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Ataque de abelhas deixa 11 pessoas feridas em creche de Bauru

Um enxame de abelhas atacou a Creche e Centro Educativo Unidos para o Bem (OSC), na Vila Seabra, e feriu um grupo de 11 pessoas. As vítimas foram uma professora e 10 crianças, entre 2 e 5 anos, que receberam os primeiros atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, não houve nenhum caso grave. O episódio aconteceu nesta segunda-feira (25), por volta das 8h. A instituição foi evacuada com ajuda da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros. Os feridos foram conduzidos para a UPA Bela Vista.

De acordo com o biólogo Daniel Rolim, da Secretaria do Meio Ambiente (Semma), esses insetos costumam migrar nesta época do ano. “Entre a primavera e o verão, época mais quente, as abelhas mudam a colmeia de lugar ou a rainha ‘viaja’ para formar uma nova e é acompanhada pelo enxame”, explica.

A OSC informou que, no local, não existiam colmeias ou cachos (amontoado de abelhas). O caso ocorreu durante o trânsito, ou seja, as abelhas estavam passando pela instituição e acabaram atacando as crianças. No momento em que cruzaram a creche, estavam 33 alunos e seis funcionárias na instituição.

Daniel explica, ainda, que o calor também contribui para esse tipo de acidente. “Em temperaturas altas, as abelhas ficam alvoroçadas e podem atacar pela proximidade ou por qualquer barulho que as faça se sentir ameaçadas”, afirma.

O biólogo destaca que os insetos avançam como forma de defesa e somente quando se sentem ameaçados. Exterminar esses polinizadores é considerado crime ambiental e, por isso, a orientação é acionar os bombeiros através do 193 para que as abelhas sejam remanejadas com segurança.

Ao JC, a Secretaria de Saúde informou que a Creche e Centro Educativo Unidos para o Bem tomou as medidas de socorro. “Todas as famílias foram acionadas, solicitadas e orientadas. As medidas de segurança e inspeção do prédio também foram tomadas e a creche ficará fechada por 48 horas”, finaliza.

Fonte: JCNET

Vanessa Grego/Divulgação

Como agir

Amigo, você já pensou em como tomou determinadas atitudes? Você tende a agir por amor, por ódio, por desprezo ou para manter a rotina? Você tem agido com raiva ou com calma?

Você tem paciência quando vai tomar determinada decisão ou age afoitamente, sem prever as consequências? Você tem agido por prazer ou por obrigação? Depois de agir, sente alívio, preocupação ou, simplesmente, calma pelo dever cumprido?

Por favor, note os discursos dos homens públicos. Preste bem atenção neles. As palavras são emitidas com raiva. Essas pessoas nem se preocupam em disfarçar a raiva que sentem. Parece que falam com uma metralhadora na mão. Falam com veneno nos lábios.  Parece que não há mais adversários; há inimigos. E as palavras são para colocar esses inimigos fora de combate. Esses inimigos são indesejáveis e, por isso, devem ser abatidos.

Os que discursam dessa maneira, o que sentem depois? Sentem paz? Improvável. Sentem satisfação? Só se forem  sádicos. Sentem o prazer do dever cumprido? Mas que prazer? O de abater o inimigo? Só se acharem que estamos em plena guerra. Sentem orgulho? Orgulho?

Quem pode sentir orgulho por ter destruído o próximo? Sentem alívio? Não pode ser. A gente se sente aliviado quando resolve um gran de problema, quando supera uma enorme dificuldade, quando se desfaz de uma insuportável dor.

Não consigo imaginar um alivio por destruir o adversário, que é transformado em inimigo.E aqueles que falam de amor com ódio no tom de voz e na forma de olhar? E os que falam de paz com uma arma (real ou imaginária) nas mãos? E os que falam em igualdade afastando os diferentes? E os que falam em solidariedade apontando para as feridas, sem procurar curá-las? E os que falam em recomeço insistindo nas mesmas fórmulas do passado, para que nada se mude?

E os que falam em distribuir o alimento, espalhando tão somente a amarga esperança, que nunca se transforma em realidade? E os que falam em elevar o próximo elevando-se a si próprios?

Nesse contexto, como agir, então? Como esses citados nos parágrafos anteriores? Ou cruzar os braços, como se os problemas não nos pertencessem? Como ser útil para si mesmo e para o outro? Há muitas maneiras boas. Mas uma delas, com certeza, é falar apenas quando for para o bem.

