e nossa equipe que nos trazem a segurança necessária para que mais cursos como este possam acontecer em breve, finalizou ele.

Professora Cátia lembrou que a EES foi criada com o objetivo de proporcionar cursos de especialização e aperfeiçoamento para os profissionais das redes de saúde de Botucatu e região. “Este é o primeiro grande curso da Escola, que nos proporcionou o cadastramento junto ao Conselho Estadual de Educação. Estamos felizes em iniciar essa trajetória oficialmente”, destacou.

Professor Bertolote relembrou que a ideia do curso nasceu há cinco anos e houve várias tentativas de realizar a especialização em diferentes lugares, mas nunca avançou. “Até que foi criada a Escola de Educação em Saúde e com ela veio a possibilidade de realizarmos o curso. Por isso, sou muito grato!”, destacou. “O curso, quando foi pensado, era destinado a 10 categorias profissionais, mas se mostrou inviável. Por isso, hoje, esta capacitação é oferecida a 5 categorias profissionais e é o primeiro curso do Brasil, presencial, com aulas à distância, com estágio supervisionado por representantes de cada categoria profissional”, acrescentou.

A enfermeira Nilza Martins Ravazoli Brito, coordenadora do Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas (Sarad) de Botucatu, conta que se inscreveu na especialização com o objetivo de se qualificar para oferecer uma assistência de melhor qualidade aos pacientes. “A minha expectativa é de que haja uma troca entre os participantes, com muito aprendizado, para atendermos os pacientes dependentes químicos, que é uma doença bastante grave e alvo de muito preconceito”, declarou.

Sobre a EES

Estudantes de Graduação, profissionais com Ensino Superior e egressos dos Ensinos Médio e Técnico interessados em ampliar seus horizontes na área da saúde, podem aprofundar os seus conhecimentos na EES, a partir de uma grande variedade de cursos.

Instituída em fevereiro de 2022 e credenciada oficialmente em maio do ano seguinte pela Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo, a Escola destaca-se pela excelência acadêmica já consolidada ao longo de décadas no Complexo HCFMB e na FMB/Unesp, contando com o suporte administrativo da Famesp.

O corpo docente, composto por renomados e competentes profissionais, reconhecidos nacional e internacionalmente, aliado à relevância da FMB e HCFMB como instituições públicas para o ensino e à assistência no SUS na região, e às oportunidades que surgirão aos alunos após a conclusão dos cursos, são pontos que reforçam o compromisso da EES.

Conheça outros cursos com inscrições abertas no site: www.ees.org.br/cursos-marco-2024/

Para mais informações, entre em contato pelo telefone (14) 3881-4804 ou pelo e-mail ees@famesp.org.br

Saúde Mental: Brasil ocupa o quarto pior país em ranking mundial

O Brasil ocupa uma posição preocupante no ranking The Mental State of the World, publicado no começo do mês pela plataforma neurotech Sapien Labs e que mapeia a qualidade da saúde mental ao redor do mundo.

No total dos 71 países inclusos, o Brasil aparece em 4ª posição entre os piores, com nota 53 de um total de 110. O país supera apenas África do Sul (50), Reino Unido (49) e Uzbequistão (48), e empata com o Tajiquistão. Brasileiros estão entre os que mais relatam sentir stress e dificuldades com a parte mental de sua saúde (são 34% dos respondentes no país).

O Brasil vai na contramão da América Latina,que está inserido entre os campeões do bem-estar psicológico. No top 10 global, metade são latinos: Uruguai (81), Costa Rica (81), El Salvador (83), Venezuela (83), Panamá (85) e República Dominicana (91).

O que o instituto considera como ter a saúde mental em dia não é necessariamente relacionado à alegria ou à tristeza. Ela “reflete as impressões de um indivíduo sobre como seu estado interior impacta sua habilidade de funcionar no contexto da vida”, de acordo com o Sapien Lab.

A plataforma organiza seu quociente em eixos específicos: a habilidade de regular emoções e otimismo no futuro; como a pessoa se enxerga nos olhos dos outros; motivação; conexão entre saúde da mente e do corpo; capacidade das funções cognitivas; e desenvoltura para se adaptar, ser resiliente. Destes, apenas resiliência e motivação superam os 70 pontos entre os brasileiros.

