Poema da Misericórdia

Porque sinto e não sentir é não existir

Quem sou eu?

Negar o que sinto e demasiado estranho

mas ao me deparar comigo, me espanto.

 

Se amar é sofrer, não sofrer é não viver

o que existe sem o amor?

Passam os textos, visões e religiões, mas o amor não;

ao passo que não sei, me resta crer.

 

Para onde olho vejo indiferença, arrogância e ódio,

então, fixo a visão, e nos interstícios encontro a Esperança;

quieta, plena e soberana, quem espera a alcança.

Fico, paro e acolho.

 

Não amar é não ser.

Não se inconformar é ser quem não deveria.

Mas é uma escolha, ser ou não ser

o amor é onde quero estar

 

Por vezes não consigo, talvez seja essa a angústia

que aperta o peito; de tentar e não conseguir,

ficar a beira da conquista, do exito, do céu

fico aqui.

 

Mas não será aqui que devo estar?

Aqui, onde não consegui. Fracasso a mercê de outra oportunidade

esperando outro dia,

outro amanhã, novas oportunidades.

 

É aqui que sou então;

não em que consigo ser o que deveria.

Mas na angústia de não conseguir, esperançar

talvez seja essa a esperança, em um novo amanhã

tentar novamente.

@renatoruizlopes

Sobre Régis Vallée

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