Nem tudo deve ser dito, mesmo que seja verdade. Por que dizer a um enfermo que ele morrerá logo, se se pode dizer a ele coisas que confortam, que lhe darão alívio no pouco tempo de vida que lhe resta? Outra maneira é desarmar as mãos, os pensamentos e os espíritos. Há muitas armas mortais no mundo.

Não há necessidade das que possamos ter. As armas necessárias são as que edificam, não as que destroem. Sei que tudo isso parece difícil. Pode ser. Mas há tanta coisa difícil que praticamos sem reclamar. O importante é que tenhamos propósitos edificantes. O importante é saber que se o vizinho estiver em paz, haverá silêncio na vizinhança e, assim, poderemos dormir melhor.

BAHIGE FADEL

Imagem Divulgação

Novas denúncias do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas são feitas por meio de carta aberta

Uma carta aberta de um profissional de enfermagem foi protocolado ao Superintendente do Hospital das Clinicas de Botucatu, Dr. José Carlos Souza Trindade Filho no dia 19 de maio de 2023, onde cita uma série de denúncias e solicitações sobre as condutas e condições de trabalho no Complexo.

Leia na íntegra a carta:

 

Botucatu, 19 de Maio de 2023.

Carta aberta de um profissional de enfermagem PSR UNESP BOTUCATU.

Estamos vivendo dias de muito cansaço físico e mental no Psr, onde a maioria dos nossos direitos não estão sendo respeitados. Grande parte dos funcioários tem apresentado sinais de exaustão emocional. Pedimos com respeito que sejam revistas todas as situações citadas nessa carta, pois realmente estamos no nosso limite.

Sabemos que o paciente é o amor da vida de alguém e por isso sempre os tratamos com respeito e carinho, mas fica a pergunta e do amor dos nossos filhos, esposo(a), país, que somos nós, quem cuida?

Quando falamos de cuidados engloba uma série de direitos que tem sido desrespeitados, inclusive ferindo os direitos humanitários dos próprios pacientes:

Sala de observação: Deveria ter pelo menos seis técnicos de enfermagem para a quantidade de pacientes ali colocados e sem levar em consideração a gravidade e dependência física de cada um deles. Em média ficam de quarenta a quarenta e oito pacientes, sem levar em consideração os pacientes que ficam nos consultórios sob nossa responsabilidade sendo que não conseguimos acompanhar o paciente dentro desses isolamentos. Ficamos responsáveis por troca de fralda, higiene, medicação, irrigação e ainda levamos os pacientes para exames e leitos quando cedidos.

Sala de emergência: Estão ficando em torno de dezessete macas para apenas três técnicos de enfermagem, muitas vezes tendo pacientes entubados, traumas, psiquiatrias. Além de ser um número insuficiente de técnicos e um enfermeiro para uma demanda dessas, além da sala não ter uma ventilação adequada e nem monitor para todos os pacientes que precisam.

Alas verde e amarela: Não possuem biombos, monitores na maioria das vezes com defeito, e ter um enfermeiro para cada ala pois não podemos atuar sem a presença dos mesmos. 

AVC: Precisa de mais técnicos de enfermagem, uma vez que a maioria dos pacientes são de total dependência.

Sala de medicação(porta): Pela demanda precisa de dois técnicos, pois a sala fica responsável pelos pacientes que estão aguardando leito na observação, o número de pacientes já chegou à vinte e oito, fora a demanda espontânea. E muitas das vezes colocando paciente em macas dentro da sala.

PONTOS DE MELHORAS E DIREITOS TRABALHISTAS:

-Número correto por lei de funcionários em cada setor, isso engloba técnico e enfermeiro, não assumir em HIPÓTESE ALGUMA setor sozinho, como anda acontecendo com grande frequência.

– Um funcionário para encaminhar os exames, pois nossa demanda é enorme e muitas das vezes temos que parar oque estamos fazendo para levar exames, ou deixar pacientes sozinhos como na sala de medicação.

– Banco de horas, não é pago e nem podemos usufruir do mesmo, sendo que a lei deixa claro que tem que ser pago ou ser utilizada no prazo de seis meses sendo prorrogada no máximo em um ano. (muitas pessoas estão com o banco de horas á mais de um ano). Ser respeitada a carga horaria mensal, mesmo que o funcionário peça escala corrida, pois o mesmo tem direito a sula folga mensal, sendo assim não sendo repeitada a lei de folga, uma vez que não existe na lei compensação de folga como é feito. ex: para folgar em um fim de semana, tem que dobrar no outro.