Estudos e relatórios feitos sobre a saúde mental dos brasileiros  reforçam a posição no ranking, mostrando a gravidade da situação.

Estudo mais recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), divulgado em janeiro pela CNN, mostra alguns sinais do problema no Brasil: um aumento de 2,5% de beneficiários de plano de saúde com casos de depressão – em particular mulheres jovens entre 18 e 39 anos – entre 2020 e 2022. Entre 2018 e 2022, internações por ansiedade mais que dobraram – de 794 para 2100 eventos.

O relatório “Esgotadas” da Think Olga mostrou a crise na saúde mental das mulheres brasileiras, destacando impactos da pandemia, desigualdades de gênero e estratégias essenciais para enfrentar desafios emergentes.

A pesquisa revelou que a falta de dinheiro, sobrecarga e insatisfação no trabalho são as principais causas apontadas por mulheres em situação de vulnerabilidade. Mesmo diante desses desafios, há uma conscientização crescente sobre a importância da saúde emocional, com 91% das entrevistadas reconhecendo a seriedade do tema.

 

Fonte: Globo

Paraná: Decretado situação de emergência em saúde por dengue

O governo do Paraná decretou situação de emergência em saúde pública por causa da explosão de casos de dengue no estado. De acordo com a Secretaria de Saúde, a decisão foi motivada pelo aumento no número de casos e de óbitos confirmados pela doença nas últimas semanas.

O decreto vai vigorar por 90 dias e, segundo a pasta, tem como finalidade reforçar ações adotadas para o controle e combate à doença. O documento destaca, por exemplo, a intensificação de visitas domiciliares para identificação e eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti e o uso de larvicidas.

“A declaração permite, ainda, dar mais agilidade na destinação de recursos do governo estadual e federal aos municípios, evitando trâmites usuais, e facilitando, por exemplo, o processo de aquisição de insumos e medicamentos”, detalhou a secretaria.

Dados

Boletim epidemiológico mais recente indica que o Paraná registrou, até o último dia 12, 34.996 novas notificações de dengue, além de 17.044 casos confirmados e 12 novas mortes. O estado contabiliza, ao todo, 222.590 notificações, sendo 90.972 casos confirmados 49 óbitos desde agosto de 2023.

Entre os 399 municípios paranaenses, 397 já registram notificações por dengue. Desses, 366 têm casos confirmados – quase 92% do estado.  A incidência de casos autóctones, transmitidos dentro do próprio estado, chegou a 697 casos por 100 mil habitantes. Vinte e seis municípios decretaram situação de emergência.

O Paraná ocupa, atualmente, o quarto lugar no ranking de estados com maior incidência de dengue, com 1.366 casos por cada 100 mil habitantes, atrás do Espírito Santo (1.675 casos por 100 mil habitantes), Minas Gerais (2.745 casos por 100 mil habitantes) e Distrito Federal (5.007 casos por 100 mil habitantes).

Mobilização

Em nota, o estado informou que vai realizar, neste sábado (16), dia de mobilização para reforçar ações de limpeza e conscientização contra a dengue. A ação vai unir equipes municipais e estaduais ao longo de todo o dia, orientando a população sobre a remoção de criadouros.

Emergência

Além do Paraná, nove unidades da Federação já decretaram emergência em saúde pública por causa do aumento de casos de dengue. São eles: Acre, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, há ainda 288 decretos municipais – a maioria em Minas Gerais.

Fonte: Agência Brasil 

Foto: Paulo Pinto

Niterói reduz casos em 70% com bactéria bloqueadora em mosquitos

Um método conseguiu reduzir em 70% os casos de dengue em Niterói, no Rio de Janeiro. Por meio dele, uma bactéria bloqueia a transmissão de doenças por novos mosquitos Aedes aegypti. Além da dengue, a tecnologia já reduziu os casos de chikungunya em 60% e de zika em 40%, entre os anos de 2015 e 2023. Niterói foi a primeira cidade brasileira a ter o seu território 100% coberto pelo projeto.

Os casos de dengue oscilaram com tendência de forte queda entre 2015 e 2023. Em 2015 foram 158, 2016 (71), 2017 (87), 2018 (224), 2019 (61), 2020 (85), 2021 (16), 2022 (12), 2023 (55). O aumento de 2022 para 2023 foi um caso especial. Para Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e líder do Método Wolbachia Brasil, que reduziu os casos, as pessoas que estiveram na cidade e procuraram hospitais, não necessariamente moravam em Niterói.

O método funciona assim: uma bactéria, chamada Wolbachia, é inserida em Aedes aegypti criados em laboratório. Soltos na natureza, se reproduzem e acabam passando a bactéria para os novos insetos. Foram necessários quatro anos de pesquisa na Austrália para a retirada dessa bactéria e inserção no mosquito da dengue. O método não consiste em uma modificação genética. “Antes da liberação dos mosquitos, a comunidade é avisada e recebe orientação”, explica o pesquisador.

Fábrica de mosquitos

Produção de mosquitos é gargalo para atender demanda. No ano passado, a World Mosquito Program (WMP), a Monash University em Melbourne, na Austrália, a Fiocruz e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) anunciaram parceria para a criação de uma joint venture.

A nova empresa vai construir a maior biofábrica de mosquitos Wolbachia do mundo. Serão até 100 milhões de ovos de mosquito por semana para atender uma demanda de 70 milhões de brasileiros em dez anos, disse o líder do método Wolbachia Brasil.

O método começou a ser usado na Austrália, entre 2008 e 2009. No Brasil, existe desde 2012, aplicado pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. Mesmo com a eficácia comprovada, Luciano Moreira informa que os resultados são vistos a longo prazo.

Cidades com mosquito infectado

Além do aumento de 2022 para 2023, 2018 também foi ponto fora da curva. No ano, houve um salto nos casos, mas a maioria deles havia sido registrado na região norte da cidade, onde o programa ainda não havia sido implantado.

Do outro lado da ponte, no município do Rio, a situação é bem diferente. Niterói tem hoje 586 casos prováveis de dengue (soma de casos confirmados e em investigação) e nenhum óbito. Já no Rio, que fica a apenas 13 km de distância, são quase 60 mil casos prováveis e quatro mortes.

O projeto teve cobertura insuficiente no Rio. A cidade começou a implantar o método em 2014, antes mesmo de Niterói, mas apenas 29 dos 160 bairros estão cobertos. É um número insuficiente para a eficácia do projeto, já que nem 20% da área do município foi coberta, segundo Moreira.

Cinco cidades já liberaram o mosquito infectado com a bactéria na natureza. Além de Niterói e do Rio, o método é aplicado em Campo Grande, Belo Horizonte e Petrolina (PE). A liberação dos mosquitos foi concluída no final de 2023, e agora os resultados nas três localidades são monitorados.

Nas cinco cidades, o programa realiza o acompanhamento epidemiológico com dados do sistema de notificação nacional (Sinan), para identificar o impacto do método Wolbachia na transmissão da dengue, zika e chikungunya nas áreas onde houve liberação de Aedes aegypti com Wolbachia. (Fonte: noticias.uol.com.br)

Fonte: UOL

Alpha Notícias entrevista a médica nefrologista Drª Vanessa

O Alpha Notícias desta terça-feira (12), recebeu a médica nefrologista do Hospital das Clinicas e Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Drª Vanessa dos Santos Silva para falar do “Dia Mundial do Rim”.

Em comemoração a esse dia, será realizada algumas ações com o objetivo de informar, acolher e esclarecer a população acerca das doenças renais

O Dia Mundial do Rim, celebrado anualmente na segunda quinta-feira de março, que este ano será no dia 14 de março, foi instituído com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância dos rins para nossa saúde e destacar a prevenção e o tratamento das doenças renais.

Segundo a médica nefrologista do HCFMB, Drª Vanessa dos Santos Silva, pessoas com hipertensão, diabetes, obesidade, histórico familiar de doença renal, histórico pessoal de doença cardiovascular ou circulatória, infecção urinária, litíase e idosos devem procurar os seus médicos na Unidade Básica de Saúde para realizar avaliação de creatinina e urina tipo 1, buscando o diagnóstico e melhor orientação em relação ao tratamento da doença renal.