-Atestado, por lei mesmo que haja convenção coletiva, atestados de até cinco dias o trabalhador tem o DIREITO de entregar o mesmo após o retorno da licença médica, devendo apenas enviar por meio eletrônico (e-mail ou whatsapp) a chefia imediata se qualquer prejuízo em sua remuneração.

-Abrir fichas de pacientes da SEC, sendo essa a função da parte administrativa.

– Não assinar senso de medicação entregue pela farmácia, uma vez que não temos controle do que está sendo entregue dentro dos sacos de medicação. 

– Levar cadeiras e macas (parecer CTLN COFEN 085/2021), fora as condições que as mesmas apresentam, colocando em risco a saúde do paciente (quedas) e dos trabalhadores (ler/Dort). 

-SESMT acolher os trabalhadores levando em considerações suas queixas, notificando casos de ler/dort pois são considerados por lei acidente de trabalho, assim como afastamento pela psiquiatria.

– Assumir o número correto de pacientes previstos por lei.

Estamos em busca de respeito e melhorias em nosso local de trabalho, estamos buscando HUMANIZAÇÃO!

Não queremos mais ver nenhum colega nosso afastado de suas funções por ler/dort, exaustão emocional ou com sensação de frustração e desvalorização. 

Para que mais nenhum colega ache que não é importante e tente ceifar a própria vida!

PEDIMOS RESPEITO E QUE NOSSOS DIREITOS SEJAM TÃO IMPORTANTES COMO NOSSOS DEVERES.

ATENCIOSAMENTE EQUIPE ENFERMAGEM PSR.

A situação vem sendo acompanhada pelo ALPHA NOTÍCIAS desde o mês de Janeiro de 2023, onde todo o Complexo do Hospital das Clínicas de Botucatu foram alvo de diversas denúnicas envolvendo a falta de leitos, principalmente no tocando ao Hospital Estadual, administrado pelo HC.

Desde a época, poucas soluções foram propostas e executadas pelo HC para a resolução das demandas apresentadas, observado pontualmente pela Equipe de Enfermagem do Hospital das Clínicas nesta carta aberta.

 

Fernando Bruder

 

Projeto da Vara do Juizado Especial de Botucatu oferece bolsas de estudo pré-vestibular a alunos carentes

Está aberto o prazo para inscrição no “Projeto Carolina de Jesus”, que oferece bolsas de estudo em cursinhos particulares da cidade para alunos que cursaram o ensino médio na rede estadual de ensino ou como bolsistas em instituição sem fins lucrativos. O projeto é custeado com os recursos decorrentes dos depósitos oriundos das transações penais e prestações pecuniárias, realizadas no Juizado Especial Criminal de Botucatu.

Neste ano, são previstas pelo menos 20 bolsas nas principais escolas da cidade que oferecem cursos pré-vestibulares, como ADV, Einstein e Anglo.

Os interessados deverão ter prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022. O critério de classificação será a nota obtida na prova do ENEM e as inscrições serão realizadas através do link (clique aqui) , na própria escola em que concluiu o ensino médio ou diretamente no cartório do Juizado, no fórum de Botucatu.

O prazo de inscrição é de 15 dias corridos após a divulgação da nota no ENEM. Como este ano a divulgação ocorreu no dia 9/2/2023, o prazo final será dia 24/2/2023.

A classificação será divulgada no site https://debotucatu.educacao.sp.gov.br.

O “Bob Dina”