Programação:

Data: 14/03/24
Horário: das 10 às 13 horas
Local: Praça do Bosque
Público-alvo: População em geral
Ação: Orientações, entrega de panfletos, aferição de Pressão Arterial e de glicemia.

Data: 16/03/24
Horário: das 14 às 18 horas
Local: Shopping Botucatu
Público-alvo: População em geral
Ação: Orientações, entrega de panfletos, aferição de Pressão Arterial e de glicemia.

Data: 21/03/24
Horário: das 7h30 às 9h30 e das 13h30 às 15h30
Local: Auditório do Departamento de Gestão de Pessoas da Prefeitura de Botucatu. Rua General Telles, 1021, Centro
Público-alvo: Servidores da Prefeitura Municipal de Botucatu
Ação: “Saúde Renal e Rastreamento de Risco de Servidores”. Orientações, entrega de panfletos, aferição de Pressão Arterial e de glicemia.

Data: 27/03/24
Horário: das 7h30 às 11h30 e das 13 às 17 horas
Local: Sala da UNIBR.

Av. Paula Vieira, 624, Vila Jahu (no fim da rua do Curtume Pioneiro)
Público-alvo: e-Multi, Equipe de Enfermagem, Médicos e Agentes Comunitários de Saúde da Rede Básica de Saúde de Botucatu
Ação: Oficina de Capacitação “Educando para a Saúde Renal”

Acompanhe entrevista completa através do link

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SUS ainda não oferta Fertilização In Vitro (FIV), a casais inférteis

Foram oito anos de espera até Marli Peixoto de Jesus, 33, conseguir chegar a um centro de reprodução humana público e iniciar o processo de FIV (fertilização in vitro) para tentar realizar o sonho de ser mãe.

Por sete anos e meio, ela foi acompanhada em um posto de saúde no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo. Lá, soube que tinha ovários policísticos e o marido, varicocele (varizes nos testículos), duas das principais causas de infertilidade conjugal.

No mesmo dia, no centro cirúrgico ao lado, dois embriões eram transferidos para o útero de Ana Patrícia Santana, 39, após uma espera de três anos na atenção primária do município. O marido, Igney Teles Santana, 45, se dizia ansioso. “Eu tô tranquila. Ansiedade eu sentia antes de chegar aqui”, disse Ana.

Os obstáculos começam com a pouca oferta de serviços públicos. Apenas dez dos 197 centros de reprodução assistida no país atendem o SUS. Desses, só quatro ofertam tratamento totalmente gratuito. Nos demais, os casais precisam arcar com medicações e outros insumos.

Nas clínicas particulares, um ciclo de FIV pode custar de R$ 25 mil a R$ 50 mil, dependendo dos procedimentos associados. O tratamento também não tem previsão de cobertura pelos planos de saúde. Segundo a literatura internacional, a taxa de gravidez com FIV varia entre 35% e 50%, a cada ciclo, dependendo da idade da mulher.

O estado de São Paulo concentra quatro dos dez centros que atendem pacientes do SUS. Mas somente o Hospital da Mulher (antigo Pérola Byington) e o Hospital das Clínicas de São Paulo, ambos na capital paulista, oferecem o tratamento totalmente gratuito por meio de verbas do governo estadual.

No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), as pacientes precisam pagar a medicação, cerca de R$ 6.000 por ciclo até o mês passado. No serviço de reprodução do Hospital São Paulo, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), são cobradas as medicações e o meio de cultura utilizado no tratamento, cerca de R$ 16 mil.

Os demais centros que atendem ao SUS ficam em Porto Alegre (RS), com dois centros; Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO) e Brasília (DF) e Natal (RN). Nos dois últimos, o tratamento também é gratuito.

Apesar de a FIV estar prevista em política do Ministério da Saúde de 2005, o tratamento não consta na tabela SUS. “Na história dessa política, houve alguns repasses federais pontuais. Tudo o que se tem hoje tudo corre às custas do Tesouro estadual”, diz Morris Pimenta e Souza, diretor-técnico do HM (Hospital da Mulher).

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foram realizados 189 ciclos de fertilização in vitro em 2023 no centro de reprodução do HM, a um custo operacional de R$ 4,6 milhões.

“Como hospital público, a gente não deixa a desejar em nada para nenhum serviço de reprodução privada”, diz Nilka Fernandes Donadio, chefe do laboratório de reprodução da instituição.