Pois é pessoal, nem bem absorvemos a perda de Pelé e eis que neste mês explode como uma dinamite, a noticia da morte de Roberto Dinamite causando mesmo que no peito de um rubronegro uma imensa cratera de tristeza. Pois Roberto Dinamite era sinônimo de muitos gols.
Todos nós amantes do esporte bretão, antes mesmo de definir as nossas cores clubísticas aprendemos primeiro a gostar do futebol.
Quem não se lembra do primeiro chute na bola, incentivado pelo pai, pelo tio ou pelo padrinho? E com certeza o que mais faz a alegria dos apaixonados pelo futebol é o gol. O gol é o grande momento do futebol. E Roberto sempre foi um expert, na marcação deles.
Roberto com 190 gols, foi e é o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro e o seu primeiro gol foi marcado em 1971. Há 51 anos nenhum outro jogador conseguiu superar a sua marca.
Roberto também é o maior artilheiro do Vasco da Gama com 708 gols. O maior artilheiro do campeonato carioca com 279 gols. O maior artilheiro do Estádio de São Januário com 184 gols.
Eu tive a oportunidade de ver muitos desses gols, principalmente, os feitos no meu Flamengo e vejam que aqui neste confronto, Flamengo x Vasco, Roberto também foi o goleador marcou 27gols, enquanto o Zico marcava 19.
Hoje jogador que faz 3 gols numa partida alcança o “Hat Trict” e vai parar nas manchetes esportivas do dia, além de pedir música no fantastico.
Roberto Dinamite fez uma “manita”… Alguém sabe o que é uma manita? Fazer uma Manita no linguajar espanhol significa fazer 5 gols numa mesma partida e Roberto fez 5 gols na sua volta de Barcelona, no seu jogo de retorno ao Maracanã contra o Corinthians, no goleiro Jairo.
Esse foi Roberto Dinamite. Vai com Deus Roberto. A seleção celestial de Mané e Pelé te espera.
Celso Coelho

1ª Feira Turística de Botucatu será neste sábado

No sábado, 07, Botucatu terá sua 1ª Feira Turística. Das 9 às 17 horas, na Praça Isabel Arruda, em frente à Pinacoteca, haverá arte, artesanato, culinária local e entretenimento.

Às 10 horas terá concerto da Banda Sinfônica de Botucatu e às 15h30 será realizado o pocket show de jazz com Samuel Ramos.

A Feira Turística é uma realização da Secretaria Adjunta de Turismo, em parceria a Secretaria de Cultura.

Serviço:1ª Feira Turística de Botucatu

Praça Isabel Arruda

Das 9 às 17 horas

Minha Homenagem

‘Nunca esquecerei de ti, oh minha terra, berço onde o amor nasceu…’. Os versos do poeta são reais pra mim. E pensando em seu aniversário, sinto- me feliz como um aniversariante. Feliz por viver aqui. Feliz por ter conquistado aqui o que sou hoje. Sinto-me parte desta cidade encrustada na cuesta e, por isso, recebendo constantemente uma brisa agradável.

Moro em Botucatu desde os onze anos de idade. Foi quando saí de Pardinho para morar na Pensão Santana, do Máximo Sanches. Meu pai queria que eu estudasse, e em Pardinho só havia o Grupo Escolar Napoleão Corule. Mas o primeiro contato com Botucatu, pra valer, foi um
pouco antes.

Eu tinha apenas oito anos e para cá vim para participar do desfile cívico em comemoração ao centenário da cidade. Naquele tempo, se não me falha a memória, Pardinho era, ainda, distrito de Botucatu. E os alunos do distrito foram convidados a participar da festa da cidade. Depois, meus pais se mudaram para cá, pois não queriam ficar longe dos filhos. Fomos morar na rua Amando de Barros, onde tínhamos uma loja: a Casa São João. Aliás, por causa do nome da loja, todos achavam que o nome de meu pai era João.

No início, ele explicava que era Ramez. Quando viu que não adiantava, resolveu deixar pra lá. Aqui em Botucatu realizei quase todos os meus estudos. Aqui me tornei professor, profissão que exerço até agora. E cada dia na sala de aula é um dia de felicidade. Fui e sou professor de boa parte da cidade. Costumo dizer que metade de Botucatu é de pessoas que foram ou são meus alunos e a outra metade é de pais ou avós de meus alunos. Aqui também, por orientação do amigo Progresso Garcia, tive minha curta experiência política.

Foi o período de redemocratização do país. Foram seis anos de trabalho na Câmara Municipal, da qual fui presidente. Aqui também me tornei radialista. Pelas mãos de Plínio Paganini entrei na F-8. Por sugestão do amigo Elias Francisco me tornei Fadel Júnior, já que o Plínio havia dito que não contrataria nenhum radialista com o nome de Bahige. Seria necessário um nome artístico.

Foi em Botucatu que me tornei Cidadão Botucatuense. Foi uma gentileza do amigo e vereador José Varoli, que apresentou o projeto de lei. E a boa vontade dos demais vereadores, que aprovaram, por unanimidade, o projeto.

Mas não é só por isso que amo tanto esta cidade. Foi aqui que conheci a Mari Neusa, minha companheira desde os meus dezessete anos e a mãe de meus três filhos, que em Botucatu nasceram. Não me imagino vivendo sem ela. Somos apaixonados um pelo outro. Aceitamos os defeitos que cada um possui e procuramos aperfeiçoar nossas virtudes.

Principalmente nossa capacidade de vencer dificuldades e permanecer juntos Conheci Botucatu quando a cidade tinha quarenta mil habitantes e era conhecida como a cidade dos ferroviários. A Estrada de Ferro Sorocabana era a que mais empregava. Não havia ainda a UNESP. Os botucatuenses eram obrigados a sair daqui, se quisessem fazer faculdade. Não peguei o apogeu das grandes indústrias do passado. Vi todo desenvolvimento acontecer. Vi chegarem as indústrias de agora. Tivemos sorte de ter grandes administradores. Assim, Botucatu se transformou no que é.
Tranquila e desenvolvida. Moderna sem deixar de preservar as tradições. Lugar ideal para a gente usufruir dos bons ares e ser feliz.
Parabéns, Botucatu! Parabéns botucatuenses!

 

Bahige Fadel 

Matar em Nome de Deus

Interessante, caro leitor, como se mata em nome de Deus, como se odeia em nome de Deus. Enquanto Cristo disse para que amássemos a Deus
sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos, o mundo faz totalmente o contrário: odeia e mata em nome de Deus.

Enquanto a Bíblia afirma que Deus é amor, os homens leem a Bíblia e, ao que parece, não entendem as palavras ou se acham no direito de interpretá-las conforme
os seus interesses. Uma lástima. Não só isso, mas também uma preocupação enorme. Aonde chegaremos? Qual será o fim de tudo isso? Acho que não haverá um fim, mas muitos finais.

E não haverá final feliz. Essa longa peça teatral é, com certeza, uma tragédia. Vamos pensar nesse ódio histórico. Vale a pena. Na Idade Média, salvo melhor juízo, houve nove cruzadas. E como se matou em nome de Deus nessas cruzadas! Em 1572, em Paris, houve a famosa Noite de São Bartolomeu, em que católicos e protestantes se mataram, sem economia. Na Revolução Francesa, segundo os livros, mais de duzentos mil católicos foram massacrados. Ainda conforme livros, na Revolução Espanhola, católicos foram massacrados por comunistas. Em 1938, na Alemanha, na conhecida Noite dos Cristais, judeus foram massacrados pelos nazistas. Vamos parar por aqui nessa carnificina histórica em nome de Deus.

Mas esse ódio não fica estagnado na história. Assim fosse. Atualmente, muito sangue em nome de Deus continua sendo derramado. Por exemplo, no Afeganistão, regime Talibã, fundamentalistas muçulmanos e a Aliança do Norte continuam derramando sangue em nome de Deus. Na Nigéria, cristãos e seguidores do islamismo continuam sua luta religiosa. No Iraque, xiitas e sunitas nunca se deram bem. Israel contra a Palestina – judeus x muçulmanos – é um jogo histórico que não termina nunca. Será que terminará algum dia? Nem Deus sabe.

No Sudão, muçulmanos e não- muçulmanos se matam há mais de cinquenta anos. Na Tailândia, budistas e muçulmanos espalham seu ódio em nome de Deus.
O que pensam esses povos? Que o Deus deles é melhor que o Deus dos outros? Mas Deus é um só, não é? Será que Deus, onipotente e onipresente, fica lá em seu trono escolhendo qual povo deve vencer? Será que esses povos se dão o direito de achar que o inimigo não é o próximo que deve ser amado? ‘Amar ao próximo como a si mesmo.’ Em algum lugar está escrito que devemos odiar aqueles que possuem uma outra religião?

Será que em algum lugar da Bíblia, do Alcorão ou de qualquer livro religioso está escrito que o Deus verdadeiro é católico, protestante, islamita, budista ou qualquer outra religião? Mas Deus não disse que todos nós somos seus filhos? Então, todos nós somos amados igualmente por ele.
Infelizmente, tenho que concluir que Deus também é vítima dessas lutas. Usam seu nome para satisfazer os seus desejos mais torpes, mais mesquinhos, mais baixos, menos divinos.

 

Bahige Fadel