No centro de reprodução do Hospital das Clínicas de São Paulo, foram 234 ciclos de FIV no ano passado. O valor destinado pelo hospital ao setor de reprodução foi de quase R$ 2,7 milhões. Atualmente, há uma fila de espera de 50 casais.

A realização da FIV nos centros públicos pode demorar de um a dois anos (depois que a mulher já está inscrita no serviço), há limite de idade (em geral, 38 anos) e de tentativas (até dois ciclos FIVs). Na capital paulista, as vagas dos centros do Hospital das Clínicas e do Hospital da Mulher são reguladas pelo Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo), antigo Cross.

SUS ainda não oferta FIV a casais inférteis quase 20 anos após política de reprodução assistida
Segundo o ginecologista e obstetra Edmundo Baracat, professor titular da USP e coordenador da área da saúde da mulher da Secretaria de Estado da Saúde, o governo paulista estuda a ampliação da oferta de FIVs em outras regiões e o aumento da capacidade dos centros já existentes. Não há, porém, previsão orçamentária para este ano.

Baracat afirma que será feito um mapeamento da demanda de casais inférteis e quantos podem ser beneficiados com tratamento de baixa complexidade, como inseminação intrauterina.

“Temos mulher com obstrução tubária que pode fazer uma reanastomose da tuba uterina, as que têm endometriose, podem fazer tratamento. Não exclui a possibilidade de ter que fazer uma FIV, mas há outras opções terapêuticas”, diz.

Na sua opinião, o Ministério da Saúde deveria ser o grande fomentador de uma política pública que garantisse os direitos reprodutivos dos casais que desejam um filho e enfrentam dificuldades. “Tem que ter financiamento.”

Para o ginecologista e professor da USP Rui Ferriani, coordenador do centro de reprodução do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o acesso é hoje o principal problema da reprodução assistida no país e um dos maiores fatores de exclusão na área reprodutiva.

“Quem tem infertilidade e tem dinheiro, resolve seu problema nas clínicas privadas. Quem não têm, fica frustrada ou vende tudo o que tem para pagar pelos procedimentos.”

Segundo ele, na instituição de Ribeirão, há uma fila de espera de cerca de 350 casais que aguardam até dois anos para conseguir fazer a FIV.

Até o mês passado, os casais pagavam em média R$ 6.000 pelos medicamentos. Segundo Ferriani, a Secretaria de Estado da Saúde prometeu, a partir deste mês, incluir no orçamento do local R$ 3,5 milhões para bancar o custo das medicações.

No centro de reprodução do Hospital São Paulo, os casais que ingressam no serviço primeiro passam por investigação das razões da infertilidade.

Se houver indicação de FIV, o que acontece em 60% dos casos, o casal tem que pagar a internação, a medicação e os custos dos meios de cultura envolvidos, o que dá em torno de R$ 12 mil. “Por não pagarem honorários médicos, fica mais em conta do que no particular”, diz o urologista Renato Fraietta, coordenador do setor integrado de reprodução humana da Unifesp.

O médico diz que desaconselha os casais a vender bens, como o carro, para pagar o tratamento. “Eu sempre falo que não é garantido, a pessoa vai ter no máximo 50% de chance.” Por ano, são realizados cerca de 300 ciclos de FIV no serviço.

Membro da câmara técnica de reprodução do CFM (Conselho Federal de Medicina), Ferriani diz que uma demanda que tem crescido muito é a de mulheres diagnosticadas com câncer e que buscam os centros de reprodução para tentar preservar a fertilidade antes do início da quimioterapia.

Nesses casos, como há grande risco de infertilidade após o tratamento oncológico, a indicação médica é que haja congelamento dos óvulos para serem usados no futuro.

“É uma obrigação o SUS oferecer preservação dos óvulos às mulheres jovens submetidas ao tratamento oncológico. A grande maioria não consegue pagar as medicações [para a estimulação ovariana]”, reforça Ferriani.

O Hospital da Mulher é um dos poucos serviços que oferece o tratamento de graça. Por mês, dez mulheres com diagnóstico de câncer são atendidas por mês e têm seus óvulos congelados.

“São mulheres que teriam o seu prognóstico reprodutivo selado [infertilidade] e aqui elas têm a possibilidade de preservar essa fertilidade. Enche os nossos olhos poder oferecer isso, mas gostaríamos de poder ofertar numa escala muito maior”, afirma Nilka Donadio.

Artur Dzik, diretor do centro de reprodução do Hospital da Mulher, afirma que o direito à reprodução faz parte da cidadania da mulher. “Dá para oferecer dignidade reprodutiva para a paciente SUS. O grande problema é acesso e esse é um problema mundial”

Segundo ele, a necessidade de reprodução assistida tende a aumentar cada vez mais porque homens e mulheres estão mais inférteis por fatores ambientais, como a poluição, e comportamentais, como a obesidade.

“Os problemas clássicos, como a endometriose e os ovários policísticos também tem aumentado. As mulheres estão engravidando mais tarde. Precisamos estar preparados a dar mais mais acesso para esse problema que veio para ficar.”

Em nota, o Ministério da Saúde informou que planeja a formação de um grupo de trabalho interno para a revisão da política de reprodução humana de 2005, com a consultoria e orientação de especialistas da área.

Segundo a pasta, também deverá ser instaurada uma análise de impacto regulatório sobre a temática e a elaborada propostas concretas baseadas nos resultados dessa análise para aprimorar o acesso e a qualidade dos serviços de reprodução humana assistida no SUS.

Fonte: ESHOJE

Dengue: apenas 2 de cada 10 vacinas entregues pelo SUS foram aplicadas

De um total de 1,2 milhão de doses distribuídas pelo governo federal para 521 municípios, apenas 250 mil vacinas contra a dengue foram aplicadas até o momento. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (8) pelo diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

Em entrevista coletiva, ele lembrou que a pasta contabiliza, ao todo, 365 mil doses aplicadas, já que, além da estratégia elaborada pelo SUS, há ainda iniciativas como a do município de Dourados (MS), que está imunizando toda a população local com idade entre 4 e 59 anos, graças a uma parceria da Secretaria Municipal de Saúde com o fabricante da Qdenga.

O diretor destacou que, num primeiro momento, a pasta distribuiu um quantitativo de doses para crianças de 10 e 11 anos. Diante dos relatos de baixa procura pela imunização e de doses com a data de validade próxima, o ministério optou por ampliar a faixa etária a receber a vacina neste momento, passando a chamar também adolescentes de 12 a 14 anos.

Entenda

O Ministério da Saúde selecionou um total de 521 municípios de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal, para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.

Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, compõem o público-alvo da imunização. De janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.

Alerta aos pais

Há mais de 15 anos, a pediatra Natália Bastos atende desde pacientes recém-nascidos a adolescentes na capital federal. Em entrevista à Agência Brasil, ela destacou que há uma explosão de casos de dengue e que os pais precisam ter cautela.

“Gostaria de emitir esse alerta pedindo aos pais que não vacinaram as crianças, que procurem a sala de vacina para que seja aplicada a Qdenga [vacina contra a dengue]. É uma vacina contra a dengue feita com o vírus atenuado, uma vacina muito segura. Está sendo desenvolvida pelo laboratório Takeda desde antes da covid-19, antes da pandemia. Então, não é uma vacina nova, não é uma vacina que foi desenvolvida às pressas. Já existem vários estudos e ela passou por todas as etapas.”

Natália destacou que o esquema vacinal completo da Qdenga, com duas doses, garante cerca de 80% de eficácia e que os efeitos colaterais, inclusive em crianças, são pequenos – sobretudo quando comparados aos que uma infecção por dengue pode causar.

“Com uma dose, você tem, geralmente, efeitos colaterais imediatos muito leves e, com 10 dias, algumas manchas no corpo ou alguma dor no corpo. Mesmo assim, são poucos sintomas tendo em vista o que um quadro de dengue pode causar na criança ou no adulto.”

“Enquanto estava na sala da rede privada, era uma vacina que estava custando, em média, de R$ 400 a R$ 500. Hoje, a vacina está disponível na sala do centro de saúde, gratuitamente. Então, convido todos os pais a procurarem a vacina com os filhos de 10 a 11 anos com urgência”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil 

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